O vereador Eli Corrêa (DEM) defendeu que animais de rua sejam mortos por transmitirem doenças para a população. A declaração foi feita durante sessão da Câmara Municipal de João Pinheiro, Região Noroeste de Minas Gerais, na última segunda-feira (19/4).
"Cachorro na rua tem é que matar, cachorro em rua do jeito que vemos por toda banda, com problema e doença, amontoado, trazendo doença para população. (...) Cachorro de rua para mim é perder tempo. Eu, se passar por cima de um cachorro, nem olho para trás, penso que não tem dono", disse.
As afirmações aconteceram depois que um outro vereador apresentou um projeto de lei para conscientizar as crianças da cidade e criar o mês de prevenção à crueldade animal.
Já Corrêa sugeriu que o sacrifício dos cachorros poderia ser uma alternativa para resolver problemas de zoonoses. "Quando tinha uma carrocinha de catar cachorro, doente morrendo, só ficava aquele que tinha certeza que era saudável, o resto morria tudo."
Indignação e crime
O deputado federal Fred Costa (Patriotas) compartilhou o vídeo em seu Instagram e se mostrou indignado com as declarações do vereador. Costa é autor da Lei Sansão (Lei Federal nº 14.064/2020) que prevê punições mais rigorosas para quem praticar maus-tratos contra animais.
“É inadmissível um vereador fazer apologia a crime contra os animais!!!”
“NÃO TOLERAREMOS QUEM COMPACTUA COM OS MAUS-TRATOS%u203C%uFE0F”
Junto do deputado estadual delegado Bruno Lima (PSL/SP), Costa fez uma representação ao Ministério Público de Minas Gerais para que investigue o caso. Além disso, denunciou o vereador à Polícia Civil e pediu a prisão do parlamentar com base na Lei Sansão.
Os deputados encaminharam, ainda, um ofício à Câmara Municipal de João Pinheiro pedindo a abertura de um processo interno e que o caso seja enviado à Comissão de Ética para que o mandato do vereador seja cassado.
Segundo o site Uol, o caso já está sendo apurado pelo Ministério Público. A promotora Luciana Imaculada de Paula explicou que o vereador pode responder por apologia ou incitação ao crime. "Recebemos a representação por parte do deputado. Ela será enviada ao promotor de Justiça de João Pinheiro para análise e providências no âmbito de suas atribuições criminais.” Já a Polícia Civil informou que ainda não foi notificada sobre o caso.
*Estagiária sob supervisão da editora-assistente Vera Schmitz