Jornal Estado de Minas

PANDEMIA

BH: ruas e praças cheias e outras vazias no primeiro sábado com reabertura



O céu azul sem nuvens deste sábado (24/04) convidou o belo-horizontino a tomar as ruas e praças da cidade para se exercitar no primeiro fim de semana de reabertura de atividades não essenciais.



Contudo, as regras de distanciamento e o uso de máscara foram ignorados por boa parte das pessoas, trazendo à tona os perigos de contaminação pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2).

No Belvedere, Região Centro-Sul de Belo Horizonte, as vias registraram até congestionamento de pedestres e bicicletas, tamanho o volume de frequentadores se exercitando. Tão intenso era o movimento entre a Praça da Lagoa Seca e a Avenida Paulo Camilo Pena que nos cruzamentos os corredores e ciclistas precisavam reduzir a marcha para não bater em quem vinha do sentido oposto.

Entre os carros e nos passeios, passavam pelotões de atletas de fim de semana, corredores, ciclistas, donos de cães, mães com bebês em carrinhos e idosos. A maioria não utilizava máscaras e vários corriam lado a lado, conversando com amigos, instrutores e colegas de atividade. 





Academias e equipes de treinamento de corredores chegaram cedo e demarcaram espaços com banners e bandeiras para funcionar como boxes de apoio, marcando o tempo de voltas dos corredores e fornecendo água para a sua hidratação.

Mas a última onda de mortes e o colapso hospitalar recente afugentaram muita gente de pontos tradicionais para exercício ao ar livre e lazer da capital mineira.

Na Praça JK e na do Papa, por exemplo, apenas alguns pais brincavam nos parquinhos com os filhos pequenos. Poucos donos de cães seguiram para o passeio matinal com o animalzinho.

O movimento modesto animou o advogado Victor Sobral, de 35 anos, a levar a filha de 2 anos para a Praça para correr e pintar telas em um projeto que leva brinquedos e arte ao espaço.





“Sem condições de uma criança dessa idade, com toda a energia que tem, ficar dentro de casa. É prejudicial para os pais que precisam de trabalhar e para o desenvolvimento da criança. Antes estávamos na Praça Alasca, mas com a reabertura pudemos voltar à JK. Aqui está seguro, podemos nos distanciar e usamos máscaras”, disse o advogado.

A Avenida dos Bandeirantes, no Sion, e a Avenida José do Patrocínio Pontes, no Mangabeiras, também tradicionais circuitos para corridas e caminhadas também registraram movimento tímido comparado a épocas antes deste último isolamento.

Leonardo Porto: "Acho que os frequentadores ficaram com medo justamente de aumentar a aglomeração e não vieram" (foto: Juarez Rodrigues/EM/DA Press)


O médico Leonardo Porto, de 49 anos, conta que correu todos os dias da pandemia na Avenida José do Patrocínio Pontes mantendo o distanciamento e o uso de máscara.





“Aqui nunca parou. Mas é impressionante ver que, justamente hoje, que foi o primeiro fim de semana de reabertura, aqui ficou vazio. Acho que os frequentadores ficaram com medo justamente de aumentar a aglomeração e não vieram. Impressiona, realmente, o grande número de pessoas sem máscaras, correndo, ofegantes, ao lado umas das outras”, observa o médico.

flexibilização das atividades restritas para controlar a COVID-19 foi anunciada na segunda-feira (19/4), pelo prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), entre elas a reabertura das atividades comerciais não essenciais a partir da quinta-feira (22/4). Praças e parques também puderam reabrir. As restrições vigoravam desde 6 de março, quando os índices de ocupação de leitos hospitalares (clínicos e UTIs) entraram em colapso e os índices de transmissão da COVID-19 estavam críticos.

O que é um lockdown?

Saiba como funciona essa medida extrema, as diferenças entre quarentena, distanciamento social e lockdown, e porque as medidas de restrição de circulação de pessoas adotadas no Brasil não podem ser chamadas de lockdown.





Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil

  • Oxford/Astrazeneca

Produzida pelo grupo britânico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No país ela é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

  • CoronaVac/Butantan

Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a liberação de uso emergencial pela Anvisa.

  • Janssen

A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do único no mercado que garante a proteção em uma só dose, o que pode acelerar a imunização. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.





  • Pfizer

A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Ministério da Saúde em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autorização para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.

Minas Gerais tem 10 vacinas em pesquisa nas universidades

Como funciona o 'passaporte de vacinação'?

Os chamados passaportes de vacinação contra COVID-19 já estão em funcionamento em algumas regiões do mundo e em estudo em vários países. Sistema de controel tem como objetivo garantir trânsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacinação impõem desafios éticos e científicos.



Quais os sintomas do coronavírus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas gástricos
  • Diarreia

Em casos graves, as vítimas apresentam

  • Pneumonia
  • Síndrome respiratória aguda severa
  • Insuficiência renal

Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.





 

 

Entenda as regras de proteção contra as novas cepas


 

Mitos e verdades sobre o vírus

Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.

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