A mulher do ex-senador Clésio Andrade, Gisa Andrade, confessou à Polícia Federal nesta terça (20/4), que pagou R$ 3,6 mil pela falsa vacina contra a COVID-19 aplicada na garagem da Saritur, no Bairro Caiçaras, Região Noroeste de Belo Horizonte. O caso é alvo de investigação da PF desde março.
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Ela contou à polícia que compareceu à garagem de ônibus para tomar a vacina e que realizou o pagamento à falsa enfermeira Cláudia Mônica Pinheiro Torres de Freitas.
A mulher de Clésio também contou à PF que não acreditava estar furando a fila, porque o imunizante da Pfizer não está disponível no Brasil. A falsa enfermeira, no entanto, aplicou uma mistura de soro fisiológico e bicarbonato de sódio diluído em água em seus "clientes".
Entenda o caso
A suspeita é de que Cláudia foi contratada pelos irmãos Robson Lessa e Rômulo Lessa, donos da Saritur, para aplicar a suposta vacina contra a COVID-19 em um grupo superior a 80 pessoas.
Segundo a revista “Piauí”, em reportagem publicada em 24 de março, Cláudia cobrava R$ 600 por doses do que afirmava ser da vacina.
O filho da falsa enfermeira prestou depoimento à PF no último dia 5. A suspeita é de que ele seja o responsável pelo recebimento dos pagamentos, que ocorriam muitas vezes via Pix, o que pode facilitar as investigações.
A PF apreendeu uma lista com mais de 80 nomes de pessoas que teriam passado pelo procedimento, mas o nome de Clésio Andrade não consta nela.
A cuidadora chegou a ser presa durante a Operação Camarote, desencadeada no mês passado, mas foi liberada e teve a prisão suspensa.