As polêmicas sobre a reabertura das escolas não param. O Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte (Sind-Rede/BH) elaborou um dossiê com documentos que argumentam o pedido de suspensão das aulas presenciais e enviou ao Ministério Público e à prefeitura.
O dossiê foi protocolado nesta terça-feira (11/5) com um pedido de reunião. Entre os documentos, o sindicato alega que houve registro de pessoas contaminadas por COVID-19 em pelo menos 10 escolas da capital, tendo sido 16 trabalhadores infectados pelo novo coronavírus.
Ainda de acordo com a entidade sindical, a Unidade Municipal de Educação Infantil (Umei) Itamarati, na Região da Pampulha, foi uma das instituições que precisaram fechar as portas por causa de detecção de caso suspeito de COVID-19.
A presidente do Sind-Rede, Vanessa Portugal, disse que a prefeitura esclarece o comportamento durante as aulas presenciais e reafirma os protocolos, mas não reconhece as denúncias feitas pelo sindicato.
“Temos denúncias de casos de mais de uma contaminação na mesma instituição, o que é justamente o que nos preocupa. Apesar de não ter certeza se o vírus foi transmitido na unidade, a hipótese não pode ser descartada”, afirmou.
Falha nos protocolos
Parte dos professores da educação infantil de BH estão em “greve sanitária”. Segundo o Sindi-Rede, diversos motivos levaram a categoria a permanecer em casa. O mais categórico entre eles, segundo Vanessa, é que “não existem condições objetivas de seguir os protocolos.”
“No dossiê a gente explica o por quê. Desde a questão de não conseguir que a criança siga os cuidados necessários, e, como existe um grau de contaminação muito alto, essa fragilização é um risco nesse momento”, afirmou a presidente.
O sindicato também reclama da estrutura das escolas. “Em quase nenhuma foi feita obra de adequação, algumas estão em obras e atendendo crianças ao mesmo tempo”, disse Vanessa Portugal.
Ainda segundo o Sind-Rede, a prefeitura proibiu os professores que se negam ao trabalho presencial de realizarem o trabalho de maneira remota.
“Precisamos disciplinar essas coisas, não tem uma organização. Além disso, hoje o número de crianças que tem ido às escolas é baixo, menos de 25% dos que foram convocados têm ido. Há uma dúvida sobre a saúde das pessoas.”
Posicionamentos
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde afirmou que elaborou um protocolo com normas de funcionamento e nota técnica específica sobre as medidas relacionadas ao monitoramento dos funcionários e alunos que estiverem em atividades presenciais, em casos suspeitos de COVID-19.
"As Secretarias Municipais de Saúde e de Educação têm monitorado, rigorosamente, a situação das unidades e os profissionais que apresentam sintomas compatíveis com a Covid-19 são imediatamente afastados e encaminhados para testagem. Sobre a denúncia do Sindicato ao Ministério Público, informamos que todos os questionamentos que o Sindicato apresenta à secretaria são avaliados, investigados e respondidos em tempo real, não havendo nenhum caso inconcluso pela Secretaria perante a representação sindical", diz o texto.
A reportagem também entrou em contato com o Ministério Público, que retornou na quarta-feira (12/05) com a seguinte resposta:
"A Promotoria de Justiça de Defesa da Educação de BH informou que recebeu ontem, 11 de maio, um pedido de reunião do Sind-RedeBH para discutir o assunto. A reunião ainda será agendada. Essa é a informação para o momento."
"A Promotoria de Justiça de Defesa da Educação de BH informou que recebeu ontem, 11 de maio, um pedido de reunião do Sind-RedeBH para discutir o assunto. A reunião ainda será agendada. Essa é a informação para o momento."
Retomada das aulas
Em 26 de abril, houve a retomada para crianças com idades de até 5 anos e 8 meses, que cursam o ensino infantil nas escolas particulares. Em 3 de maio, voltaram os alunos da rede municipal.
A Secretaria Municipal de Educação informou que, no total, são cerca de 108 mil crianças nessa faixa etária, divididas entre a rede própria (52.818), as creches parceiras (27.447) e a rede privada (28.112).
A suspensão das aulas nas escolas da capital foi determinada pelo prefeito Alexandre Kalil (PSD) no Decreto 17.304, de 18 de março de 2020. As aulas presenciais ficaram suspensas por quase 13 meses.
Em agosto do ano passado, Kalil afirmou que o ensino remoto é uma “agressão à pobreza”. A crítica voltou a ser feita em 30 de novembro, ao participar do programa Roda Viva, em resposta a pergunta do Estado de Minas.
“O ensino remoto deu certo em algum lugar? Se deu certo, vou lá aprender. No Brasil, fracassou. Não vou copiar coisa que fracassou”, disse.
“O ensino remoto deu certo em algum lugar? Se deu certo, vou lá aprender. No Brasil, fracassou. Não vou copiar coisa que fracassou”, disse.
Na época, explicou que a prefeitura seguiria plano pedagógico de dois anos em um. Em agosto, Kalil afirmou que as aulas presenciais na capital estavam condicionadas à oferta de uma vacina contra a COVID-19, o que, na época, estava em fase de pesquisa.
No entanto, os professores retornam às salas de aula sem terem sido imunizados.
No entanto, os professores retornam às salas de aula sem terem sido imunizados.
A não vacinação da categoria, a queixa em relação aos protocolos sanitários e o número de casos de COVID-19 por 100 mil habitantes levaram os professores da rede municipal a decretar “greve sanitária” desde o último dia 20, depois de assembleia virtual.
(Com informações de Márcia Maria Cruz)
O que é um lockdown?
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Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil
- Oxford/Astrazeneca
Produzida pelo grupo britânico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No país ela é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
- CoronaVac/Butantan
Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a liberação de uso emergencial pela Anvisa.
- Janssen
A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do único no mercado que garante a proteção em uma só dose, o que pode acelerar a imunização. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.
- Pfizer
A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Ministério da Saúde em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autorização para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.
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Como funciona o 'passaporte de vacinação'?
Os chamados passaportes de vacinação contra COVID-19 já estão em funcionamento em algumas regiões do mundo e em estudo em vários países. Sistema de controel tem como objetivo garantir trânsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacinação impõem desafios éticos e científicos.
Quais os sintomas do coronavírus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
Em casos graves, as vítimas apresentam
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.
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Mitos e verdades sobre o vírus
Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.Para saber mais sobre o coronavírus, leia também:
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