Com mais de 70 mil seguidores no Instagram, o médico José Roberto Melo, vai ser investigado pela Corregedoria do Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM-MG). Isso porque ele tem usado a influência nas redes sociais para recomendar o tratamento precoce da COVID-19, medicamentos que não têm comprovação científica no combate à doença.
O médico criou um destaque em seu perfil, com uma série de stories, falando sobre o tratamento precoce da doença. Em alguns desses vídeos, ele fala que o coronavírus não tem cura e os médicos devem agir para minimizar os sintomas.
“Nós sabemos que o coronavírus é uma doença sem cura: nem vacina e nem remédio. Sabemos que essa doença ao longo do seu acometimento, ela desencadeia várias coisas - trombose, dores. Tanto que na síndrome pós-COVID, a dor crônica e falta de ar podem ocorrer por meses. Tem pessoas que estão vivendo desses sintomas hoje porque não tiveram a oportunidade de minimizá-los no início do acometimento da doença. Não estou falando sobre cura, tô falando que é o nosso papel, o nosso dever, desde sempre na história da medicina, combater os mais diversos sintomas”, disse há oito semanas.
Em outros momentos, José chega a comparar o tratamento entre dois pacientes. Um deles, obeso e do grupo de risco que o procurou com três dias após sentir os sintomas e começou a fazer o tratamento com medicamentos recomendados por ele. O outro, um atleta e jovem que demorou mais tempo para dar início ao tratamento e estava em um estado mais crítico.
Apesar de relatar a experiência com seus pacientes, a comunidade científica realizou diversos estudos rigorosos para analisar a eficácia desses medicamentos no tratamento da COVID-19. O nomeado “Kit COVID”, que é composto por hidroxicloroquina, ivermectina, azitromicina, se mostraram inclusive ineficazes ou até mais prejudiciais do que benéficos quando administrados nos quadros leves, moderados e graves da doença.
Ao longo dos últimos meses, diversas entidades nacionais e internacionais se posicionaram contra o coquetel de medicamentos, como a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos e da Europa, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).
Por isso e também por utilizar a influência nas redes sociais, o Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM-MG) informou ao Estado de Minas que o caso foi encaminhado de ofício à Corregedoria para apuração dos fatos.
A reportagem tentou entrar em contato com o médico e não obteve retorno. Também nas redes sociais, ele informou que irá divulgar um vídeo se posicionando sobre a situação ainda nesta sexta-feira (23/4).
O que é um lockdown?
Saiba como funciona essa medida extrema, as diferenças entre quarentena, distanciamento social e lockdown, e porque as medidas de restrição de circulação de pessoas adotadas no Brasil não podem ser chamadas de lockdown.
Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil
- Oxford/Astrazeneca
Produzida pelo grupo britânico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No país ela é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
- CoronaVac/Butantan
Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a liberação de uso emergencial pela Anvisa.
- Janssen
A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do único no mercado que garante a proteção em uma só dose, o que pode acelerar a imunização. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.
- Pfizer
A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Ministério da Saúde em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autorização para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.
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Como funciona o 'passaporte de vacinação'?
Os chamados passaportes de vacinação contra COVID-19 já estão em funcionamento em algumas regiões do mundo e em estudo em vários países. Sistema de controel tem como objetivo garantir trânsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacinação impõem desafios éticos e científicos.
Quais os sintomas do coronavírus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
Em casos graves, as vítimas apresentam
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.
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