A luta dos pacientes transplantados e com doenças renais crônicas parece não ter fim. Além de ainda não terem uma data prevista para serem vacinados contra a COVID-19, eles ainda têm que passar pela dificuldade de tentar encontrar os remédios necessários para os tratamentos nas unidades da Farmácia de Minas.
Maurício Victor, presidente do grupo Transvidas, grupo que está apoiando e representando os protestos dos pacientes, afirma que nenhum órgão oficial deu algum posicionamento para eles sobre a data prevista de vacinação. Ele reforça também que atualmente são 110 mil pessoas transplantadas no Brasil à espera da vacina contra a COVID-19.
Há exato 1 ano, a capa de nossa edição impressa destacava o "E daí?" do presidente Jair Bolsonaro ao comentar o fato de o Brasil atingir 5.017 mortos por #COVID-19 e ultrapassar a China. pic.twitter.com/ISs5pAV5hK
— Estado de Minas (@em_com) April 29, 2021
Conceição Aparecida, de 57 anos moradora da cidade de Coronel Fabriciano. no Leste de Minas, é mãe de Aline Gonçalves, de 30, que foi transplantada em 2017. Ela ressalta que a filha depende de três tipos de remédio.
"Desde o dia 12 de abril o remédio Tacrolimo de 1 mg e 5 mg está em falta na Farmácia de Minas. Nesta quarta (28/4), liguei lá e eles me disseram que não tem disponível. E dia 9 de maio já preciso voltar lá para buscar os medicamentos do próximo mês, mas como, se não consegui pegar nem dos meses passados?.”
"Desde o dia 12 de abril o remédio Tacrolimo de 1 mg e 5 mg está em falta na Farmácia de Minas. Nesta quarta (28/4), liguei lá e eles me disseram que não tem disponível. E dia 9 de maio já preciso voltar lá para buscar os medicamentos do próximo mês, mas como, se não consegui pegar nem dos meses passados?.”
Conceição acrescentou que a situação piorou muito nos últimos anos. "De uns dois anos para cá, principalmente com o atual presidente, começou a faltar bastante este remédio. Como ele é um remédio muito caro, dependemos de ter que ir à Farmácia de Minas para poder pegar”.
“A gente como mãe fica sem saber como fazer. Foi tão difícil conseguir o transplante para minha filha e agora precisamos lutar mais uma vez para conseguir os medicamentos desse procedimento. Quando falta remédio é igual quando falta comida, né? Você fica apertado”, lamenta Conceição Aparecida.
Questionada sobre a previsão de vacinas para o grupo de comorbidades, a Prefeitura de Belo Horizonte respondeu por meio de nota. Veja a íntegra da nota abaixo:
A Prefeitura de Belo Horizonte informa, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, que segue as recomendações do Ministério da Saúde para a campanha de vacinação. De acordo com a última orientação formal do Plano Nacional de Imunização (PNI), do dia 26 de abril, dentro do público de comorbidades, devem ser priorizados os que tenham Síndrome de Down, sejam pacientes renais crônicos, gestantes e puérperas.
Os critérios, a documentação exigida e as datas de vacinação para pessoas com comorbidades serão divulgadas no momento oportuno. A Prefeitura aguarda o recebimento das doses e a estratégia de vacinação dependerá da efetiva entrega de novas remessas de vacinas.
No município são cerca de 290 mil pessoas com comorbidades definidas pelo Ministério da Saúde como prioritárias para imunização. As comorbidades podem ser consultadas neste link.
Já a Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), explicou que "o medicamento Tacrolimo (1mg e 5mg) é adquirido pelo Ministério da Saúde. O item já foi entregue pelo MInistério e a distribuição foi autorizada no dia, 28/4, para as Regionais de Saúde".
*Estagiária sob supervisão do subeditor Frederico Teixeira