Jornal Estado de Minas

ACIDENTE

Vereador pede que PBH restrinja fluxo de caminhões em rua de acidente

Depois do acidente registrado no Bairro Buritis, na Região Oeste de BH, este mês, comerciantes e moradores da Rua Rubens Carporali Ribeiro se mobilizaram em prol de ações que buscam proibir a circulação de veículos pesados no local.





O vereador Braúlio Lara (Novo), morador de um prédio próximo ao acidente em que um caminhão carregado de mármore desceu desgovernado no feriado de Tiradentes (21/4), disse que, a pedido dos vizinhos, encaminhou à Prefeitura de Belo Horizonte (PBV) e à Câmara de Vereadores um requerimento que busca adotar maiores restrições no fluxo de caminhões e demais veículos volumosos na região.

Rodrigo Barbosa, sócio da Construtora Oliveira Barbosa, responsável pela imobiliária que foi completamente destruída pelo caminhão, disse que o projeto é uma alternativa para que acidentes, como o ocorrido em seu negócio, não ocorram novamente. “Estamos juntos com o Braulio Lara e com a turma do Buritis para proibir a descida de caminhões nessa rua. É isso que vai aliviar um pouco nossa preocupação", disse o empresário.

Prédio continua em obras para restruturar a área atingida (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
André Luiz Pereira, gerente da Drogamaxi Buritis que também faz parte do centro comercial da fatalidade, estava trabalhando no dia do acidente. Junto de duas funcionárias e um casal de clientes que também encontravam-se no comércio, registrou o momento em que todo o acidente aconteceu, bem à frente dos seus olhos. “Eu tinha acabado de passar pelo caixa, a buzina do caminhão dispersou a gente e nos escondemos. O caminhão desceu em uma fração de segundos. Minha primeira reação após o acidente foi ver se conseguiria ajudar o motorista.”





Para o gerente, o momento de terror vivenciado na semana passada apenas ressaltou o perigo da circulação de caminhões no local e apoia a ação que trará maiores restrições dos veículos na rua. “Geralmente, quando ocorre qualquer acidente no Anel Rodoviário, eles desviam para dentro Buritis.
Acho que deve ser feita uma área de escape. O morro aqui é bem íngreme e, só depois que acontece o acidente, você pensa 'é, pode acontecer de novo aqui'. Então, se puder evitar”, disse André.

Vitor Esteves é síndico da Gestpro e gerencia há quatros o estabelecimento de 11 lojas atingido pelo caminhão. Além do impacto na COB imobiliária, todo o sistema de rede de água do prédio foi danificado, e somente nesta quarta-feira (28/4) houve o restabelecimento do insumo para o comércio local.





Segundo o responsável pelo condomínio, é importante aumentar a segurança, implantando uma via em sentido único, para subir, no caso. Já resolveria o risco iminente de veículos descerem sem freios”, informou o síndico.

Caso antigo


Nessa segunda-feira (26/4), o vereador Bráulio Lara (Novo) entrou com dois pedidos para restringir o fluxo de veículos pesados na rua do bairro. Um foi feito na PBH, e o outro, na Comissão de Desenvolvimento Econômico, Transporte e Sistema Viário da Câmara dos Vereadores (CMBH), na qual é vice-presidente. 

Segundo o vereador, o maior problema é a circulação de veículos volumosos, como os caminhões, que, sem a devida orientação em ruas e avenidas com alta declividade, podem gerar acidentes como o da semana passada.





“O objetivo é trazer discussões. Sabemos que existem várias limitações legais. Porém, como vereador, protocolei pedidos para a prefeitura, para que ela, juntamente com a BHTrans, faça um estudo do que é possível criar para políticas de trânsito com as restrições municipais, para que isso não aconteça novamente. Já dentro da própria Câmara, encaminhei para a comissão uma audiência e visita técnica, ou seja, disparei duas frentes de trabalho para dar uma resposta à população”, acrescentou o vereador.

Coincidentemente, Bráulio mora em um prédio que fica bem próximo do centro comercial. “O Bairro Buritis é um local montanhoso, são pequenas cautelas. Esse senhor que morreu saiu do Espírito Santo levando uma carga de granito para Nova Lima. Então, qual a conexão dele com a região? É o tipo de veículo que precisa ficar na estrada principal, não tem que desviar de rota em bairros ou qualquer área urbana mais central da cidade”, disse Bráulio.

Loja destruída


Cristina Pereira relata o alívio de não estar no local no momento do acidente (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Desde o primeiro dia do acidente, funcionários da COB imobiliária trabalham na remoção de escombros, limpeza de detritos e escoramento da loja. O espaço teve quase perda total. O que foi salvo foi apenas a papelada e alguns computadores usados pelos funcionários.





Cristina Pereira trabalhava em uma área atingida pelo caminhão. Porém, por sorte, no dia ela não estava no escritório, onde atua como gerente há cinco anos. Enquanto a reestruturação do local ainda não é concluída, o condomínio forneceu uma outra loja, vazia, para que a atividade da empresa prosseguisse. 

“A gente em casa, nem imagina que algo tipo poderia acontecer. E se estivéssemos lá poderia ter sido pior. Quando eu soube, foi uma sensação de susto e alívio ao mesmo tempo. Alívio por não estar no local. Mas, esperamos agora dar sequência ao nosso trabalho e bola para frente. Agradecer a Deus por não estarmos lá no dia do acidente e hoje, aqui, contando essa história”, disse a gerente.
 
* Estagiária sob supervisão da subeditora Ellen Cristie.  

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