Cerca de 3 mil profissionais que atuam na linha de frente da COVID-19 em todo o país ficaram de fora dos grupos prioritários da campanha de vacinação contra a doença. No caso, os técnicos e engenheiros que atuam na instalação, operação e manutenção de equipamentos utilizados nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) de hospitais e clínicas. A denúncia é da Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para Saúde (Abimed), entidade que representa a categoria.
O presidente da instituição, Fernando Silveira, estima que 20% desses trabalhadores já tenham sido infectados pelo novo coronavírus. Segundo o dirigente, a Abimed reivindica a imunização da classe junto aos estados e ao governo federal desde janeiro deste ano. Nenhuma autoridade teria se sensibilizado com a questão.
“A Secretaria de Saúde de Minas, por exemplo, nos respondeu de forma genérica que segue o Plano Nacional de Imunização (PNI) e pretende vacinar os técnicos em momento oportuno. Apenas isso”, afirma Silveira.
Procurada pelo Estado de Minas, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) ainda não se posicionou sobre o assunto. O governo federal também não retornou os contatos da reportagem.
“Gostaria de lembrar que estamos falando de profissionais de alta especificidade da área da saúde, direta ou indiretamente responsáveis pelo funcionamento de tomógrafos, ventiladores e até camas hospitalares instaladas dentro das UTIs. Um pessoal, portanto, muito exposto, que exerce uma atividade essencial, e que está sendo muito demandado neste momento. Não seria exagero dizer que o adoecimento desta categoria pode se tornar mais um fator complicador da pandemia em sua fase mais crítica”, diz o presidente.
Silveira argumenta que o grupo é pequeno e poderia ser facilmente incluído entre os grupos prioritários da campanha.
Quem são os profissionais da saúde?
O PNI considera como profissionais da saúde médicos, enfermeiros, nutricionistas fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, biólogos, biomédicos, farmacêuticos, odontologistas, fonoaudiólogos, psicólogos, profissionais de educação física, de serviços sociais e médicos veterinários.
O planejamento menciona ainda os técnicos e auxiliares de cada categoria, além de funcionários que prestam suporte, como limpeza e segurança. Não fica claro, no entanto, se os profissionais que atuam na operação, manutenção e instalação de equipamentos hospitalares estão incluídos no grupo.
Conforme o vacinômetro do Ministério da Saúde, 5.751.751 trabalhadores da saúde já foram imunizados com a primeira dose, enquanto 3.279.244 tomaram a segunda.
O planejamento menciona ainda os técnicos e auxiliares de cada categoria, além de funcionários que prestam suporte, como limpeza e segurança. Não fica claro, no entanto, se os profissionais que atuam na operação, manutenção e instalação de equipamentos hospitalares estão incluídos no grupo.
Conforme o vacinômetro do Ministério da Saúde, 5.751.751 trabalhadores da saúde já foram imunizados com a primeira dose, enquanto 3.279.244 tomaram a segunda.
Em Minas, SES-MG contabliza, na tarde desta segunda-feira (26/4), 593.597 (88,6%) profissionais de saúde vacinados com a primeira dose da vacina. Destes, 343.882 já receberam a dose de reforço (51,36%).
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O que é um lockdown?
Saiba como funciona essa medida extrema, as diferenças entre quarentena, distanciamento social e lockdown, e porque as medidas de restrição de circulação de pessoas adotadas no Brasil não podem ser chamadas de lockdown.
Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil
- Oxford/Astrazeneca
Produzida pelo grupo britânico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No país ela é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
- CoronaVac/Butantan
Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a liberação de uso emergencial pela Anvisa.
- Janssen
A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do único no mercado que garante a proteção em uma só dose, o que pode acelerar a imunização. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.
- Pfizer
A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Ministério da Saúde em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autorização para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.
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Como funciona o 'passaporte de vacinação'?
Os chamados passaportes de vacinação contra COVID-19 já estão em funcionamento em algumas regiões do mundo e em estudo em vários países. Sistema de controel tem como objetivo garantir trânsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacinação impõem desafios éticos e científicos.
Quais os sintomas do coronavírus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
Em casos graves, as vítimas apresentam
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.
Entenda as regras de proteção contra as novas cepas
Mitos e verdades sobre o vírus
Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.Para saber mais sobre o coronavírus, leia também:
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