Pesquisadores do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG) desenvolveram um estudo que mostra que a restrição de mobilidade e o uso de máscara são capazes de contribuir para frear a disseminação do vírus da COVID-19. Foi utilizado um modelo considerando uma população heterogênea e avaliando o papel daquelas pessoas que transmitem o vírus.
De acordo com o modelo desenvolvido em computador, seria mais eficaz, também, identificar os “espalhadores” por meio de testes em massa na população e rastreamento de contatos para conter o avanço do vírus.
A aluna Larissa Lopes e o professor Allbens Atman, autores da pesquisa, analisaram que o uso de máscara em larga escala apresenta resultados semelhantes ao da restrição de mobilidade, o que traz um retorno mais positivo.
A aluna Larissa Lopes e o professor Allbens Atman, autores da pesquisa, analisaram que o uso de máscara em larga escala apresenta resultados semelhantes ao da restrição de mobilidade, o que traz um retorno mais positivo.
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Os pesquisadores construíram a rede de infecção de uma população e identificaram a presença de indivíduos que mais espalham a doença para outras pessoas. O modelo foi baseado em autômatos celulares probabilísticos que simulam a dinâmica de Suscetível-Infectado-Recuperado (SIR) com parâmetros de infecção de COVID-19.
“A principal motivação é contribuir para o avanço do conhecimento a respeito das formas de enfrentamento de epidemias com as características da COVID-19 e desenvolver uma ferramenta que auxilie na tomada de decisão dos agentes públicos e valide as políticas públicas para enfrentamento da pandemia”, afirma Allbens.
Segundo Larissa, a abordagem do trabalho é voltada para o estudo do espalhamento da doença por meio de métricas das redes formadas pelos agentes infectados.
“Atualmente, fala-se muito sobre o R0 ou o Rt, que são valores médios de infecções geradas por um indivíduo, ou seja, para quantas pessoas um indivíduo transmite a doença. No entanto, por serem valores médios, não refletem a dinâmica individual do espalhamento", explica a estudante.
Ela diz ainda que, neste trabalho, foi mostrado que, de fato, uma epidemia se propaga principalmente por superespalhadores - indivíduos que transmitem a infecção para muito mais pessoas. "Em média, 15% dos indivíduos são responsáveis por cerca de 80% das transmissões.”
“Atualmente, fala-se muito sobre o R0 ou o Rt, que são valores médios de infecções geradas por um indivíduo, ou seja, para quantas pessoas um indivíduo transmite a doença. No entanto, por serem valores médios, não refletem a dinâmica individual do espalhamento", explica a estudante.
Ela diz ainda que, neste trabalho, foi mostrado que, de fato, uma epidemia se propaga principalmente por superespalhadores - indivíduos que transmitem a infecção para muito mais pessoas. "Em média, 15% dos indivíduos são responsáveis por cerca de 80% das transmissões.”
“Verificamos que aqueles que transmitem mais se diferenciam dos demais indivíduos pelo número de contatos registrados durante o período no qual podiam transmitir a doença, ou seja, eles se ‘encontraram’ com mais pessoas enquanto estavam doentes. Isso indica que qualquer pessoa pode ser um superespalhador se não tomar o cuidado de verificar seu estado de saúde com frequência, optando pelo isolamento em caso de suspeita de estar contaminado, mesmo sem sintomas", afirma o professor Allbens Atman.
Além disso, os pesquisadores concluíram que a restrição de mobilidade e o uso de máscaras reduzem o número dos espalhadores da doença, bem como identificam os que não são espalhadores, mas contribuem para a transmissão do vírus.
“Isso ressalta a importância de identificar esses indivíduos e seus contatos para possibilitar a quebra da cadeia de transmissão com mais eficiência”, disse Larissa.
“Isso ressalta a importância de identificar esses indivíduos e seus contatos para possibilitar a quebra da cadeia de transmissão com mais eficiência”, disse Larissa.