A pandemia de COVID-19 parece ensinar a cada momento que precaução e prevenção são algumas das palavras chaves no enfrentamento ao novo coronavírus. Com isso em mente, a Prefeitura de Belo Horizonte trabalha com a hipótese de uma terceira onda de contágio e mortes no Brasil e, evidentemente, na cidade.
A hipótese é colocada por algumas autoridades em saúde, como Wanderson Oliveira, ex-secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, como possível, a partir de junho deste ano. Secretário de Saúde da capital mineira, Jackson Machado afirmou que o Executivo trabalha com a possibilidade, mesmo esperando pelo melhor.
“Já disse aqui mais de uma vez que a gente trabalha sempre pensando que vai acontecer o pior cenário, mas desejando, esperando ardentemente, que aconteça o melhor cenário. Com o andar da vacinação, a gente espera que essa terceira onda não aconteça, mas o nosso planejamento é que, se ela acontecer, nós teremos insumos, teremos leitos, teremos pessoal disponível para fazer frente a essa possibilidade. Então, nós trabalhamos sim com essa possibilidade, mas esperamos ardentemente que ela não aconteça”, afirmou Jackson Machado, durante entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira (6/5), na Prefeitura de BH
Integrante do Comitê de Enfrentamento à COVID-19 da Prefeitura de BH, o infectologista Unaí Tupinambás também comentou sobre a expectativa. Ele coloca a questão climática como um ponto que pode acentuar a infecção e levar o Brasil a uma nova onda de contágio e mortes.
"Realmente, há uma expectativa de que a gente tenha essa terceira onda. Claro, como o Jackson falou, a gente trabalha com perspectiva, mas torcendo para que não ocorra. Tem as variáveis aí dessa cepa que está circulando, é uma questão nova, não é nova, que é a questão do outono e inverno, que aumenta transmissão de vírus respiratórios, outros que não a COVID-19.”
Tupinambás citou países (Uruguai e Chile) em que a vacinação, mesmo alta, não interrompeu o contágio em massa. Por outro lado, ele afirma que outras nações (Vietnã e Nova Zelândia) não imunizaram tanto a população e conseguiram manter um controle da pandemia com o que definiu de “mascaramento”, a manutenção das medidas restritivas.
“Temos, mesmo com a vacina que está chegando a conta gota, que manter essas medidas não farmacológicas durante muito tempo. Talvez até no início do nosso verão este ano, é importante as pessoas entenderem isso, que não dá para tirar a máscara neste momento. Para tirar a máscara, a população tem que estar em torno de 70% a 80% dessa população vacinada”, completou o infectologista e um dos integrantes do comitê de enfrentamento.
Segundo dados divulgados nessa quarta-feira (5/5) pelo Ministério da Saúde, o Brasil já perdeu 414.399 vidas por causa da COVID-19. São 14.930.183 infecções confirmadas, com 13.529.572 recuperações e 1.400.611 em acompanhamento médico.
A segunda onda da COVID-19 no país aconteceu com a virada do ano e surgimento de novas cepas, com reflexo até o mês atual. Em abril deste ano, por exemplo, foram 82.401 mortes no país, número recorde de óbitos e que superou a marca do mês passado, março, com 66.868. Já a primeira leva de casos no Brasil aconteceu ainda em meados de 2020, meses depois do início da pandemia.
O que é um lockdown?
Saiba como funciona essa medida extrema, as diferenças entre quarentena, distanciamento social e lockdown, e porque as medidas de restrição de circulação de pessoas adotadas no Brasil não podem ser chamadas de lockdown.
Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil
- Oxford/Astrazeneca
Produzida pelo grupo britânico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No país ela é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
- CoronaVac/Butantan
Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a liberação de uso emergencial pela Anvisa.
- Janssen
A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do único no mercado que garante a proteção em uma só dose, o que pode acelerar a imunização. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.
- Pfizer
A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Ministério da Saúde em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autorização para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.
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Como funciona o 'passaporte de vacinação'?
Os chamados passaportes de vacinação contra COVID-19 já estão em funcionamento em algumas regiões do mundo e em estudo em vários países. Sistema de controel tem como objetivo garantir trânsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacinação impõem desafios éticos e científicos.
Quais os sintomas do coronavírus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
Em casos graves, as vítimas apresentam
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.
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