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Estado de Minas PANDEMIA

Abrasel reclama que bares e restaurantes de BH seguem fechados aos domingos

Nesta quinta-feira (6/5), o prefeito Alexandre Kalil anunciou que apenas supermercados e padarias poderão funcionar a partir deste domingo (9/5)


06/05/2021 12:25 - atualizado 06/05/2021 13:29

Prefeitura de BH determinou apenas que o horário de funcionamento para bares e restaurantes seja estentido de 11h às 19h(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Prefeitura de BH determinou apenas que o horário de funcionamento para bares e restaurantes seja estentido de 11h às 19h (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)


No próximo domingo (09/5), quando se celebra o Dia das Mães, bares e restaurantes de Belo Horizonte continuarão fechados.

Conforme anunciado pelo prefeito Alexandre Kalil (PSD) nesta quinta-feira (6/5), apenas supermercados e padarias poderão voltar à atividade na data.

A medida gerou grande insatisfação na Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-MG), entidade representativa do setor, e em donos dos estabelecimentos.

Leia também: 
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Quebrando expectativas da volta do funcionamento do setor neste domingo de feriado, o  prefeito informou, em coletiva de imprensa realizada nesta manhã, que os bares e restaurantes devem permanecer abertos somente de segunda a sábado, com permissão para venda de bebidas alcoólicas. No entanto, o horário para a atividade foi estendido de 11h às 16h para mais três horas, às 19h.

O pequeno avanço no relaxamento das restrições para o setor não foi bastante para Matheus Daniel, presidente da Abrasel-MG. Nesta quarta-feira (05/5), a entidade havia apresentado um protocolo ao município para que o horário de funcionamento dos estabelecimentos fosse ampliado até 22h, especialmente aos domingos.

“Essa flexibilização até às 19h não atende o setor de bares e restaurantes. É um total desconhecimento do comitê de como funciona um restaurante. O que eles tão fazendo não adianta, não ajuda de forma alguma. Nosso pleito não caiu. Ficar mais 14 dias para esperar por uma nova flexibilização é inviável para o setor, declarou o presidente em entrevista ao Estado de Minas

Para Matheus Daniel, a restrição dos horários de bares e restaurantes incentiva, ainda mais, a população da cidade a se aglomerar em locais em que não há um controle de cumprimento das medidas sanitárias, e assim causando uma piora nos índices de contaminação pela COVID-19

“A gente precisava de flexibilizar para atender às pessoas. O próprio infectologista Carlos Starling afirmou na última entrevista, anterior a esta, que as pessoas que estão se aglomerando em casa é mais contagioso que os transportes coletivos e que manteria os bares abertos. Era preferível deixar os restaurantes abertos em horários estendidos para dividir o fluxo e as pessoas terem opções de ir aos lugares que seguem os protocolos. Deixar as pessoas em casa é aumentar a contaminação”, disse o presidente.

O presidente da Abrasel reforçou que o comércio gastronômico enfrenta grandes dificuldades para se manter durante a pandemia. Mesmo com expectativas mais moderadas, o Dia das Mães, data que tradicionalmente movimenta o setor, era aguardado pelos donos dos estabelecimentos como mais uma chance para tentar recuperar os prejuízos financeiros durante o tempo em que a cidade esteve fechada para atividades não essenciais. Em março, os hospitais de BH estavam com 100% de ocupação de leitos de UTI.

“Temos que lembrar que 91% do setor conseguiu sequer pagar o salário no mês passado. Está todo mundo quebrado. Manter os restaurantes fechados, mesmo com os índices caindo e com toda Região Metropolitana aberta mostra que a promessa do prefeito que ‘a hora é de ajudar’ é uma mentira. Ele não está ajudando em nada”, declarou Matheus Daniel.

O presidente da entidade também apontou que falta uma melhor sintonia entre os gestores municipais das cidades metropolitanas. Segundo ele, uma ação feita dentro de uma cidade acaba afetando as demais. Portanto, políticas públicas realizadas em conjunto é a melhor forma de tentar combater o coronavírus na região e proteger os moradores.

“Enquanto os políticos não entenderem que tem que haver uma ação coordenada entre todas as cidades da Região Metropolitana, a gente não vai avançar. A pandemia é uma só. A pandemia que tem aqui é a mesma que em Nova Lima, Contagem. Não adianta Belo Horizonte continuar fechada e as outras cidades abertas ou o contrário. Tem que haver um trabalho em conjunto. A política não pode ficar acima das pessoas”, afirmou Matheus.

