O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD) afirmou durante debate virtual com o prefeito de Araraquara, Edinho Silva (PT), que “não existe remédio sem ser vacina e lockdown" contra a COVID-19. A declaração foi dada após Kalil ser questionado sobre o diálogo com negacionistas durante a pandemia.
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Kalil e prefeito de Araraquara discutem medidas de restrições à circulação
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Ao falar sobre o lockdown, o prefeito de BH negou a possibilidade de adotar a medida na capital mineira. “Não poderia fazer um lockdown aqui. Temos dezenas de hospitais, centros de saúde, UPAs, nosso fluxo de transporte público é intenso e não pode parar. Caso isso fosse acontecer, eu ia impedir os profissionais de saúde e os doentes de chegarem nos locais", explicou.
Kalil também pontuou que os fechamentos da capital mineira foram feitos pela ciência e não por “achismos”.
"Eu não sei se todos no Brasil sabem, mas BH começa abertura gradual na quinta-feira (22/4). Foi um fechamento feito através de um critério particular da prefeitura de BH. Já que não houve um critério estadual nem nacional, como todos já sabem, sobre o fechamento. Fomos a primeira capital a fechar e imediatamente pedi ajuda de infeciologistas", explicou.
Segundo o prefeito, todas as decisões tomadas em Belo Horizonte foram feitas em conjunto com o Comitê de Enfrentamento à COVID, que analisa os indicadores na capital mineira e as propostas da sociedade civil. O comitê é formado pelos infectologistas Estevão Urbano, Carlos Starling e Unaí Tupinambás e pelo secretário municipal de Saúde, Jackson Machado.
“A tomada foi pela ciência, foi simples, não pelo achismo. Na prefeitura de BH, o prefeito não acha", afirmou Kalil.
Entenda
O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), e o prefeito de Araraquara, Edinho Silva (PT), participaram, nesta terça-feira (20/4), de uma palestra organizada pela Impulso, organização sem fins lucrativos focada em criar capacidade analítica em governos, para falar sobre os desafios e aprendizados do lockdown no Brasil.
Os dois prefeitos ficaram conhecidos nacionalmente durante a pandemia de COVID-19 por manterem medidas restritivas para conter as infecções do novo coronavírus.
Kalil vem chamando atenção dos brasileiros por suas decisões durante a pandemia. O nome do prefeito da capital mineira chegou até mesmo a ser cotado para vice na chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições presidenciais de 2022.
Quem não gostou muito foi o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que já citou o nome de Kalil muitas vezes. O presidente é contra as medidas de restrição.
Na tarde dessa segunda-feira (19/4), Bolsonaro voltou a falar de Kalil. Em declaração na portaria do Palácio da Alvorada, residência oficial da presidência da República, Bolsonaro afirmou: “Dizem que não estou preocupado com a vida, que sou genocida. Prefeituras deitaram e rolaram no ano passado com o lockdown. E o povo reelegeu esses caras. Olha BH, reelegeram", afirmou.
BH teve, desde o início da pandemia, 16 flexibilizações e seis fechamentos. Todas as vezes em que o termômetro do painel da COVID registrou o aumento de infecções e ocupações de leitos, Kalil voltou atrás.
Já Edinho Silva chamou a atenção após o lockdown de Araraquara ter surtido efeito. O confinamento foi de 21 de fevereiro a 2 de março, e houve queda no número de diagnósticos positivos da doença, internações e óbitos.
O número de casos confirmados em 15 dias caiu 66,2%: de 2.361 (de 7 de fevereiro a 21 de fevereiro), para 799 (de 30 de março a 11 de abril).
No lockdown realizado em Araraquara, estavam autorizadas a funcionar apenas farmácias e unidades de saúde de urgência e emergência. Foi proibida a circulação de veículos e de pessoas na cidade. Era permitido sair de casa apenas para aquisição de medicamentos, obtenção de atendimento ou socorro médico para pessoas ou animais e serviços de urgência ou necessidades inadiáveis.
* Estagiária sob supervisão da subeditora Ellen Cristie.
O que é um lockdown?
Saiba como funciona essa medida extrema, as diferenças entre quarentena, distanciamento social e lockdown, e porque as medidas de restrição de circulação de pessoas adotadas no Brasil não podem ser chamadas de lockdown.
Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil
- Oxford/Astrazeneca
Produzida pelo grupo britânico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No país ela é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
- CoronaVac/Butantan
Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a liberação de uso emergencial pela Anvisa.
- Janssen
A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do único no mercado que garante a proteção em uma só dose, o que pode acelerar a imunização. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.
- Pfizer
A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Ministério da Saúde em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autorização para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.
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Como funciona o 'passaporte de vacinação'?
Os chamados passaportes de vacinação contra COVID-19 já estão em funcionamento em algumas regiões do mundo e em estudo em vários países. Sistema de controel tem como objetivo garantir trânsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacinação impõem desafios éticos e científicos.
Quais os sintomas do coronavírus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
Em casos graves, as vítimas apresentam
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.
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Mitos e verdades sobre o vírus
Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.Para saber mais sobre o coronavírus, leia também:
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