O caso veio à tona na última sexta-feira (16/4), quando a prefeitura publicou um comunicado para informar aos moradores sobre a situação das doses de vacina contra o novo coronavírus na cidade.
“A Secretaria Municipal de Saúde esclarece que o quantitativo total de doses recebidas da vacina contra a COVID-19, vem divergindo do número de doses aplicadas, em virtude de alguns frascos de 10 doses possuírem apenas 9, e as vezes, até 8 doses”, diz nota.
Segundo a prefeitura, o fato já foi comunicado à Superintendência Regional de Saúde de Alfenas (SRS). “Quanto à ausência de doses nos frascos, realidade vivida por diversos municípios brasileiros, tal fato já foi comunicado pelos meios formais à Secretaria Regional de Saúde, para futuro ressarcimento. Está sendo realizado também, em parceria com o Comando da Policia Militar, o boletim de ocorrência dos frascos faltosos”, ressalta.
Em nota, a SRS confirma que apura o caso. “O caso é analisado, e a eventual diferença de doses pode ser reposta utilizando-se a reserva técnica de imunizantes. A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) orienta aos municípios que, caso haja qualquer divergência em relação ao número de doses constantes nos frascos de vacinas contra a COVID-19, relatem no Sistema de Notificações da Anvisa (Notivisa) e informem à SRS, por e-mail”, orienta.
O Instituto Butantan explicou que cada frasco da vacina contra o novo coronavírus contém nominalmente 10 doses de 0,5 ml cada, totalizando 5 ml, e adicionalmente ainda é envasado conteúdo extra, chegando a 5,7 ml por ampola.
“Esse volume, devidamente aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), é suficiente para a extração das 10 doses. É importante que os profissionais de saúde estejam capacitados para aspiração correta de cada frasco-ampola, além de usar seringas e agulhas adequadas, para não haver desperdício”, afirma.
O Instituto disse também que todas as notificações recebidas, até o momento, relatando suposto rendimento menor das ampolas foram investigadas, e em todos os casos, foi identificada prática incorreta na extração das doses nos serviços de vacinação.
“Portanto, não se trata de falha nos processos de produção ou liberação dos lotes pelo Butantan”, diz.
Ainda segundo o Butantan, é preciso que os profissionais de saúde sigam as orientações e práticas adequadas, no intuito de evitar perdas durante a aspiração da vacina.
“Seringas de volumes superiores (ex: 3ml, 5ml), podem gerar dificuldades técnicas para visualizar o volume aspirado, uma vez que podem não possuir as graduações necessárias. Outro fator decisivo é a posição correta do frasco e da seringa no momento da aspiração. A conclusão encontrada, e já dividida com a Vigilância Sanitária, é que não se trata de falha nos processos de produção ou liberação dos lotes por parte do Instituto Butantan. Na verdade, trata-se de uma prática incorreta no momento do uso das doses”, explica o instituto.