Após o Centro Universitário Newton Paiva anunciar nesta terça-feira (11/5) que vai fechar sua unidade no Bairro Buritis, Região Oeste de Belo Horizonte, estudantes da faculdade repercutem a novidade com sentimentos mistos.
A locomoção para o câmpus Carlos Luz, no Bairro Caiçara, é o principal fator de embate entre os alunos que, após o retorno das aulas presenciais, terão que se adaptar a uma nova rotina para estudar.
A locomoção para o câmpus Carlos Luz, no Bairro Caiçara, é o principal fator de embate entre os alunos que, após o retorno das aulas presenciais, terão que se adaptar a uma nova rotina para estudar.
Em nota, a direção da universidade confirmou que os cursos de Engenharia, Sistemas de Informação, Análise e Desenvolvimento de Sistemas e Arquitetura e Urbanismo, que atualmente são todos os oferecidos no câmpus Buritis I, serão transferidos para o câmpus Carlos Luz a partir do segundo semestre de 2021.
Lado positivo
A notícia foi bem recebida por Nayara Dias, aluna de engenharia química na unidade do Buritis da universidade. Como atualmente mora no Bairro Coqueiros, na Região Nordeste da capital mineira, cerca de 12 quilômetros de distância do câmpus, demorava pouco mais de uma hora para chegar no local quando ainda se deslocava para as aulas presenciais, antes da pandemia.
“Para mim vai ser ótimo. Moro bem longe do Buritis. Agora que mudaram meu curso para a Carlos Luz vai ficar muito mais perto de casa. Além disso, conheço mais colegas que estudam lá. Será uma mudança positiva”, disse.
Para Bruna Rozzati, estudante de administração no Centro Universitário Newton Paiva da Carlos Luz, a chegada dos novos colegas será benéfica. Em entrevista ao Estado de Minas, ela disse que os prédios da unidade têm poucos alunos e espera que, com essa mudança, o ambiente seja melhor aproveitado.
“Acho que o pessoal do Buritis que vai para a Carlos Luz vai agregar muito para a faculdade. A estrutura de lá é muito boa, até porque, pouco tempo depois que entrei na faculdade, em 2018, eles haviam fechado o curso de comunicação social por falta de alunos. Por isso, ficou um andar meio vazio na Newton. Se não me engano, agora farão até um novo prédio lá”, disse a estudante.
Segundo a universidade, o câmpus da Carlos Luz terá sua infraestrutura remodelada, com reformulação dos laboratórios práticos e a intensificação dos recursos digitais utilizados.
Lado negativo
Morador do Bairro Alípio de Melo, na Região Pampulha, o estudante de engenharia civil Enrico Rocha disse que, com a transferência de unidade, ele estará um pouco mais perto da faculdade. No entanto, ele diz que outro problema surgiu com a transferência.
“É um ponto positivo e negativo. A mudança será boa porque é mais perto de onde moro. Mas, como eu saio do trabalho, na região do Buritis, para a faculdade, a locomoção para a Carlos Luz ficaria um pouco complicada”, informou.
“É um ponto positivo e negativo. A mudança será boa porque é mais perto de onde moro. Mas, como eu saio do trabalho, na região do Buritis, para a faculdade, a locomoção para a Carlos Luz ficaria um pouco complicada”, informou.
O aluno do Newton Paiva ainda disse que a mudança não foi bem recebida por seus colegas de classe. “Muito são do interior e escolheram apartamentos no Buritis para alugar. Estão bastante resistentes com a mudança de um local que antes era perto e passará a ser longe”, disse Enrico.
Foi algo parecido com o que aconteceu com Ana Clara Nerys. Ela escolheu o câmpus Buritis para estudar engenharia civil, justamente por sua localização, já que a sede de seu trabalho fica no Bairro Estoril, região a menos de 3 minutos de distância da unidade.
Agora, com as aulas de sua graduação remanejadas para os prédios na Avenida Carlos Luz, terá que, pela segunda vez, readequar toda sua programação diária caso escolha por continuar estudando na universidade.
Agora, com as aulas de sua graduação remanejadas para os prédios na Avenida Carlos Luz, terá que, pela segunda vez, readequar toda sua programação diária caso escolha por continuar estudando na universidade.
“Eu só iniciei o curso lá porque é perto do meu serviço. Existe ainda a grande possibilidade de eu sair do curso por conta disso. Não é a primeira vez que me deixam na mão. Antes, ele era diurno e, por causa da falta de organização deles, passou a ser noturno. Isso me prejudicou mais uma vez, já que tive que remanejar toda a minha rotina de trabalho para continuar no curso”, relatou Ana Clara.
A estudante de engenharia disse que a mudança pegou de surpresa seus colegas de classe. “Todo mundo está achando horrível. Nós não fizemos um cronograma de seis meses. É um curso de cinco anos, então precisamos escolher da melhor forma possível”, disse.
'Faltou planejamento'
Mesmo não sendo diretamente afetada, a estudante de odontologia do Centro Universitário Newton Paiva Unidade Silva Lobo, Letícia Pereira disse que o fechamento da unidade poderá causar um excesso de alunos em um só local. Seus colegas que estudavam no Buritis também não gostaram da ideia. “Eu acho muito triste fechar. Na minha opinião, não tem como realocar esse tanto de alunos para a Carlos Luz. Acho que é muita gente para um lugar pequeno”, disse.
Além disso, a aluna reclama do alto valor da mensalidade dos cursos de graduação da universidade no momento atual com o ensino sendo feito de forma remota devido à pandemia do coronavírus.
“A mensalidade da Newton não é barata, não acho que seja uma mensalidade justa. Acho muito cara para fechar um prédio. Faltou planejamento. Também, no meu curso, ainda preciso fazer as aulas práticas que me faltam e demoram muito para nos realocar dentro do prédio da saúde. Mal dão uma resposta”, disse a estudante.