Uma área de 70 mil metros quadrados em Ouro Preto, Região Central de Minas Gerais, vai se transformar em um parque público urbano de lazer e esportes. As obras da construção do parque se deram por meio de negociações entre a prefeitura de Ouro Preto e a empresa de alumínios Novelis, que encerrou as operação de alumínio primário na cidade no final de 2014. Agora com autorização da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), a empresa poderá reparar a área que um dia foi um depósito de rejeitos da fábrica conhecido como buraco quente.
Segundo o Procurador Geral de Ouro Preto, Diogo Ribeiro dos Santos, foi proposto pela empresa um processo de remediação e reparação para a área, sendo autorizado pelo órgão ambiental de Minas Gerais a realização das obras de reparação da área degradada. “A Novelis está finalizando a primeira etapa desse processo de remediação e vai submeter as informações ao órgão ambiental para que a segunda etapa seja desenvolvida. A previsão de entrega do parque é para dezembro de 2021”.
Ainda segundo o procurador geral, no início da gestão do prefeito Angelo Oswaldo a empresa procurou a prefeitura e apresentou a proposta, sendo remetida todas as informações do processo de remediação da área para a Secretaria de Meio Ambiente para análise técnica. “A proposta é que após a construção do parque de esporte e lazer, a Novelis faça a doação do imóvel ao município em conformidade com algumas obrigações que estão sendo negociadas entre as partes”.
De acordo com o prefeito Angelo Oswaldo, o parque será uma área esportiva e ambiental e vai contar com duas quadras, um campo society, pista de skate, pista de caminhada e pista de ciclismo e pretende beneficiar a juventude de Ouro Preto.
“Em uma visita técnica que a prefeitura fez juntamente com as secretarias de Meio Ambiente, Casa Civil, de Governo ao local, o procurador e consultor na Novelis apresentou a planta da área onde será entregue um dos mais modernos parques urbanos do Brasil”.
Mesmo com encerramento das atividades de fábrica na cidade, Ribeiro dos Santos afirma que a empresa possui inúmeros problemas relacionados às áreas degradadas, parcelamento irregular de solo, discussão de posse e propriedade.
“A empresa também é ré de algumas ações civis públicas ajuizadas pelo Município e ainda responde vários outros inquéritos civis na cidade em razão de sua operação”.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânica e de Material Elétrico de São Julião, Roberto Wagner de Carvalho, que esteve à frente na época do encerramento das atividades da fábrica afirma atualmente não acompanha a reparação da área, mas que na época, a o sindicato e outras entidades denunciaram ao Ministério Público todos os passivos ambientais que a Novelis deixaria. “Tenho dúvida desta área de laser, se ela está sendo construída sobre resíduo tóxico”.