Ainda que tenha recebido mais de 4,2 mil ampolas de três medicamentos do chamado 'kit intubação', a Santa Casa de Araguari segue com 10 leitos de UTI fechados. A unidade hospitalar da cidade do Triângulo Mineiro teve que suspender o atendimento em um terço do total de leitos intensivos para balancear o uso das medicações de pessoas que são intubadas.
Em comunicado feito à prefeitura e à Câmara de Araguari, além de Ministério Público de Minas Gerais e do Conselho de Saúde, a Santa Casa informou ter recebido do Estado de Minas Gerais 300 ampolas do bloqueador neuromuscular Cisatracúrio, 3,5 mil do sedativo midazolam e 450 ampolas do também sedativo propofol.
“Contudo, estimamos que as drogas garantam apenas de 6 a 7 dias de assistência prestada aos 20 leitos de UTI COVID da Santa Casa de Araguari”, relata o documento assinado pela provedora da unidade, Daniela Henriques Soares Lopes Debs. Ela lembra ainda que não foi possível a compra de outros bloqueadores neuromusculares, também necessários para intubação.
De acordo com a secretária municipal de Saúde, Soraya Moura, existe a previsão de recebimento de mais ampolas dos medicamentos nos próximos dias, ainda que não haja garantias. “A situação é grave e falta em todo o território nacional, e por isso pedimos para toda a população para evitar aglomerações, para manter protocolos de segurança. Fique em casa e use máscara”, disse.
Na última semana, a única unidade hospitalar da cidade com UTI para casos de COVID-19 informou que fecharia 10 dos 20 leitos de atendimento intensivo por falta do kit intubação e que seria possível atendimentos até o dia 16.
Sem médicos
A falta de médicos, outro problema crônico na Santa Casa durante a pandemia, segue sem solução. “Vale ressaltar a dificuldade crescente em conseguir plantonistas para compor as escalas de plantões de UTI COVID, dos atuais 20 leitos”, diz o comunicado do hospital.
Seriam necessários mais três médicos para o mínimo necessário no atual cenário de atendimento do hospital. Isso sem contar outros postos, como os de enfermeiros e técnicos, que também estão em falta. Para não haver déficit, ou deveria haver contratação ou a redução de 10 leitos de UTI.