Jornal Estado de Minas

PANDEMIA

Kalil: 'Classe média alta de BH achou que plano de saúde era vacina'

O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), afirmou durante um debate virtual com o prefeito de Araraquara, Edinho Silva (PT), nesta terça-feira (20/4), que a classe média alta de BH achou que o “cartãozinho do plano de saúde era vacina” e não seguiu as medidas impostas pela prefeitura para contenção do vírus.



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Questionado pelo Estado de Minas sobre a dificuldade de implantação de medidas duras aos cidadãos que, além de produzirem discursos negacionistas, desrespeitam as medidas adotadas pelos prefeitos, Kalil voltou a falar que não tem “medo de buzina”.

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“Temos um caso no Hospital Madre Tereza, de cinco membros da mesma família internados. A classe média e a classe média alta acharam que aquele cartãozinho do plano de saúde era a vacina. E eu avisei, que aquilo não era uma vacina”, afirmou Kalil. “Os primeiros hospitais que entraram em colapso em BH foram os particulares. A estúpida elite brasileira, da qual eu fazia parte até eu ver a pobreza, acha que nada vai acontecer com ela”, pontuou. 

Ao falar sobre o ataque de negacionistas e apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Kalil afirmou que é "uma covardia política" a pressão feita por certos políticos.
 

Entenda

Os dois prefeitos ficaram conhecidos nacionalmente durante a pandemia de COVID-19 por manterem medidas restritivas para conter as infecções do novo coronavírus (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press. Agência Brasil/Reprodução)
O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), e o prefeito de Araraquara, Edinho Silva (PT), participaram, nesta terça-feira (20/4), de uma palestra organizada pela Impulso, organização sem fins lucrativos focada em criar capacidade analítica em governos, para falar sobre os desafios e aprendizados do lockdown no Brasil.





Os dois prefeitos ficaram conhecidos nacionalmente durante a pandemia de COVID-19 por manterem medidas restritivas para conter as infecções do novo coronavírus.

Kalil vem chamando atenção dos brasileiros por suas decisões durante a pandemia. O nome do prefeito da capital mineira chegou até mesmo a ser cotado para vice na chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições presidenciais de 2022. 

Quem não gostou muito foi o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que já citou o nome de Kalil muitas vezes. O presidente é contra as medidas de restrição. 

Na tarde dessa segunda-feira (19/4), Bolsonaro voltou a falar de Kalil. Em declaração na portaria do Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República, Bolsonaro afirmou: “Dizem que não estou preocupado com a vida, que sou genocida. Prefeituras deitaram e rolaram no ano passado com o lockdown. E o povo reelegeu esses caras. Olha BH, reelegeram", afirmou.

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BH teve, desde o início da pandemia, 16 flexibilizações e seis fechamentos. Todas as vezes em que o termômetro do painel da COVID registrou o aumento de infecções e ocupações de leitos, Kalil voltou atrás.





Já Edinho Silva chamou a atenção após o lockdown de Araraquara ter surtido efeito. O confinamento foi de 21 de fevereiro a 2 de março, e houve queda no número de diagnósticos positivos da doença, internações e óbitos.

O número de casos confirmados em 15 dias caiu 66,2%: de 2.361 (de 7 de fevereiro a 21 de fevereiro), para 799 (de 30 de março a 11 de abril). 

Leia: Araraquara: Após um mês de lockdown, casos de COVID-19 caem

No lockdown realizado em Araraquara, estavam autorizadas a funcionar apenas farmácias e unidades de saúde de urgência e emergência. Foi proibida a circulação de veículos e de pessoas na cidade. Era permitido sair de casa apenas para aquisição de medicamentos, obtenção de atendimento ou socorro médico para pessoas ou animais e serviços de urgência ou necessidades inadiáveis.

* Estagiária sob supervisão da subeditora Ellen Cristie.
 

O que é um lockdown?

Saiba como funciona essa medida extrema, as diferenças entre quarentena, distanciamento social e lockdown, e porque as medidas de restrição de circulação de pessoas adotadas no Brasil não podem ser chamadas de lockdown.





Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil

  • Oxford/Astrazeneca

Produzida pelo grupo britânico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No país ela é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

  • CoronaVac/Butantan

Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a liberação de uso emergencial pela Anvisa.

  • Janssen

A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do único no mercado que garante a proteção em uma só dose, o que pode acelerar a imunização. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.





  • Pfizer

A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Ministério da Saúde em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autorização para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.

Minas Gerais tem 10 vacinas em pesquisa nas universidades

Como funciona o 'passaporte de vacinação'?

Os chamados passaportes de vacinação contra COVID-19 já estão em funcionamento em algumas regiões do mundo e em estudo em vários países. Sistema de controel tem como objetivo garantir trânsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacinação impõem desafios éticos e científicos.



Quais os sintomas do coronavírus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas gástricos
  • Diarreia

Em casos graves, as vítimas apresentam

  • Pneumonia
  • Síndrome respiratória aguda severa
  • Insuficiência renal

Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.





 

 

Entenda as regras de proteção contra as novas cepas


 

Mitos e verdades sobre o vírus

Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.

Para saber mais sobre o coronavírus, leia também:

 
 
 
 

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