Após mais de um mês sem receber clientes, bares e restaurantes de Belo Horizonte retomam, a partir desta quinta-feira (22/4), as atividades durante a pandemia.
Com promessas de seguir todas as medidas sanitárias da COVID-19, alguns donos e funcionários dos comércios celebraram a reabertura como uma chance de recuperar o lucro perdido durante o período em que a prefeitura determinou o fechamento de serviços não essenciais na capital mineira, apesar de o movimento neste primeiro dia ainda estar longe do normal nos corredores visitados pela reportagem do Estado de Minas – Centro, Cidade Nova, Savassi e Funcionários.
Com promessas de seguir todas as medidas sanitárias da COVID-19, alguns donos e funcionários dos comércios celebraram a reabertura como uma chance de recuperar o lucro perdido durante o período em que a prefeitura determinou o fechamento de serviços não essenciais na capital mineira, apesar de o movimento neste primeiro dia ainda estar longe do normal nos corredores visitados pela reportagem do Estado de Minas – Centro, Cidade Nova, Savassi e Funcionários.
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Atividades não essenciais voltam a funcionar em BH: veja horários e regrasCentro de BH tem movimento intenso, no primeiro dia de reaberturaCom 392 novos registros, Minas já passa de 31,3 mil óbitos pela COVID-19coronavirusbhCOVID-19: movimento é fraco no primeiro dia de bares abertos em BHCOVID-19: confira medidas que lojas devem adotar para proteger consumidorSegundo o secretário municipal de Planejamento, Orçamento e Gestão, André Reis, os estabelecimentos podem reabrir as portas de segunda-feira a sábado, das 11h às 16h, com a liberação para a venda de bebidas alcoólicas. Aos domingos, no entanto, os locais devem permanecer fechados para o público, mas serão permitidos serviços de delivery e drive-trhu.
Novo começo para bares e restaurantes em BH
Desde 1938 em atuação no mercado mineiro, o restaurante Café Palhares, um dos mais tradicionais de Belo Horizonte, teve um primeiro dia com expectativas de movimento de fregueses abaixo do esperado.
O estabelecimento, que fica em uma localização privelegiada no Centro da cidade, sempre teve fila no horário do almoço, mas ainda não registrou um retorno substancial e a expectativa é de demora. “Antes da pandemia, a gente vendia 400 pratos por dia. Quando fechou e ficou no delivery, passou para 70. Agora, acho que podemos chegar a 150”, afirma João Lúcio Ferreira, um dos proprietários.
Ao lado do outro proprietário, André Palhares, eles prepararam o estabelecimento com divisórias de acrílico móvel para permitir distanciamento entre clientes e pontos de higienização. “É uma glória rever os rostos dos nossos clientes aqui dentro. Porque trabalhamos com prato único e nossos clientes são 80% fixos e só 20% de turistas. Esperamos que todos possam voltar aos poucos”, disse Ferreira.
“O retorno do comércio deve também trazer para os restaurantes os funcionários e clientes dos estabelecimentos que precisam de alimentação. Estamos prontos para recebê-los”, disse Palhares.
“O retorno do comércio deve também trazer para os restaurantes os funcionários e clientes dos estabelecimentos que precisam de alimentação. Estamos prontos para recebê-los”, disse Palhares.
Para Adair Raimundo da Silva, dono do Bar e Restaurante do Dadá, localizado no Bairro Cidade Nova, na Região Nordeste, a expectativa agora é de recuperação do tempo perdido. Durante o período de restrição das atividades não essenciais na capital, seu comércio funcionou apenas por meio de serviços de entregas. Porém, com a pouca adesão de vendas, as finanças ficaram apertadas.
“Agora começa girar um pouco mais para conseguir pagar as contas, porque está meio complicado. A gente espera que não feche de novo para conseguir manter o estabelecimento de pé”, relata Adair.
Um dos seus poucos clientes desta manhã de quinta-feira, Mário Alves, 61 anos, disse, em entrevista ao EM, que não concorda com o fechamento total do comércio, como antes havia sido adotado na cidade.
Segundo o freguês do restaurante do Dadá, contanto que os locais sigam todas as normas de segurança sanitária, não vê razão para a adesão da medida mais restritiva no combate ao coronavírus.
Segundo o freguês do restaurante do Dadá, contanto que os locais sigam todas as normas de segurança sanitária, não vê razão para a adesão da medida mais restritiva no combate ao coronavírus.