Esperança continua


Aldecir Pereira, chef de cozinha e responsável pelo restaurante Dona Derna, no Bairro Savassi(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Aldecir Pereira, chef de cozinha e responsável pelo restaurante Dona Derna, no Bairro Savassi (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)


Aldecir Pereira, chef de cozinha e responsável pelo restaurante Dona Derna, localizado no Bairro Savassi, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, disse ao Estado de Minas que recebeu a notícia sobre os estabelecimentos fechados aos domingos com preocupação. Segundo ele, a reabertura no dia apenas para os supermercados, padarias e feiras não seria tão diferente da volta também para o setor.

“Acho que o Kalil está certo. Mas, abrir feiras e clubes e não abrir restaurante não faz sentido. Se abriu clube é aglomeração, se abriu feira é aglomeração, então restaurante deveria abrir também”, informou o cozinheiro.

Com mais de 30 anos de história, o Dona Derna é um dos restaurantes mais tradicionais da capital mineira. Aldecir relatou que, como impacto da pandemia, o comércio teve que reduzir os salários dos funcionários e sofre dificuldades para tentar manter as contas em dia. A esperança agora é que até no próximo fim de semana a prefeitura autorize o funcionamento do setor aos domingos novamente.

“O impacto aqui está sendo forte. Nosso maior movimento é de sábado e domingo. Mesmo que tenha aumentado o horário no sábado, melhorou, mas o domingo ainda é nosso melhor dia. Creio que na semana que vem ele abrirá os restaurantes no próximo domingo, deve esperar só passar o Dia das Mães”, relata o chef de cozinha.
 

Prejuízos irreparáveis 

Para Fernando Batista, dono do Jeremias Arte e Bar, localizado no Bairro São Gabriel, na Região Nordeste da capital, a gestão da prefeitura de Belo Horizonte com os bares e restaurantes é insatisfatória, desde o início da pandemia. Em conversa com o EM, o comerciante disse que o horário atual permitido para funcionamento de bares não condiz com a realidade do setor. Por causa disso, mesmo com a permissão do serviço presencial, optou por atender seus cliente apenas por meio de entregas delivery.
 
“Para mim isso é incoerência, não justifica. O que estão fazendo com o setor de bares há mais de um ano é incompetência no mínimo. Não existe fechar um bar às 19h, eu abro meu bar às 19h. Isso pode ser um horário para um restaurante, mas para bar não”, declarou Fernando.

Conforme destacado por Matheus Daniel, presidente da Abrasel-MG, o empresário acha que manter os estabelecimentos fechados terá um efeito contrário do esperado pelo Executivo municipal.

“Eles não vão deixar de sair. Vão se reunir do mesmo jeito, a aglomeração não muda. Só que ao invés de fazer isso em um bar com os protocolos, que eu pelo menos estava seguindo a risca, eles vão para outras casas e sítios onde não tem esse controle. Para mim um bar é mais seguro que uma resenha em casa de amigos”, afirmou.

Ainda segundo Fernando, os impactos da pandemia em seu bar foram tantos que teve que demitir todos os funcionários. Além disso, acumulou despesas com valores altos que ainda luta para tentar pagar.

“Vendi em torno de 60 mil reais de equipamentos e ainda continuo com uma dívida de mais de 100 mil. Esse é o resultado da pandemia. Hoje o faturamento não chega a 5% do que tinha antes. Insisto no delivery para não surtar”, lamenta o empresário.
 
 

O que é um lockdown?

Saiba como funciona essa medida extrema, as diferenças entre quarentena, distanciamento social e lockdown, e porque as medidas de restrição de circulação de pessoas adotadas no Brasil não podem ser chamadas de lockdown.


Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil

  • Oxford/Astrazeneca

Produzida pelo grupo britânico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No país ela é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

  • CoronaVac/Butantan

Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a liberação de uso emergencial pela Anvisa.

  • Janssen

A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do único no mercado que garante a proteção em uma só dose, o que pode acelerar a imunização. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.

  • Pfizer

A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Ministério da Saúde em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autorização para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.

Minas Gerais tem 10 vacinas em pesquisa nas universidades

Como funciona o 'passaporte de vacinação'?

Os chamados passaportes de vacinação contra COVID-19 já estão em funcionamento em algumas regiões do mundo e em estudo em vários países. Sistema de controel tem como objetivo garantir trânsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacinação impõem desafios éticos e científicos.


Quais os sintomas do coronavírus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas gástricos
  • Diarreia

Em casos graves, as vítimas apresentam

  • Pneumonia
  • Síndrome respiratória aguda severa
  • Insuficiência renal

Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.

 

 

Entenda as regras de proteção contra as novas cepas


 

Mitos e verdades sobre o vírus

Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.


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