A Prefeitura de Divinópolis, Região Centro-Oeste de Minas Gerais, antecipou-se ao Programa Nacional de Imunização (PNI) e iniciou o cadastramento dos profissionais de educação para a vacinação contra a COVID-19. O cadastro é para tentar antecipar a imunização da categoria e, assim, retomar as aulas presenciais na rede pública.
Até o momento, 4,7 mil profissionais fizeram a inscrição pelo site da prefeitura. O prazo termina neste sábado (15/5). Como o município não possui aval dos órgãos competentes, ainda não há uma data fixa para essas pessoas serem imunizadas. O requerimento será encaminhado ao Ministério Público.
As profissões requeridas são professor regente, administrativo de escola e auxiliar de serviço de instituições privadas e públicas, das esferas municipais, estaduais e federais.
Desde o ano passado, as aulas estão sendo realizadas na modalidade remota na rede estadual e municipal. Em Divinópolis, o retorno presencial foi autorizado mediante protocolos, porém, a rede pública manteve o ensino a distância. O Estado também não permitiu a volta às salas de aula.
Assim como Divinópolis, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) também solicitou a antecipação da vacinação dos educadores. O secretário da pasta, Fábio Baccheretti, disse, na última sexta-feira (7/5), que o governo está seguindo estritamente o PNI, porém solicitou ao governo federal uma tentativa para os professores serem adiantados.
O PNI, segundo o secretário, prevê a vacinação destes profissionais já no mês que vem.
Atividade essencial
O presidente da Câmara de Divinópolis, o vereador Eduardo Print Jr. (PSDB), mobilizou requerimento pedindo ao prefeito Gleidson Azevedo (PSC) que reconheça a educação como atividade essencial. A partir disso, ele defende a inclusão da categoria no grupo prioritário da vacinação.
A proposta é que os trabalhadores da educação sejam imunizados com a primeira dose ainda em maio, para receberem a segunda até agosto e as aulas presenciais serem retomadas no segundo semestre.
“Se hoje a gente têm condição de vir à Câmara, de ir ao supermercado, comprar presentes para as mães, tirar férias, ir ao sítio, vamos agora montar uma condição para que a gente possa voltar com as aulas presenciais”, defendeu.
Ele ainda questionou as aulas presenciais na rede privada, enquanto a pública mantém o ensino remoto. “Acho muito injusto a rede municipal e estadual pararem e a particular continuar. E o futuro? E o conhecimento do futuro? Por que essa distinção? O aluno que tem condição estuda e o que não tem espera?”, indagou.
O documento foi assinado por 16 dos 17 vereadores. Apenas um, Hilton de Aguiar (MDB), não assinou por estar afastado em decorrência da COVID-19.
*Amanda Quintiliano especial para o EM