Jornal Estado de Minas

IMUNIZAÇÃO

BH: filas para vacinação continuam longas mesmo após ampliação dos locais

Mais um dia de vacinação contra a COVID-19 movimentado em Belo Horizonte. Nesta segunda-feira (10/5), a campanha segue, das 8h às 16h, para pessoas com comorbidades que tenham 56 e 55 anos completos até o dia 31 de maio. 





Mesmo após a Prefeitura da capital mineira ter ampliado os pontos de imunização para tentar evitar o acúmulo de pessoas, as longas filas que aguardavam ansiosos para receber o imunizante continuam. No Centro de Saúde Santa Rita, no Bairro São Pedro, por exemplo, a reportagem do Estado de Minas flagrou nesta manhã uma fila com cerca de 60 pessoas. 

Giancarlo Ferreira de Carvalho, de 56 anos, sofre com a comorbidade de pressão alta (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Giancarlo Ferreira de Carvalho, de 56 anos, teve que aguardar duas horas do lado de fora da unidade de saúde até conseguir ser vacinado, mas não reclamou. Para ele, que sofre de pressão alta, a imunidade significa tirar um peso das costas. “Só de saber que vamos ser vacinados, ficamos satisfeitos. Temos que ter um pouco de paciência também. Já perdi amigos para a COVID-19, hoje para mim é uma vitória”, relatou.
 
Rui Tsukuda, de 56 anos, recebeu sua primeira dose da vacina Pfizer nesta segunda-feira (10/5) (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Para Rui Tsukuda a espera pela imunidade demorou um pouco menos, cerca de 40 minutos. Como grupo de risco, ele contou ao EM como foi vivenciar momentos de afliação com o receio de ser infectado com o coronavírus, principalmente após perder um amigo para a doença, que também apresentava o mesmo quadro de saúde. Ele solicitou à reportagem que sua comorbidade não fosse citada.



"Semana passada eu perdi um amigo meu em Sorocaba por conta disso. Nós desenvolvemos a forma mais grave, as cepas estão perigosoas para pessoas que não são tão velhas, mas nem tão novas também" disse.
 
Rui ainda fala que após ser vacinado a sensação de segurança é maior. "Agora é vida. Temos mais esperança que se pegar a doença que seja de forma mais leve. A maioria acha que é só uma gripizinha, mas se alguém do grupo de risco se contamina pegam pesado", afirmou.

Assim como no sábado (8/5), o Centro de Saúde Menino Jesus, no Bairro Santo Antônio, teve grande movimento de pessoas nesta manhã (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
No Centro de Saúde Menino Jesus, no Bairro Santo Antônio, na Região Centro-Sul da cidade, o cenário de intenso fluxo de pessoas é visto desde o sábado (8/5), dia que foi reservado para a imunização das pessoas com comorbidades de 59, 58 ou 57 anos. Nesta segunda, ja prevendo a situação, algumas pessoas levaram até mesmo cadeiras plásticas para aguardar na fila até chegada sua vez para receber a primeira dose da vacina. 




 
Somente quem se cadastrou no site da PBH até a última segunda-feira (3/5) poderá ser contemplado com a imunidade contra o coronavírus. Além disso, para comprovar a condição clínica, é preciso levar no momento da imunização laudos médicos como exames, receitas, relatório médico e/ou prescrição médica. Documento de identificação e comprovante de residência também são pedidos pelo Executivo municipal no momento da vacinação.

Apenas metade fez o cadastro para receber a vacina


Segundo a prefeitura, foram registrados 102.039 cadastros válidos de pessoas com comorbidades e 12.221 de gestantes e puérperas. Os dados excluem duplicidade, erros de preenchimento e residentes de outros municípios. 

Ao todo, Belo Horizonte possui cerca de 290 mil pessoas do grupo definidas pelo Ministério da Saúde como prioritárias para a imunização. Aqueles que abrangem os requisitos para vacinar e perderam o prazo do cadastramento devem esperar a reabertura das inscrições. A data do relançamento ainda não está definida. 





A PBH ainda ressalta que para ser vacinado é necessário que a pessoa não tenha desenvolvido sintomas da infecção nos últimos 30 dias e não ter tomado vacina para qualquer outra doença nas duas semanas anteriores. 
 
* Estagiária sob supervisão da subeditora Ellen Cristie
 

O que é um lockdown?

Saiba como funciona essa medida extrema, as diferenças entre quarentena, distanciamento social e lockdown, e porque as medidas de restrição de circulação de pessoas adotadas no Brasil não podem ser chamadas de lockdown.



Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil

  • Oxford/Astrazeneca

Produzida pelo grupo britânico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No país ela é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).





  • CoronaVac/Butantan

Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a liberação de uso emergencial pela Anvisa.

  • Janssen

A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do único no mercado que garante a proteção em uma só dose, o que pode acelerar a imunização. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.

  • Pfizer

A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Ministério da Saúde em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autorização para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.





Minas Gerais tem 10 vacinas em pesquisa nas universidades

Como funciona o 'passaporte de vacinação'?

Os chamados passaportes de vacinação contra COVID-19 já estão em funcionamento em algumas regiões do mundo e em estudo em vários países. Sistema de controel tem como objetivo garantir trânsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacinação impõem desafios éticos e científicos.



Quais os sintomas do coronavírus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas gástricos
  • Diarreia

Em casos graves, as vítimas apresentam

  • Pneumonia
  • Síndrome respiratória aguda severa
  • Insuficiência renal

Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.

 

 

Entenda as regras de proteção contra as novas cepas


 

Mitos e verdades sobre o vírus

Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.



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