Um sistema de enclausuramento e transporte para contaminados com a COVID-19 ou outras doenças infecciosas foi desenvolvido na Universidade Federal de Lavras (UFLA), no Sul de Minas. O equipamento isola o paciente e reduz a possibilidade de infecção aos profissionais envolvidos no transporte e ao ambiente. A maca comporta uma pessoa de dois metros de altura e até 250kg.
O sistema é capaz de manter uma atmosfera controlada internamente, com um fluxo de ar contínuo, de acordo com o protocolo médico necessário ao paciente, além do controle de vazão e pressão e total desinfecção do vírus no momento da saída do ar, diferentemente de todas as outras soluções disponíveis no mercado mundial.
O sistema – com todo o processo de desenvolvimento, testes laboratoriais e de engenharia – demorou um ano para ser desenvolvido por 12 pessoas, entre professores e alunos.
“Muitos equipamentos parecidos foram utilizados em Wuhan, na China, e nós estudamos bastante essas soluções e identificamos algumas oportunidades de melhoria como, por exemplo, a troca de ar. Se você joga o ar que está dentro do sistema para fora, você está contaminando o ambiente externo. O primeiro diferencial do nosso equipamento é a desativação do vírus na saída. O ar que é descarregado ao meio externo é inofensivo ao ser humano”, explica o responsável pelo projeto, professor Sandro Pereira da Silva.
Entenda como funciona o equipamento
“Muitos equipamentos parecidos foram utilizados em Wuhan, na China, e nós estudamos bastante essas soluções e identificamos algumas oportunidades de melhoria como, por exemplo, a troca de ar. Se você joga o ar que está dentro do sistema para fora, você está contaminando o ambiente externo. O primeiro diferencial do nosso equipamento é a desativação do vírus na saída. O ar que é descarregado ao meio externo é inofensivo ao ser humano”, explica o responsável pelo projeto, professor Sandro Pereira da Silva.
A estrutura foi concebida de forma hermética e totalmente vedada, criando uma atmosfera positiva e isolada, diferentemente de todas as outras disponíveis no mercado. O momento em que o paciente expira, o vírus fica "preso" dentro do sistema de transporte, pois a saída de ar para atmosfera é controlada, em vazão e pressão, com filtros determinados e adição de fluído para desativar o vírus, ou seja, a saída de ar é completamente isenta de COVID-19, pois passa por um sistema de nebulização imerso em álcool glicerinado.
O equipamento pode ser usado entre alas hospitalares, considerando ainda deslocamentos de CTI e de ambientes externos, mas foi dimensionado também para ser utilizado em Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e em helicópteros, caso necessário.
“Estudos mostram que o vírus se mantém suspenso no ambiente por cerca de três horas e, considerando que o ambiente hospitalar possui maior número de prováveis doentes com coronavírus, há um constante risco de disseminação viral. Ao manter o paciente contaminado dentro do sistema de enclausuramento, minimiza-se a contaminação durante o seu deslocamento. Além disso, o sistema terá a sua aplicação não só no combate da COVID-19, mas para qualquer doença que permita contágio entre as pessoas, como tuberculose, meningite, entre outras”, ressalta o professor Sandro.
No momento, o projeto está no Comitê de Ética para ser testado em pessoas e, em breve, já estará aberto à parceiros que queiram replicar o modelo. Os estudos foram financiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e pelo Ministério da Educação (MEC-SISU). Empresas privadas com interesse em apoiar o projeto podem encaminhar e-mail ao responsável sandro.silva@ufla.br.
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