Vacina da AstraZeneca: obstetras aconselham as grávidas a não se imunizarem
Embora vários estados tenham suspendido a vacina, a Secretaria de Estado de Minas não deu uma posição oficial por aguardar orientações do Ministério da Saúde
Por
Márcia Maria Cruz
11/05/2021 14:01 - Atualizado em 11/05/2021 20:05
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Sem a posição oficial da Secretaria de Estado de Saúde de Minas (SES-MG) sobre a suspensão da vacinação de grávidas com o imunizante da Astrazeneca, a Associação dos Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais (Sogimig) recomenda que as grávidas não se vacinem.
Um dos diretores da entidade, o obstetra Eduardo Cunha, lembrou que, em virtude da gravidade da COVID-19 em gestantes, o Ministério da Saúde havia liberado a vacinação, embora ainda houvesse dúvidas quanto aos efeitos colaterais.
O diretor da Sogimig reforçou que são necessários mais estudos para saber quais são os eventos adversos da vacina em mulheres grávidas. Conforme destacou, somente os estudos poderão dizer quais são os efeitos colaterais do uso. Ele lembrou que das vacinas disponíveis no Brasil - Coronavac, Astrazeneca e Pfizer - apenas a Astrazeneca gerou efeito colateral.
Um caso de uma gestante que desenvolveu trombose depois de receber doses do imunizante está em investigação. "A posição da sociedade é a mesma da Anvisa que a vacina deste fabricante, Astrazeneca, não deve ser utilizada em gestante", ponderou.
(foto: Soraia Piva/EM/D.A Press)
Não há objeção em relação à Coronavac e Pfizer. "As duas estão liberadas, embora não tenhamos muitos estudos. Até o momento, com elas, não ocorreram efeitos importantes nas gestantes", disse.
O novo coronavírus atinge as grávidas de forma mais severa pela queda de imunidade das mulheres em decorrência do estado gravídico. O obstetra procurou tranquilizar as grávidas que tomaram a vacina da Astrazeneca. "A trombose é um evento grave, mas muito raro também. Então, a possibilidade de ocorrer em que já tomou é muito pequena", diz.
No entanto, se a gestante tiver dúvida, deve procurar o serviço de saúde em que está sendo atendida. "Se ela não estiver sentindo nada, não há necessidade de procurar os serviços de saúde que estão muito sobrecarregados. Mas se tiver qualquer sintoma ou dúvida, deve procurar o obstetra", ponderou.
A SES-MG, por meio de nota, informou que, sobre a recomendação da Anvisa para suspender a Astrazeneca em grávidas e puérperas, aguarda posicionamento e orientações do Ministério da Saúde. A pasta informou que tomará a definição sobre as medidas a serem tomadas depois de ser informada pelo ministério.
Leia a nota da SOGIMIG
Nessa segunda-feira, 10 de maio de 2021, em Nota Técnica, a ANVISA orientou a suspensão da imunização das gestantes para COVID-19, com a vacina do laboratório AstraZeneca.
A suspensão ainda é provisória, até que sejam investigados os efeitos adversos e eventos associados à administração dessa vacina, que no Brasil está sendo produzida em parceira pela FioCruz.
Não houve mudanças em relação à imunização das gestantes com a utilização das vacinas Coronavac/Instituto Butantã e Pfizer. Toda gestante deve discutir o uso ou não da vacina com seu médico.
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