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Estado de Minas 'BURACO NA PISTA'

Polícia Federal indicia quatro por mineração ilegal na Grande BH

Operação deflagrada esta manhã (19/5) cumpre 6 mandados em Nova Lima e em Itaúna; extração ilegal de minério era camuflada como terraplenagem


19/05/2021 08:40 - atualizado 19/05/2021 19:24

Segundo a PF, a mineração ilegal era praticada na BR-040, altura do município de Nova Lima, na Grande BH(foto: PF/Divulgação)
Segundo a PF, a mineração ilegal era praticada na BR-040, altura do município de Nova Lima, na Grande BH (foto: PF/Divulgação)
Uma operação da Polícia Federal (PF) deflagrada na manhã desta quarta-feira (19/5) cumpre seis mandados de busca e apreensão - um em Nova Lima, Região Metropolitana de Belo Horizonte, e cinco em Itaúna, Região Centro-Oeste de Minas. Intitulada 'Buraco na pista', a ação policial combate a extração ilegal de minério de ferro na pista paralela à BR-040, na altura do quilômetro 569, na Grande BH. 

Segundo a PF, a mineração era camuflada como atividade de terraplenagem. Os investigados chegaram a solicitar autorização à concessionária da rodovia e à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para realizar supostas melhorias no terreno. Os suspeitos também teriam criado empresas fictícias para dar credibilidade à empreitada. A obra, no entanto, nunca foi executada.

Na operação, a PF encontrou aparato de extração ilegal de minério. Atividades eram camufladas como terraplenagem(foto: PF/Divulgação)
Na operação, a PF encontrou aparato de extração ilegal de minério. Atividades eram camufladas como terraplenagem (foto: PF/Divulgação)
 No local, os policiais encontraram aparato de exploração de minério. O material foi apreendido e, de acordo com a corporação, será analisado e periciado. 

Quatro pessoas foram indiciadas por ao menos cinco crimes relacionados à pesquisa, lavra ou extração de recursos minerais sem a competente autorização, previstos no Artigo 55 da  Lei nº 9.605/98, que dispõe sobre atividades lesivas ao meio-ambiente. Se condenadas, elas podem cumprir até 29 anos de prisão. O quarteto é investigado em outros três inquéritos por delitos semelhantes

Atividade recorrente

Em 2019, a Polícia Federal montou uma operação semelhante. Trata-se da Operação Poeira Vermelha, deflagrada em julho daquele ano. O 'modus operandi' dos envolvidos era o mesmo dos indiciados nesta quarta (19/5). Na época, as investigações apontaram que os criminosos simulavam atividades de terraplenagem em terrenos urbanos, como se os preparassem para futura construção, mas, segundo a polícia, praticavam a mineração ilegal.

Com base nas características geográficas da área onde atuavam, a polícia chegou à conclusão de que a “terra” extraída pela quadrilha consistia, de fato, em minério de ferro, com considerável valor de mercado, que era revendido para empresas siderúrgicas para a produção de aço.

Comércio de minério

O Código de Mineração e normativos da ANM determinam que extrações minerais em atividade de terraplenagem dispensam autorização municipal somente nos casos em que o material retirado é empregado em área de interesse da obra, sem posterior comercialização. 


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