A Prefeitura de Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), anunciou a compra de 1,2 milhão de doses da vacina russa Sputnik V, desenvolvida pelo Centro de Pesquisas Gamaleya, e informou que as vacinas chegariam até 30 de abril. Porém, na noite de segunda-feira (26/4), em vídeo publicado em rede social, o prefeito Vittorio Medioli adiou a previsão de chegada das doses para final de maio.
Além disso, o impasse para a importação dessa vacina ainda continua sem resolução pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Além disso, o impasse para a importação dessa vacina ainda continua sem resolução pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Betim fez, de forma independente, o acordo de compra com os representantes russos. O valor foi de 11,6 milhões. “Fomos convidados para ir a Moscou, na Rússia, para fazer os últimos acertos. Nós imaginamos que seria possível receber as vacinas até o dia 30 de abril, foi dado como data para o desembarque aqui, mas já passou para o final de maio. Dia 7 de maio, o procurador de Betim, Bruno Cypriano, vai embarcar para Moscou para resolver este assunto. Esperamos realmente que ele, de lá, possa nos dar boas notícias e finalizar esta compra”, disse Medioli no vídeo.
Porém, até o momento, a Anvisa não autorizou a importação e aponta falhas no desenvolvimento e na produção desse imunizante. Conforme nota divulgada pela Anvisa nesta terça-feira (27/4), por falta de dados consistentes e confiáveis, a Diretoria Colegiada (Dicol) da Anvisa decidiu, por unanimidade, não autorizar a importação em caráter excepcional da vacina russa Sputnik V.
De acordo com o relator do processo, diretor Alex Machado Campos, a Agência é conhecida por viabilizar o acesso a medicamentos e vacinas e que, neste momento de pandemia, a instituição tem atuado no limite, mas que não há flexibilização em relação à segurança dos produtos. “A segurança é um aspecto inalienável diante da incerteza do risco. Chegamos até aqui de mãos dadas com a ciência e amparados por evidências”, disse o diretor.
“Foram identificadas falhas no desenvolvimento do produto, em todas as etapas dos estudos clínicos (fases 1, 2 e 3). Também há ausência ou insuficiência de dados de controle de qualidade, segurança e eficácia. Uma das informações preocupantes com relação à avaliação dos dados disponíveis até o momento é que as células onde os adenovírus são produzidos para o desenvolvimento da vacina permitem sua replicação. Isso pode acarretar infecções em seres humanos, podendo causar danos e óbitos, especialmente em pessoas com baixa imunidade e problemas respiratórios, entre outros problemas de saúde”, explica a nota que informa, também, a inexistência, até o momento, de um relatório técnico da Sputnik V por parte do fabricante.
Não só Betim busca a vacina russa. Governadores de 14 estados enviaram pedidos de importação da vacina Sputnik V para a Anvisa: Acre, Alagoas, Amapá, Bahia, Ceará, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rondônia, Sergipe e Tocantins, além dos municípios fluminenses de Maricá e Niterói.
Betim vacina idosos de 62 anos contra a COVID-19 a partir de quarta-feira (28/4)
Com as doses fornecidas pelo governo federal, nesta quarta-feira (28/4) os idosos de 62 anos começarão a ser imunizados em Betim. As vacinas estarão disponíveis nas 36 Unidades Básicas de Saúde, das 8h às 17h. A previsão é de que cerca de 3.873 idosos desta faixa etária sejam atendidos.
O novo lote de vacinas, que será entregue ao município nesta terça-feira (27/4) pela Secretaria de Estado da Saúde (SES-MG), permitirá que a prefeitura também dê continuidade à imunização de trabalhadores da saúde – que podem se cadastrar pelo link – e dos trabalhadores das forças de segurança e salvamento - que podem se cadastrar por este link.
A aplicação da vacina para esses dois grupos está sendo realizada no Serviço de Atendimento à COVID-19, anexo ao Centro de Referência Regional de Saúde do Trabalhador (Cerest), por meio de agendamento. No dia marcado para a imunização, o trabalhador deverá apresentar carteira funcional ou outro documento que comprove sua identidade e seu vínculo empregatício.
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