"Minha faculdade acabou de informar que saiu do Buritis e vai pra Carlos Luz, e vamos ter de procurar transporte agora", diz um dos textos. Em outro post, um aluno lembra o fato do prédio do Buritis ser alugado. "Aí deu um problema lá com os proprietários que querem fazer alguma coisa. E também a Newton não podia mexer no prédio, né, tipo mudar uma parede de lugar pra aumentar uma sala", escreveu.
Em nota, a direção da universidade confirmou que os cursos de Engenharia, Sistemas de Informação, Análise e Desenvolvimento de Sistemas e Arquitetura e Urbanismo, que atualmente são todos os oferecidos no câmpus Buritis I, serão transferidos para o câmpus Carlos Luz a partir do segundo semestre de 2021.
A decisão é parte da estratégia da Newton Paiva em investir nas sedes próprias, e o prédio no Buritis é alugado. O centro universitário reforça que os cursos não deixarão de existir - só mesmo mudarão de lugar.
"A unidade Carlos Luz terá sua infraestrutura remodelada, com reformulação dos laboratórios práticos e a intensificação dos recursos digitais utilizados. Além disso, o novo espaço permitirá a interação entre estudantes de diferentes áreas de atuação e será um ambiente propício para que modelos e práticas educacionais contemporâneas sejam conduzidas. O objetivo da instituição é oferecer uma infraestrutura mais moderna e adequada às necessidades dos alunos, além de uma experiência mais completa e multidisciplinar", divulga a universidade, na nota.
Boa relação
O imóvel do Buritis pertence à empresa NRG Empreendimentos. Um dos sócios, o empresário Nelson Rigoto explica que a decisão de transferência para o Carlos Prates partiu da própria direção da universidade.
"Ha muito tempo, a Newton Paiva é nossa locatária. Sempre tivemos um relacionamento muito sério, muito bom, e não temos nada a reclamar. Mas, com a pandemia, ficou proibido ter aulas presenciais, o que levou a universidade a perder vários alunos. Eles têm duas unidades menores e nos apresentaram o problema financeiro. Nós concordamos que eles saíssem. Daqui a pouco as coisas voltam ao normal”, afirmou.
Mesmo com a crise financeira, ele também negou a existência de débitos antigos na locação do imóvel: "Não fomos contra a decisão. Fizemos uma vistoria e um acerto, que ficou bom para os dois lados. Ficou tudo no comum acordo. Temos que manter consideração pelos parceiros. Não ficou débito nenhum e nnehuma pendência".
Fundada em 1972, a Newton Paiva pertencia aos irmãos Newton de Paiva Ferreira Filho, Paulo Newton de Paiva Ferreira e Maria Elvira Sales Ferreira, filhos do professor mineiro que dá nome à universidade. Em 2008, a instituição foi vendida para o grupo Splice, de Sorocaba (SP), depois de divergências entre os sócios. (com Roger Dias)