Foi com certa euforia que os presidentes de clubes e associações recreativas reberam o anúncio do prefeito Alexandre Kalil (PSD) da retomada gradativa das atividades, a partir de sábado (8/5). Os clubes de Belo Horizonte estavam fechados desde 6 de março.
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COVID-19: Minas tem 328 mortes em 24 horas, ultrapassando 35 mil no totalAbrasel reclama que bares e restaurantes de BH seguem fechados aos domingosKalil libera supermercados e padarias em BH aos domingoscoronavirusbhCDL/BH reivindica comércio funcionando no próximo domingo (9/5)Minas Gerais recebe 396.500 doses da AstraZeneca nesta quinta-feira (6/5)Minas registra aumento de 11% na incidência da COVID-19COVID-19: confira as regiões de Minas que regridem para a onda vermelhaA expectativa agora é a publicação do decreto, que deve ocorrer no Diário Oficial do Município (DOM) desta sexta-feira (7/5), com as normas de funcionamento. O presidente da Federação dos Clubes do Estado de Minas Gerais (FCEMG), Marcolino de Oliveira Pinto Júnior comemorou e ressaltou que o segmento é um dos que "oferecem maior segurança para as pessoas. Sempre mativemos aferição de temperatura, álcool em gel espalhado, monitoramento dos associados, além do fato de serem atividades de saúde e ao ar livre. Clubes promovem saúde física e mental".
Segundo a FCEMG, são mais de 400 mil associados por toda Belo Horizonte. A suspensão das atividades, segundo Marcolino, provocou muitos problemas como fechamento de unidades, inadimplência de cotistas e associados (em torno de 40% segundo a federação), falências e demissões. "Vamos aguardar o decreto para tomar conhecimento de quais são as restrições, para traçarmos diretrizes e reerguer os clubes, tanto na parte econômica quanto de lazer."
Marcolino lembra que o setor não recebeu qualquer ajuda financeira ou de crédito de órgãos públicos ou governos. A expectativa, segundo o presidente, é que os associados voltem, colaborando ao colocar as mensalidades em dia. Ele reconhece que há um crescimento na procura de pessoas querendo se associar. "Famílias que ficaram trancadas muito tempo, e com poucas opções de atividades externas."
Walney de Almeida, presidente do Olympico, disse que recebeu a notícia com "sentimento de muita alegria". Ele disse que todos os protocolos serão obedecidos, com a manutenção de uma enfermeira no local, com termômetro na entrada, capacidade máxima reduzida, distanciamento de mesas no entorno de piscinas, lanchonetes e restaurantes e fiscal da COVID para orientar e alertar quem não obedecer os protocolos.
Almeida conta que os dois períodos de fechamento foram muito difícies. O Olympico apenas dispensou professores de escolas de esportes, mas manteve os demais de manutenção e administração. O clube contou com a ajuda dos sócios, que continuaram a pagar suas mensalidades. O que foi de suma importância "uma vez que a renda diminuiu muito, com a proibição de locação de espaços para festas, academias e escolinhas".
Gradativamente, as atividades serão retomadas, incluindo a dos 600 atletas treinados pelo clube, principalmente no basquete, vôlei masculino e feminino, futsal e natação. No primeiro fechamento, em 2020, a inadimplência chegou a 35%; nesta segunda fase, em torno de 25%.
O clube, que completou 83 anos em fevereiro, tem 10 mil sócios, 2.500 cotas em média. Mesmo com as dificuldades, Walney conta com a compreensão dos sócios para que continuem a pagar as mensalidades, lembrando que, mesmo fechado, o clube não parou "de pagar salários e encargos, e impostos, e os gastos com insumos, limpeza e manutenção continuaram.
Wilson Alvarenga, presidente do Pampulha Iate Clube (PIC), disse que o momento é de mobilização dos funcionários para a reabertura no sábado. "Estamos na fase de convocação, porque alguns tiveram contratos suspensos, outros com jornada reduzida. Agora, serão chamados para receber os sócios." O PIC mantém 230 funcionários.
Alvarenga assegura que o clube está completamente preparado para a reabertura e que todas as medidas preventivas e de controle serão mantidas. Nos próximos dias, de acordo com o presidente, cada área de atividade vai reorganizando seu setor e planejando a retomada de atividades. Apenas a sauna não tem previsão. As atividades de lanchonetes e restaurantes serão retomadas, com a reposição de alimentos.
"Não precisamos demitir ninguém nesse período de inatividade. Concedemos desconto, com dificuldade, de 10% nas mensalidades, e não tivemos nenhuma ajuda governamental, zerando todas as economias para sustentar toda a estrutura."
A inadimplência foi de 25% no primeiro momento, em torno de 450 associados. "A situação foi difícil, perdemos todas as receitas de locação, acumulamos déficit muito grande, mas superamos as expectativas e fechamos o exercício com um superávit de R$ 300 mil."
São 2.200 sócios cotistas familiares, 1.100 títulos individuais, o que corresponde a aproximadamente 12 mil pessoas.
O presidente do Minas Tênis Clube, Ricardo Vieira Santiago, disse em nota que "as três unidades do Minas estão totalmente preparadas para receber os associados, neste sábado, com a nossa tradicional excelência na prestação de serviços. Já temos implantadas, em todas as nossas instalações, as medidas do nosso Protocolo de Bioproteção, que é bastante rigoroso e atualizado regularmente. Nesses dois meses em que os clubes ficaram fechados, em cumprimento ao decreto municipal para contenção da COVID-19, mantivemos ativa uma equipe reduzida de funcionários das áreas de operações e manutenção, justamente para garantir o funcionamento pleno do Minas, quando a retomada das atividades fosse autorizada pela Prefeitura de Belo Horizonte."
O que é um lockdown?
Saiba como funciona essa medida extrema, as diferenças entre quarentena, distanciamento social e lockdown, e porque as medidas de restrição de circulação de pessoas adotadas no Brasil não podem ser chamadas de lockdown.
Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil
- Oxford/Astrazeneca
Produzida pelo grupo britânico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No país ela é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
- CoronaVac/Butantan
Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a liberação de uso emergencial pela Anvisa.
- Janssen
A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do único no mercado que garante a proteção em uma só dose, o que pode acelerar a imunização. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.
- Pfizer
A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Ministério da Saúde em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autorização para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.
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Como funciona o 'passaporte de vacinação'?
Os chamados passaportes de vacinação contra COVID-19 já estão em funcionamento em algumas regiões do mundo e em estudo em vários países. Sistema de controel tem como objetivo garantir trânsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacinação impõem desafios éticos e científicos.
Quais os sintomas do coronavírus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
Em casos graves, as vítimas apresentam
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.
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