Ainda que a prefeitura de BH tenha oficializado o retorno do comércio não essencial a partir de quinta-feira (22/4), a medida não atendeu completamente às reivindicações de entidades e dos empresários ligados ao setor de bares e restaurantes. A expectativa da classe era de menores restrições.
De acordo com o protocolo do município, os estabelecimentos só poderão funcionar de segunda-feira a sábado, das 11h às 16h, com venda de bebidas alcoólicas. Aos domingos, o serviço ficará fechado. A retirada de alimentos no local segue sendo permitida em qualquer horário, inclusive aos domingos.
“A gente esperava uma abertura maior. Comentei com o prefeito logo agora que nosso maior medo é a noite. Não contemplou todo o nosso jeito, já que 50% do faturamento de bares, restaurantes, churrascarias e pizzarias é no período da noite. E domingo é melhor dia para bares e restaurantes. Mas ele prometeu que nos próximos dias estará estudando. E há o problema da venda de bebidas alcoólicas, porque não podemos abrir à noite”, ressalta o presidente do Sindibares, Paulo Pedrosa.
“Saímos um pouco frustrados dessa audiência e do protocolo, mas vamos obedecer. Não vamos criar nenhum outro problema. Estamos vivendo situação delicadíssima. Uma pesquisa do Sindibares mostra que 37% da categoria não pagou salário de março e nem recolheu FGTS. Temos mais de 20 mil desempregados entre hotelaria e gastronomia. Uma situação jamais vista na história do setor”, complementa o empresário.
Ele argumenta que a prefeitura fez justiça ao determinar a liberação do setor com os demais setores do comércio, como vestuário, calçado e móveis. Anteriormente, bares e restaurantes ficaram de portas fechadas enquanto as demais atividades tiveram alvará para funcionamento
“Começamos a recuperar (o prejuízo) a partir de quinta-feira. Não deixa de ser um bom início e sinal de abertura dos negócios. Comércio e setor de bares e restaurantes têm de trabalhar junto, de mãos dadas. Não podemos permitir que um abra e o outro fique fechado. Nossa expectativa, agora, é o funcionamento à noite, com venda de bebida”, afirma Pedrosa.
O presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em Minas Gerais (Abrasel-MG), Matheus Daniel, também destacou que a classe não foi totalmente contemplada com a reabertura do comércio.
"A gente avalia que é muito importante que, desde a última retomada, a PBH passou a colocar os bares e restaurantes a reabrir junto com o comércio, corrigindo uma situação que não era feita antigamente. É importante esse retorno, mas ele não atende à maioria do setor, infelizmente. O fato de não trabalhar à noite e o fechamento no domingo são importantes”, ressalta.
Em recente pesquisa com donos de estabelecimentos, a Abrasel mostrou que 90% dos bares e restaurantes não conseguiram pagar salários em março, o que acentuou a crise sobre o setor.
“As pessoas não conseguem demitir. Hoje, são mais de 30 mil demissões em BH. Todos esperam a Medida Provisória 936 para tentar segurar os empregos. Várias empresas não conseguem demitir por não ter caixa”, comentou Matheus Daniel.
Ele pede que a Secretaria Municipal de Saúde mantenha o número determinado de vagas para internações para não precisar fechar novamente o comércio.
“É importante que a gente acompanhe a evolução dos índices. A base de cálculos de UTI tem de ser mantida em 2.126 leitos atuais. Se os leitos forem fechados, esses números nunca vão cair e não poderemos voltar. É importante que os números melhorem para voltarmos com segurança”.
“É importante que a gente acompanhe a evolução dos índices. A base de cálculos de UTI tem de ser mantida em 2.126 leitos atuais. Se os leitos forem fechados, esses números nunca vão cair e não poderemos voltar. É importante que os números melhorem para voltarmos com segurança”.
O que é um lockdown?
Saiba como funciona essa medida extrema, as diferenças entre quarentena, distanciamento social e lockdown, e porque as medidas de restrição de circulação de pessoas adotadas no Brasil não podem ser chamadas de lockdown.
Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil
- Oxford/Astrazeneca
Produzida pelo grupo britânico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No país ela é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
- CoronaVac/Butantan
Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a liberação de uso emergencial pela Anvisa.
- Janssen
A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do único no mercado que garante a proteção em uma só dose, o que pode acelerar a imunização. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.
- Pfizer
A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Ministério da Saúde em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autorização para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.
Minas Gerais tem 10 vacinas em pesquisa nas universidades
Como funciona o 'passaporte de vacinação'?
Os chamados passaportes de vacinação contra COVID-19 já estão em funcionamento em algumas regiões do mundo e em estudo em vários países. Sistema de controel tem como objetivo garantir trânsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacinação impõem desafios éticos e científicos.
Quais os sintomas do coronavírus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
Em casos graves, as vítimas apresentam
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.
Entenda as regras de proteção contra as novas cepas