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Estado de Minas SUSTO NO BURITIS

'Quem dera fosse fake', diz dona da casa invadida por aranha gigante em BH

Mãe de 2 crianças, moradora de prédio do Buritis diz que chegou a acionar os bombeiros para capturar o aracnídeo, mas acabou tendo que encará-lo com o marido


08/05/2021 07:00 - atualizado 09/05/2021 10:14

Moradores do Buritis relatam presença de aranha armadeira em prédios e condomínios. Animal pode chegar ao tamanho da palma da mão de um adulto aberta(foto: Eduardo Barros/Arquivo pessoal)
Moradores do Buritis relatam presença de aranha armadeira em prédios e condomínios. Animal pode chegar ao tamanho da palma da mão de um adulto aberta (foto: Eduardo Barros/Arquivo pessoal)
A foto da robusta aranha armadeira que abre este texto, encontrada em um apartamento do 8° andar do Bairro Buritis, Região Oeste de Belo Horizonte, aguçou a desconfiança dos mais céticos nas redes sociais. Há quem garanta que o clique é uma montagem.


"Quem dera fosse fake!", brinca Renata Barros, dona da casa invadida pelo animal. O espelho onde a aranha repousa é do banheiro do imóvel dela. A gerente comercial conta que mandou a foto para vizinhos na quarta-feira (5/5), pouco depois de "enfrentar" o bicho, como forma de alerta.

Renata Barros e o marido, Eduardo Barros, chegaram a acionar os bombeiros, mas tiveram que capturar a aranha 'gigante' sozinhos(foto: Eduardo Barros/Arquivo pessoal)
Renata Barros e o marido, Eduardo Barros, chegaram a acionar os bombeiros, mas tiveram que capturar a aranha 'gigante' sozinhos (foto: Eduardo Barros/Arquivo pessoal)
"Uma das pessoas para quem mandei foi a Flávia Prado, vizinha do 9° andar que fez o post que repercutiu no grupo do Facebook", relata.

Renata mora com o marido, o relações públicas Eduardo Barros, e duas filhas de 1 e 5 anos. O traumático encontro com a armadeira está registrado em ao menos mais 3 fotografias, incluindo o momento em que o animal foi morto. "Foi tenso!", comenta a jovem.

"Sobrou para nós"

Renata e Eduardo Barros, que moram no Buritis, têm duas filhas pequenas e ficaram com medo que a armadeira atacasse as crianças(foto: Arquivo pessoal)
Renata e Eduardo Barros, que moram no Buritis, têm duas filhas pequenas e ficaram com medo que a armadeira atacasse as crianças (foto: Arquivo pessoal)
A moradora diz que se deparou com a aranha no banheiro de casa por volta de 13h. "Tomei um baita susto! Quando vi aquela criatura enorme, do tamanho de uma mão aberta, gritei meu marido. Ele achou que eu estava exagerando, até que viu a cena!", 

Sem saber como agir e com medo de que o bicho viesse a atacar as crianças, o casal chegou a acionar autoridades, empresas e especialistas.

Primeiro, conta Renata, o Corpo de Bombeiros, que ajudou a identificar a espécie do aracnídeo, mas informou que não poderia capturá-lo. Depois, uma empresa de dedetização, que também não se dispôs à tarefa.

"Sobrou para nós mesmo. Ligamos então para um amigo biólogo e para o meu irmão, que é policial. Eles nos instruíram manter distância e nos deram algumas ideias, como vestir roupas compridas e botas antes da captura para evitar picadas, além de usar bastante inseticida", diz Renata.

A empreitada foi bem-sucedida. Derrotada, a aranha foi presa dentro de um pote e, posteriormente, descartada. 

"Depois desse episódio, ficamos meio paranóicos. Demos uma geral na casa e, agora, sacudimos roupas, sapatos, lençois e cobertores antes de nos deitarmos. Também acionamos o síndico do nosso prédio solicitando dedetização. O procedimento está marcado para semana que vem", conta Renata.

"Não são monstros"

Vizinhos de Renata e Eduardo no Buritis também postaram fotos de aranhas de grande porte encontradas em suas residências(foto: Reprodução/Redes Sociais)
Vizinhos de Renata e Eduardo no Buritis também postaram fotos de aranhas de grande porte encontradas em suas residências (foto: Reprodução/Redes Sociais)
Caracterizadas pelo grande porte – até 20 centímetros de envergadura – e pelas patas dianteiras agrupadas em duplas, que se armam diante de situações interpretadas como ameaças, as aranhas do gênero Phoneutria são popularmente conhecidas como armadeiras, aranhas-macaco ou aranhas-de-bananeira. 

Segundo o aracnólogo do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG, Adalberto Santos, o animal é relativamente comum em ambiente urbano, gosta de entulhos e costuma sair de sua toca para caçar. Os machos também circulam à procura de fêmeas na época do acasalamento. 

O estudioso explica que a armadeira tem veneno neurotóxico. A picada, portanto, causa muita dor. Sintomas como vômito e taquicardia também são comuns. Caso seja ferida pelo aracnídeo, a pessoa deve procurar atendimento médico. Em Belo Horizonte, o Hospital João XXIII é o serviço mais indicado. 

“De qualquer forma, não há motivo para pânico. O escorpião amarelo, por exemplo, é bem mais perigoso. Não é pra brincar com esses bichos, claro, mas eles também não são monstros”, tranquiliza o professor da UFMG. 


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