A Polícia Civil de Ouro Preto, na Região Central de Minas Gerais, instaurou um inquérito para apurar o caso da possível venda da coroa de flores usada na homenagem aos inconfidentes na cerimônia do Dia de Tiradentes realizada nessa quarta-feira (21/4).
Como o Estado de Minas mostrou na quarta, após a celebração tradicional realizada na Praça Tiradentes, no centro da cidade histórica, um homem retirou o arranjo floral dizendo que havia sido dado a ele por uma pessoa. No entanto, ele acabou detido pela polícia e pela Guarda Municipal.
“Com o fim da cerimônia do dia 21 de abril em Ouro Preto (MG), a Polícia Militar foi acionada, devido à informação do furto da coroa de flores usada na solenidade. Diante da informação, diligências foram realizadas e os dois envolvidos foram presos e a coroa restituída ao local da homenagem”, confirmou a Agência Local de Comunicação Organizacional do 52º Batalhão da Polícia Militar, sem mais detalhes.
Em entrevista à reportagem, na ocasião, o secretário de Turismo de Ouro Preto, Rodrigo Câmara, disse que a coroa havia sido vendida pelo homem por R$ 50 e estava sendo desmontada por outra pessoa. A homenagem foi devolvida e deixada aos pés do Monumento de Tiradentes, onde havia sido depositada anteriormente.
Também nesta quinta-feira, a Polícia Civil disse que os dois homens foram levados à Delegacia de Plantão de Ouro Preto na quarta. “Os suspeitos foram ouvidos e liberados. O homem, de 52 anos, poderá responder pelo furto da coroa de flores; já o outro, de 59 anos, poderá responder por receptação. A investigação segue em andamento”, explicou a instituição.
Repercussão
Rodrigo Câmara detalhou à reportagem na quarta que, durante a cerimônia, a coroa fica em um tripé e, posteriormente, é deixada no local sem ele. Essa homenagem permanece no monumento durante todo o Dia de Tiradentes. Desta vez, após a devolução, a prefeitura cedeu um novo tripé para ela. Dependendo do estado de conservação, a coroa pode ficar no local por mais dias.
Ao ver a movimentação, um comerciante que trabalha na praça chegou a comentar com a reportagem que achava um “exagero” da polícia, uma vez que a coroa fica no local após a cerimônia e é comum algumas pessoas chegarem a tirar ramos para guardar de recordação.
No início desta tarde (22/4), o EM voltou a falar com o secretário Rodrigo Câmara. Ele contou que a coroa permanece na praça e que a repercussão na cidade continua, até em tom de brincadeira entre os moradores. “Dizem que tem coisas que só acontecem em Ouro Preto”, comentou. Ele lamentou novamente o ocorrido durante um feriado importante para a cidade e enfatizou que considera a situação séria. “Até de forma pedagógica mesmo, tem que existir esse entendimento mais forte, esse trabalho de investigação, para que não volte a ocorrer”, afirmou.
O Estado de Minas tentou falar novamente com o homem considerado suspeito de furtar a coroa nesta quinta-feira, mas as ligações foram para a caixa postal. (Com informações de Túlio Santos)