O Mineirão foi palco de uma ação humanitária com números proporcionais à grandeza do estádio. A Central Única das Favelas (Cufa) liderou campanha para arrecadar alimentos para as famílias que não têm o que comer nas comunidades de Belo Horizonte.
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O chamado da Cufa foi prontamente atendido. "Quando as pessoas entenderam a proposta, rapidamente houve uma mobilização, não só de grandes empresas, mas de cidadãos comuns que doaram", afirmou Francis.
Até sexta-feira, a Cufa já havia recebido a doação de 380 toneladas de alimentos e produtos de higiene. Francis acredita que o volume arrecadado chegará a 400 toneladas neste sábado. "A gente está fazendo essa ação no Mineirão de entrega de cestas básicas, mas também estamos recebendo. Tem muita gente quem vem ao Mineirão entregar cestas e ítens de higiene. Certamente, a gente fecha este sábado com 400 toneladas de alimentos."
Com o prolongamento da pandemia, a crise econômica atinge em cheio parte da população que vive nas favelas em todo o Brasil. Famílias que vivem nas comunidades sofrem com o desemprego, em alguns casos, de todos os membros da casa.
"Estamos convivendo com pessoas passando fome. Muita gente me liga para dizer que tem um tomate dentro da geladeira em casa. Temos mães que vão, às 4h30 da madrugada, na casa de lideranças comunitárias, porque identificam que somos a última fronteira dessas pessoas morrerem de fome ou ter algo para suprir a necessidade no momento."
O presidente da Cufa destaca que são cerca de 14 milhões de pessoas desempregadas no Brasil. "Os empreendedores e trabalhadores não conseguem ganhar nenhum centavo pela prestação de serviço e vendas de produtos. Temos que contribuir para passar por essa realidade rápido."
O projeto Mães da Favela é permanente e a arrecadação de alimentos para o Dia das Mães é uma das ações. "A gente sabe que, passando o Dia das Mães, as famílias vão continuar com necessidade. Por isso, temos o nosso projeto permanente para dar manutenção e ampliar o atendimento às famílias e às mães."
O projeto atende a moradores de favela, mas não só. Quem vive das comunidades, mas tem fome, pode procurar a Cufa que encontrará amparo. Francis destacou a gratidão das pessoas ao receber a ajuda. "Não é um clima de festa. Não temos o que comemorar, quando 420 mil pessoas perderam a vida em função da pandemia e temos milhares de famílias com necessidade de alimentos. Temos um clima aqui de muita gratidão", completa.