BH: ruas e praças cheias e outras vazias no primeiro sábado com reabertura
Em certas regiões, houve até 'congestionamento' de corredores, bicicletas e carros; em outras, os frequentadores habituais sumiram
Por
Mateus Parreiras
24/04/2021 10:36 - Atualizado em 24/04/2021 10:53
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O céu azul sem nuvens deste sábado (24/04) convidou o belo-horizontino a tomar as ruas e praças da cidade para se exercitar no primeiro fim de semana de reabertura de atividades não essenciais.
Contudo, as regras de distanciamento e o uso de máscara foram ignorados por boa parte das pessoas, trazendo à tona os perigos de contaminação pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2).
No Belvedere, Região Centro-Sul de Belo Horizonte, as vias registraram até congestionamento de pedestres e bicicletas, tamanho o volume de frequentadores se exercitando. Tão intenso era o movimento entre a Praça da Lagoa Seca e a Avenida Paulo Camilo Pena que nos cruzamentos os corredores e ciclistas precisavam reduzir a marcha para não bater em quem vinha do sentido oposto.
Entre os carros e nos passeios, passavam pelotões de atletas de fim de semana, corredores, ciclistas, donos de cães, mães com bebês em carrinhos e idosos. A maioria não utilizava máscaras e vários corriam lado a lado, conversando com amigos, instrutores e colegas de atividade.
Academias e equipes de treinamento de corredores chegaram cedo e demarcaram espaços com banners e bandeiras para funcionar como boxes de apoio, marcando o tempo de voltas dos corredores e fornecendo água para a sua hidratação.
Na Praça JK e na do Papa, por exemplo, apenas alguns pais brincavam nos parquinhos com os filhos pequenos. Poucos donos de cães seguiram para o passeio matinal com o animalzinho.
O movimento modesto animou o advogado Victor Sobral, de 35 anos, a levar a filha de 2 anos para a Praça para correr e pintar telas em um projeto que leva brinquedos e arte ao espaço.
“Sem condições de uma criança dessa idade, com toda a energia que tem, ficar dentro de casa. É prejudicial para os pais que precisam de trabalhar e para o desenvolvimento da criança. Antes estávamos na Praça Alasca, mas com a reabertura pudemos voltar à JK. Aqui está seguro, podemos nos distanciar e usamos máscaras”, disse o advogado.
A Avenida dos Bandeirantes, no Sion, e a Avenida José do Patrocínio Pontes, no Mangabeiras, também tradicionais circuitos para corridas e caminhadas também registraram movimento tímido comparado a épocas antes deste último isolamento.
Leonardo Porto: "Acho que os frequentadores ficaram com medo justamente de aumentar a aglomeração e não vieram" (foto: Juarez Rodrigues/EM/DA Press)
O médico Leonardo Porto, de 49 anos, conta que correu todos os dias da pandemia na Avenida José do Patrocínio Pontes mantendo o distanciamento e o uso de máscara.
“Aqui nunca parou. Mas é impressionante ver que, justamente hoje, que foi o primeiro fim de semana de reabertura, aqui ficou vazio. Acho que os frequentadores ficaram com medo justamente de aumentar a aglomeração e não vieram. Impressiona, realmente, o grande número de pessoas sem máscaras, correndo, ofegantes, ao lado umas das outras”, observa o médico.
A flexibilização das atividades restritas para controlar a COVID-19 foi anunciada na segunda-feira (19/4), pelo prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), entre elas a reabertura das atividades comerciais não essenciais a partir da quinta-feira (22/4). Praças e parques também puderam reabrir. As restrições vigoravam desde 6 de março, quando os índices de ocupação de leitos hospitalares (clínicos e UTIs) entraram em colapso e os índices de transmissão da COVID-19 estavam críticos.
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