Jornal Estado de Minas

PARALISAÇÃO

Contra 'sucateamento', funcionários da Caixa paralisam atividades

Os funcionários da Caixa Econômica Federal (CEF) decidiram, em assembléia virtual realizada na segunda-feira (26/4) por paralisação de 24 horas em todo o país, a partir da zero hora desta terça-feira (27/4). 



A categoria encontra-se em "estado de greve", segundo a Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro - Contraf-CUT, motivado por "uma série de ataques, tanto contra a instituição financeira, como aos direitos históricos de seus trabalhadores."

A adesão em Belo Horizonte é de 88%, segundo  presidente do Sindicato dos Bancários de BH e Região, Ramon Peres. A base do sindicato é de 3.500 funcionários, em 54 cidades da Grande-BH e seu entorno.

Conforme o diretor da entidade, o governo federal, por meio do ministro da economia Paulo Guedes e o presidente da CEF, Pedro Guimarães, vem orquestrando ataques sistemáticos à instituição e seus funcionários.



O objetivo, segundo o sindicalista, seria driblar a legislação "sucateando direitos trabalhistas e serviços prestados aos brasileiros" de forma a promover a privatização "sem o aval do Congresso, o que não é permitido pela legislação atual."
 
A direção da CEF ajuizou perante o Tribunal Superior do Trabalho  (TST) pedido de tutela provisória e obteve liminar para que sejam mantidos em serviço, 60% dos empregados da Caixa e suas subsidiárias em atividade, "de forma remota ou presencial, a partir da zero hora do dia 27 de abril de 2021 e durante todo o período de greve."
 
Em resposta, a Confederação "exigiu" que sejam mantidos todos os protocolos sanitários e de segurança para os empregados que prestarem serviços presenciais. E que seja respeitado o percentual de 40% dos seus trabalhadores bancários, "que têm o direito constitucional de paralisar suas atividades neste dia 27 de abril de 2021, advertindo que outra atitude resultará no descumprimento da decisão judicial e do disposto na Lei de Greve (artigo 11, caput)".




 
Dados divulgados pela Confederação mostram que em 2020, os empregados atenderam mais da metade da população brasileira, "demonstrando ser a CAIXA imprescindível como banco público e primordial em sua ação social."

De acordo com o documento, no ano passado foram atendidos mais de 120 milhões de brasileiros em busca do auxílio emergencial, seguro desemprego e para saques do FGTS." 
 
Em nota, a assessoria da Caixa informou que está realizando "a maior operação de pagamento de benefícios sociais da história, com liberação do Auxílio Emergencial e Bolsa Família, além da prestação de diversos serviços essenciais."
 
Destaca ainda que "milhões de brasileiros em situação de vulnerabilidade serão atendidos na rede de varejo da Caixa ao longo desta semana. E que a "CAIXA reforça que participa de mesa permanente de negociação com as representações sindicais".
 
A Caixa informou que manteve o atendimento à população regularmente nesta terça-feira (27). Até 13 horas, o banco registrou cerca de 400 mil atendimentos em agências físicas, mais de 6 milhões de transações em caixas eletrônicos e 12 milhões de transações na rede lotérica.

A Caixa realizou ainda o pagamento dos beneficiários do Bolsa Família com NIS final 7 e o crédito dos nascidos em outubro do Auxílio Emergencial. 





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