Jornal Estado de Minas

COVID-19

Domingos restritos freiam tráfego intenso na reabertura de BH

A retomada das atividades não essenciais em Belo Horizonte após 46 dias de progressivas restrições de funcionamento para controle da COVID-19 ainda não se refletiu em disparada do tráfego na capital mineira e um dos motivos foi a manutenção dos domingos com restrições.



Nos primeiros 11 dias após a flexibilização, entre 22 de abril e 2 de maio de 2021, o trânsito registrou 5 pontos percentuais de alta, segundo monitoramento do aplicativo de transporte Waze. No período de suspensão gradual das atividades não essenciais, entre 6 de março e 21 de abril, o trânsito registrado pela ferramenta em BH estava em média 30% abaixo do volume normal pré-pandemia. Com a reabertura sob regras sanitárias, subiu para -25% do comportamento observado antes da chegada do novo coronavírus (Sars-CoV-2) à cidade.

Boa parte desse impacto se refere aos domingos, que durante os dois primeiros meses de 2021 tinham 30% menos movimento que um dia regular, caíram para -41% com as restrições, mas subiram para apenas -35% com a reabertura não os incluindo.

O volume atual de carros, motos, ônibus e caminhões é semelhante a agosto de 2020, que apresentou -28,7% de movimento, logo após mais uma flexibilixação seguindo o primeiro pico de disseminação e morte da pandemia na capital mineira, em julho de 2020. Na época desse pico, o tráfego chegou a ser 42% menor que os volumes pré-pandêmicos.



A nova fórmula de flexibilização ajudou a controlar os índices de tráfego e com isso a movimentação das pessoas. Isso, porque aos domingos apenas atividades essenciais podem abrir. O dia da semana é exatamente o que mais volumes de veículos transitando registrou durante a pandemia.

Com isso, os dias que mais registraram movimento em BH após a reabertura foram a segunda-feira, dia 26 de abril, com -11% do normal antes da epidemia, e a terça-feira seguinte, dia 27, com -18%, o primeiro início de semana de trabalho com flexibilização.

O maior pico registrado em 2021, com a chegada das novas variantes, ocorreu em fevereiro, mês do carnaval. Mesmo com os apelos do Comitê de Enfrentamento à COVID-19 da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), o mês da folia foi intenso e computou -16% do volume médio antes da infecção. Apenas em dezembro de 2020 e em janeiro de 2021 o movimento foi mais intenso em média, antes das variantes que vieram de Manaus, em uma época de índices controlados, apresentando -14,1% e -13,5% respectivamente.



O mais alto pico de tráfego de toda a pandemia ocorreu às vésperas do natal, em 22 de dezembro, quando a quantidade de veículos nas ruas belo-horizontinas foi 11% superior ao  correspondente pré-pandemia. Em 2021, o dia 22 de fevereiro foi o mais movimentado, com 1% acima do esperado antes da doença infecciosa circular.

Área da Contorno - A empresa de transporte e trânsito de Belo Horizonte (BHTrans) também registrou um aumento modesto no tráfego de veículos pelas ruas do perímetro interno da Avenida do Contorno após a reabertura. Durante a vigência da suspensão de atividades não essenciais, foram computados 74,3% do volume normal de veículos, com média diária de 208.047 veículos circulando no perímetro semanalmente, sendo que o normal seriam 280 mil.

Na semana mais recente monitorada pela BHTrans com dias de flexibilização, entre os dias 18 e 24 de abril - apenas os dias 22, 23 e 24 são de reabertura -, o volume foi de 215.298, ou 77% do fluxo comum. A BHTrans informa que durante a pandemia há regras de circulação adaptadas. Está dispensada, por exemplo, a ativação dos créditos eletrônicos do Sistema de Estacionamento Rotativo na Área Hospitalar. A medida permanece até a sua revogação.



"A área hospitalar, liberada para o uso do rotativo, compreende as vias internas ao perímetro: Avenida dos Andradas com Alameda Ezequiel Dias, seguindo as avenidas dos Andradas, do Contorno, Carandaí, Brasil, Afonso Pena, Rua Pernambuco e Alameda Ezequiel Dias até avenida dos Andradas", informa a empresa.

Movimento de passageiros também foi maior que no período de restrições, mas não em volume absurdo (foto: Jair Amaral/EM/D.A.Press)
Em uma semana de dias úteis típicos, a média de passageiros transportados todos os dias seria de 1.271.755, sendo cumpridas 24.741 viagens. Durante a suspensão das atividades não essenciais, esse volume foi de 542.133, o que representa 42,6% dos passageiros. Já as viagens encolheram para 57%, com média diária de 14.112.

A reabertura representou uma demanda de 591.462 passageiros (47%) com 14.398 (58%) viagens, lembrando que o período mais recente computado pela BHTrans é entre os dias 18 e 24 de abril, contendo apenas os dias 22, 23 e 24 de reabertura das atividades.



A empresa informa que durante a pandemia os quadros de horários das linhas do transporte coletivo municipal estão alterados. "As mudanças são definidas de acordo com os decretos publicados e demandas de viagens. Todos os dias a operação do sistema é analisada e, havendo necessidade, são feitas adequações para o dia seguinte. Diariamente a BHTtrans fiscaliza a operação do transporte coletivo e, sempre que necessário, notifica os consórcios para que disponibilizem ônibus extras para suprir a demanda. O monitoramento acontece também por meio de câmeras do COP.

Dados do Waze - Os dados de variação percentual de quilômetros/milhas rodados compartilhados são agregados, anonimizados e provenientes do aplicativo Waze. Segundo esse  serviço, que é um dos braços do Google, os dados mostram o aumento ou a redução dos quilômetros rodados como uma variação percentual comparada a dados de base.

"As variações por dia são comparadas a valores de base referentes ao mesmo dia da semana. O valor de base é uma média do dia da semana correspondente durante um período de duas semanas (11 a 25 de fevereiro de 2020)", informa o aplicativo.



Os relatórios mostram tendências de duas semanas considerando os dados mais recentes de aproximadamente dois a três dias anteriores. "Como acontece com todas as amostras, isso pode ou não representar o comportamento exato de uma população maior. Tratatam-se de "insights que foram gerados com base em critérios de privacidade diferenciados para proteção da privacidade dos usuários. Nenhuma informação de identificação pessoal (como local, contatos ou deslocamento de um indivíduo) é incluída nesses dados".

O que é um lockdown?

Saiba como funciona essa medida extrema, as diferenças entre quarentena, distanciamento social e lockdown, e porque as medidas de restrição de circulação de pessoas adotadas no Brasil não podem ser chamadas de lockdown.



Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil

  • Oxford/Astrazeneca

Produzida pelo grupo britânico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No país ela é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).





  • CoronaVac/Butantan

Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a liberação de uso emergencial pela Anvisa.

  • Janssen

A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do único no mercado que garante a proteção em uma só dose, o que pode acelerar a imunização. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.

  • Pfizer

A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Ministério da Saúde em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autorização para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.





Minas Gerais tem 10 vacinas em pesquisa nas universidades

Como funciona o 'passaporte de vacinação'?

Os chamados passaportes de vacinação contra COVID-19 já estão em funcionamento em algumas regiões do mundo e em estudo em vários países. Sistema de controel tem como objetivo garantir trânsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacinação impõem desafios éticos e científicos.



Quais os sintomas do coronavírus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

Em casos graves, as vítimas apresentam

Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.

 

 

Entenda as regras de proteção contra as novas cepas


 

Mitos e verdades sobre o vírus

Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.



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