De acordo com o “vacinômetro” da Secretaria de Estado de Saúde, Montes Claros, no Norte de Minas, já recebeu 108.118 doses de vacina contra a COVID-19 e foram aplicadas 73.852 doses – sendo imunizadas 52.996 pessoas com a primeira dose e atendidas outras 20.856 com a segunda. O painel ainda mostra que existem 34.266 doses enviadas ao município que ainda não foram aplicadas.
A secretária municipal de Saúde de Montes Claros, Dulce Pimenta, disse na tarde desta segunda-feira (3/5), no entanto, que os dados do vacinômetro estão defasados.
Ela negou que o município esteja estocando vacina ou tenha algum atraso na imunização. Dulce Pimenta afirmou que desde 20 de abril que o Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunização (SPNI), do Ministério da Saúde, tem atraso no processo dos dados da vacinação de Montes Claros.
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Segundo ela, das 108.188 doses da vacina contra a COVID-19 recebida até esta segunda-feira, o município só dispõe de 11.878 doses ainda a serem aplicadas. Desse estoque, 9.943 estão reservadas para a segunda dose, restando somente 1.935 doses para a primeira aplicação.
Segundo ela, das 108.188 doses da vacina contra a COVID-19 recebida até esta segunda-feira, o município só dispõe de 11.878 doses ainda a serem aplicadas. Desse estoque, 9.943 estão reservadas para a segunda dose, restando somente 1.935 doses para a primeira aplicação.
Dulce alega que outras 3.955 doses enviada à cidade foram consideradas como perdas, a grande maioria (3.660) por problemas nos lotes.
“Por exemplo, existem lotes com frascos que teriam de ser com 10 doses, mas que só vieram com nove doses”, explica.
“Por exemplo, existem lotes com frascos que teriam de ser com 10 doses, mas que só vieram com nove doses”, explica.
De acordo com os números apresentadas pela secretária municipal de Saúde, das 108.420 doses da vacina contra o novo coronavírus recebidas, a Prefeitura de Montes Claros já aplicou 90.420 doses.
Atualmente, o município realiza a imunização de idosos acima de 61 anos.
Atualmente, o município realiza a imunização de idosos acima de 61 anos.
Dulce Pimenta garantiu que o município não tem nenhum atraso na vacinação: “A maior dificuldade que podemos ter é a falta de vacina. A Prefeitura de Montes Claros montou uma estrutura para a vacinação que está pronta. Chegando mais vacinas podemos abrir novas salas e novos pontos de imunização”.
A secretária argumentou ainda que a prefeitura decidiu “guardar” as vacinas para a segunda dose, para aplicação no tempo correto em pessoas que já receberam a primeira.
“Houve o anúncio de que aqueles municípios que optassem por usar (antecipadamente) as vacinas da segunda dose por sua conta e risco não haveria garantia de que (o Ministério da Saúde) iria repor a segunda dose. Por isso, em Montes Claros, de forma responsável, o prefeito (Humberto Souto) decidiu que as vacinas da segunda dose teriam que ser reservadas”, relatou.
“Houve o anúncio de que aqueles municípios que optassem por usar (antecipadamente) as vacinas da segunda dose por sua conta e risco não haveria garantia de que (o Ministério da Saúde) iria repor a segunda dose. Por isso, em Montes Claros, de forma responsável, o prefeito (Humberto Souto) decidiu que as vacinas da segunda dose teriam que ser reservadas”, relatou.
Dulce Pimenta lembrou ainda que municípios que usaram todas as vacinas recebidas para a aplicação da primeira dose agora agora enfrentam a falta do imunizante para a segunda aplicação.
Nesses municípios, disse, pessoas estão procurando as unidades de saúde para receberem a segunda dose da vacina contra a COVID-19 e não estão sendo atendidas, tendo que aguardar da chegada do imunizante.
Nesses municípios, disse, pessoas estão procurando as unidades de saúde para receberem a segunda dose da vacina contra a COVID-19 e não estão sendo atendidas, tendo que aguardar da chegada do imunizante.
A reportagem encaminhou questionamento ao Ministério da Saúde, que não retornou até o fechamento desta matéria.
Secretaria estadual diz que contagem é dos municípios
A Secretaria de Estado de Saúde (SES) informou que a contabilização e inserção dos dados de pessoas vacinadas nos sistemas oficiais deve ser realizada, obrigatoriamente, pelos municípios.
“As prefeituras recolhem dados das salas de vacinação de todo o estado e inserem os números diretamente no Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SIPNI), do Ministério da Saúde, sem acesso por parte do governo estadual. Os dados podem ser inseridos a qualquer momento, o que torna a informação dinâmica, dependente da atualização constante dos municípios”, argumenta a SES.
A pasta afirma que as prefeituras também têm a opção de preencher diariamente o formulário on-line da Sala de Situação da SES-MG: “O compilado dessas informações é apresentado no vacinômetro, ferramenta desenvolvida pela SES-MG para estimar a evolução da cobertura vacinal para 1º e 2º dose das vacinas contra a COVID-19".
De acordo com os dados do vacinômetro, até esta segunda-feira, 3.286.367 pessoas tomaram a primeira dose e 1.626.870 pessoas foram vacinadas com a segunda dose em Minas.
A SES esclarece, porém, que “esse número não corresponde às pessoas que deveriam ter tomado a segunda dose e não a tomaram no prazo correto".
“Isso porque os números apresentados no vacinômetro são uma estimativa da vacinação em todo o estado, a partir de dados fornecidos pelas prefeituras, e podem apresentar defasagem, seja por ausência de preenchimento por parte dos municípios ou por outros fatores que influem os números, como o fato de ainda não ter chegado a data para a aplicação da segunda dose”, explica a pasta.