O desembargador Alberto Vilas Boas, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, voltou a suspender, nessa quinta-feira (6/5), a possibilidade de retomada das aulas presenciais na rede municipal de ensino de Pouso Alegre. No início da semana, o juiz da 1ª Vara Cível de Pouso Alegre, José Hélio da Silva, havia anulado os efeitos da decisão de 5 de março, de Vilas Boas, que suspendia as aulas presenciais no município.
A nova decisão do TJMG foi concedida em recurso do Sindicato dos Profissionais do Magistério de Pouso Alegre e Região (Sipromag), que é contra a retomada do ensino presencial. Alega que “há risco de grave dano à integridade e saúde e professores, alunos e comunidade escolar”.
Em sua decisão, o desembargador manteve o entendimento de que o retorno das aulas presenciais deve ocorrer após análises epidemiológicas que indiquem que o município apresenta índices tecnicamente seguros com relação ao avanço e enfrentamento da COVID-19.
“Passados dois meses da decisão que antecipou a tutela no agravo de instrumento, a situação epidemiológica de Pouso Alegre, de Minas Gerais e do Brasil ainda é alarmante”, sublinhou o magistrado.
Vilas Boas ainda comentou que concorda com o Ministério Público e com o Juiz de Direito da Comarca de Pouso Alegre acerca da autonomia das decisões do Poder Executivo e da competência que tem para lidar com a crise sanitária, porém “a condução da pandemia precisa ser feita com apoio em dados científicos concretos”.
Prefeito afirma que irá recorrer
O prefeito Rafael Simões (DEM) e a secretária municipal de Educação, Leila Fonseca, gravaram um vídeo nesta sexta-feira (7/5), Comentando a decisão do desembargador e criticando o movimento do Sipromag de impedir a volta das aulas presenciais.
O prefeito disse que os representantes sindicais não têm o mínimo de solidariedade e carinho com as crianças.
Simões alega que as crianças “estão lançadas à própria sorte, porque seus pais precisam levantar cedo e trabalhar. E essas crianças não têm uma escola para ir; não têm quem cuide delas. E nós aqui, propondo fazer isso, somos impedidos”.
Simões alega que as crianças “estão lançadas à própria sorte, porque seus pais precisam levantar cedo e trabalhar. E essas crianças não têm uma escola para ir; não têm quem cuide delas. E nós aqui, propondo fazer isso, somos impedidos”.
Rafael Simões afirmou que vai recorrer da decisão do TJMG: “Ordem judicial a gente cumpre. Mas vou recorrer em todas as instâncias para que possamos voltar com as aulas para as nossas crianças. Se eu não conseguir voltar com as aulas no ensino público, também não vai ter aula no particular, porque não seria justo com a sociedade”.
O prefeito ainda pediu o apoio da sociedade para conseguir a retomada das aulas presenciais.
Entenda o caso
A volta das aulas presenciais em Pouso Alegre, tanto na rede privada como na rede municipal, foi autorizada por decreto municipal (nº 5.233/2021).
Os alunos do ensino municipal começaram a voltar para a sala de aula em 22 de fevereiro, de forma gradual e escalonada, por meio da metodologia de ensino híbrido.
Os alunos do ensino municipal começaram a voltar para a sala de aula em 22 de fevereiro, de forma gradual e escalonada, por meio da metodologia de ensino híbrido.
Com os novos decretos após o início da onda roxa em todo o estado, o documento que autorizou a volta às aulas nas escolas foi anulado pela própria prefeitura.
Com isso, o juiz da 1ª Vara Cível entendeu que não existia mais o decreto que sustentou a decisão de março do desembargador.
Com isso, o juiz da 1ª Vara Cível entendeu que não existia mais o decreto que sustentou a decisão de março do desembargador.
As aulas presenciais na rede particular de ensino de Pouso Alegre foram retomadas nessa segunda-feira (3/5), com autorização por decreto municipal.
*Gabriella Starneck, especial para o EM
*Gabriella Starneck, especial para o EM