A esperança de retornar com as atividades e ter incremento de clientes nesta quinta-feira (22/04), primeiro dia de reabertura de atividades não essenciais em Belo Horizonte, não será possível plenamente para duas lojas destruídas por um caminhão desgovernado, no fim da tarde de quarta-feira (21/04), no Buritis (Região Oeste).
Uma imobiliária e uma papelaria acabaram atingidas pelo caminhão carregado de mármore que desceu desgovernado a Rua Rubens Caporali Ribeiro, colidindo de frente contra o Centro Comercial Aggeo Pio Sobrinho, na rua de mesmo nome. Em vez de abrir para as atividades do dia, logo cedo proprietários e funcionários removeram escombros, limparam detritos, recolheram móveis e equipamentos danificados.
As suspeitas da polícia são de que o caminhão, com placa do Espírito Santo, tenha perdido os freios e descido desgovernado pela rua. Vários carros foram atingidos no trajeto e testemunhas relataram terem visto o veículo de carga descer em zigue-zague. O Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais informou que o motorista, de 30 anos, morreu na hora. Uma senhora de 59 anos foi socorrida para o Hospital de Pronto Socorro João XXIII com ferimentos no nariz.
Na manhã desta quinta-feira, um caminhão da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) e operários da empreiteira prestadora de serviços ao município auxiliaram na remoção da carga e de escombros nas ruas e no centro comercial atingido.
Uma equipe da Copasa também trabalhou desde cedo na Avenida Henrique Badaró Portugal e restabeleceu o fornecimento de água que tinha sido interrompido, uma vez que o acidente provocou vazamentos e as tubulações precisaram ser fechadas.
A mesa e a cadeira do escritório da gerente de imobiliária Cristina Pereira, de 45 anos, ficavam de frente para a Avenida Aggeo Pio Sobrinho e estariam prontas para receber muitos clientes nesta quinta-feira. Mas, após o acidente, o local de trabalho dela foi desintegrado. “Hoje (quinta-feira), seria nosso primeiro dia de retorno do teletrabalho. Se o escritório estivesse cheio, teria sido uma tragédia ainda maior. Eu poderia não estar mais aqui”, disse Cristina.
Lojas atingidas por caminhão não reabrem, no dia da volta do comércio em BHhttps://t.co/DCk99jgUHO pic.twitter.com/6AeGkdgUGA
— Estado de Minas (@em_com) April 22, 2021
A loja onde funcionava a imobiliária foi abalada e a Defesa Civil de Belo Horizonte instalou escoras para que não desmoronasse. Para que não perdessem completamente o movimento de reabertura, o condomínio forneceu uma outra loja que estava vazia para a atividade prosseguir.
“Não é a mesma coisa. A nossa loja, era de frente, todo em vidro. Todos que passassem pela avenida poderiam ver o escritório. Agora, estamos numa loja mas interna. No estacionamento, menos visível. Mas, pelo menos, vamos poder voltar a trabalhar. Ainda não há uma estimativa de quando os reparos serão feitos. Perdemos muitos móveis, equipamentos, contratos informações. A documentação foi a pior perda”, avalia a gerente.
A papelaria de Mauricio Juntolli, de 52, teve uma das paredes destruída e ficou coberta por destroços e fragmentos de vidro. “Não sei se o comércio vai melhorar correr abertura para mim. Sei que há uma esperança. Mesmo com todo o estrago e toda dificuldade, acordei bem cedo para vir aqui arrumar tudo. Foram vizinhos que me avisar sobre o acidente. No mesmo dia vim para cá para já tentar organizar as coisas para poder funcionar hoje”, disse o comerciante que ainda não estimou seus prejuízos.