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"Uma das pessoas para quem mandei foi a Flávia Prado, vizinha do 9° andar que fez o post que repercutiu no grupo do Facebook", relata.
Renata mora com o marido, o relações públicas Eduardo Barros, e duas filhas de 1 e 5 anos. O traumático encontro com a armadeira está registrado em ao menos mais 3 fotografias, incluindo o momento em que o animal foi morto. "Foi tenso!", comenta a jovem.
"Sobrou para nós"
Sem saber como agir e com medo de que o bicho viesse a atacar as crianças, o casal chegou a acionar autoridades, empresas e especialistas.
Primeiro, conta Renata, o Corpo de Bombeiros, que ajudou a identificar a espécie do aracnídeo, mas informou que não poderia capturá-lo. Depois, uma empresa de dedetização, que também não se dispôs à tarefa.
"Sobrou para nós mesmo. Ligamos então para um amigo biólogo e para o meu irmão, que é policial. Eles nos instruíram manter distância e nos deram algumas ideias, como vestir roupas compridas e botas antes da captura para evitar picadas, além de usar bastante inseticida", diz Renata.
A empreitada foi bem-sucedida. Derrotada, a aranha foi presa dentro de um pote e, posteriormente, descartada.
"Depois desse episódio, ficamos meio paranóicos. Demos uma geral na casa e, agora, sacudimos roupas, sapatos, lençois e cobertores antes de nos deitarmos. Também acionamos o síndico do nosso prédio solicitando dedetização. O procedimento está marcado para semana que vem", conta Renata.
"Não são monstros"
Segundo o aracnólogo do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG, Adalberto Santos, o animal é relativamente comum em ambiente urbano, gosta de entulhos e costuma sair de sua toca para caçar. Os machos também circulam à procura de fêmeas na época do acasalamento.
O estudioso explica que a armadeira tem veneno neurotóxico. A picada, portanto, causa muita dor. Sintomas como vômito e taquicardia também são comuns. Caso seja ferida pelo aracnídeo, a pessoa deve procurar atendimento médico. Em Belo Horizonte, o Hospital João XXIII é o serviço mais indicado.
“De qualquer forma, não há motivo para pânico. O escorpião amarelo, por exemplo, é bem mais perigoso. Não é pra brincar com esses bichos, claro, mas eles também não são monstros”, tranquiliza o professor da UFMG.