“Isso de fechar tudo nem deveria existir. O que deveria existir é reduzir a quantidade de gente para evitar aglomerações. Quando uma pessoa começa a gritar, que é quando sai a saliva, pedir para abaixar a voz . Na minha opinião, todo mundo de máscara e com álcool não deveria existir essa frescura toda que estava até ontem”, declarou Mário.
Movimento fraco no primeiro dia era esperado
No restaurante Ponto Savassi 1, localizado na Região Centro-Sul, o primeiro dia de reabertura foi, em maioria, de mesas vazias. A reportagem do EM esteve no local por volta de 12h45, horário que normalmente seria de maior movimentação de clientes. Porém, poucas pessoas aguardavam no estabelecimento para serem atendidas.
A gerente do estabelecimento, Márcia Comin, disse que já esperava o início mais calmo, devido ao receio dos clientes em voltar a frequentar ambientes fora da segurança de casa neste momento da pandemia.
“Antes estaria cheio, com fila no service. Mas tem muita gente pedindo de casa ou nos escritórios, recebendo lá, não querendo sair ainda. Isso ainda vai acontecer, e muito”, afirmou Márcia.
Durante o período de fechamento, os impactos da diminuição da clientela foram duros. Mais da metade dos funcionários do restaurante teve que ser demitida. Segundo a gerente, novas contratações dependem de como será a movimentação de clientes ao longo dos próximos meses.
No entanto, o sentimento da funcionária é de otimismo. “A expectativa é que o pessoal volte a almoçar aqui. Vai mudando devagar. Semana que vem deve ser melhor, a outra também, e assim vai”, disse Márcia.
Flávio Falabella, de 47 anos, já é cliente de casa do restaurante Ponto Savassi 1. Nesta quinta-feira, pela primeira vez depois de muito tempo, foi pessoalmente ao estabelecimento buscar sua marmita para o almoço ao invés de solicitar através do delivery. Para ele, a reabertura do local e demais comércios veio no momento certo para restabelecer a economia de BH.
“Ficamos muito tempo fechados. Tivemos muito desemprego. Dentro das medidas que estão sendo tomadas pelos restaurantes e sendo acompanhadas, acho que é válida a reabertura do comércio”, afirmou Flávio.
Insegurança
Uma das maiores preocupações da população é que, com o relaxamento das normas de restrição da pandemia em Belo Horizonte, os números relativos à COVID-19 voltem a piorar na cidade. Apesar do crescimento recente na taxa de transmissão do vírus, a estatística continua na zona controlada da escala de classificação de risco do indicado.
O secretário municipal de Saúde, Jackson Machado Pinto, disse na coletiva de imprensa que anunciou as flexibilizações que a decisão foi tomada em conformidade com a melhora nos relatórios municipais do coronavírus.
“Todos os indicadores nos levam no sentido da queda. Não há incoerência alguma. O que a gente usa é o RT médio dos últimos sete dias. Desde que ele esteja abaixo de 1, a gente está confortável. O que interessa é ele estar abaixo de 1”, disse o secretário.
No último boletim epidemiológico assistencial da prefeitura, divulgado na terça-feira (20/4), o índice de transmissão por infectado (fator RT) está em 0,92, ou seja, 100 pessoas são capazes de contaminar outras 92.
(Com informações de Mateus Parreiras)
O que é um lockdown?
Saiba como funciona essa medida extrema, as diferenças entre quarentena, distanciamento social e lockdown, e porque as medidas de restrição de circulação de pessoas adotadas no Brasil não podem ser chamadas de lockdown.
Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil
- Oxford/Astrazeneca
Produzida pelo grupo britânico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No país ela é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
- CoronaVac/Butantan
Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a liberação de uso emergencial pela Anvisa.
- Janssen
A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do único no mercado que garante a proteção em uma só dose, o que pode acelerar a imunização. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.
- Pfizer
A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Ministério da Saúde em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autorização para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.
Minas Gerais tem 10 vacinas em pesquisa nas universidades
Como funciona o 'passaporte de vacinação'?
Os chamados passaportes de vacinação contra COVID-19 já estão em funcionamento em algumas regiões do mundo e em estudo em vários países. Sistema de controel tem como objetivo garantir trânsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacinação impõem desafios éticos e científicos.
Quais os sintomas do coronavírus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
Em casos graves, as vítimas apresentam
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.
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