Jornal Estado de Minas

PANDEMIA

Idoso é acusado de usar documento de irmão morto para furar fila da vacina


Um idoso de 80 anos foi denunciado por falsidade ideológica depois de se passar por um irmão dele de 91 anos, já morto, para se vacinar conta a COVID-19 na cidade Araguari, no Triângulo Mineiro. O que chama a atenção é que, pelo calendário de imunização, ele receberia a primeira dose menos de um mês após se vacinar ilegalmente.





A investigação da Polícia Civil foi finalizada neste mês e a denúncia já foi apresentada pelo Ministério Público de Minas Gerais à Justiça. O caso, entretanto, aconteceu em fevereiro de 2021, em uma das primeiras fases de vacinação no município, quando ele foi receber as doses na Policlínica da cidade.

O homem usou toda a documentação do irmão e teve a ajuda da esposa de um de seus netos. A mulher, que tem 40 anos, também foi indiciada no inquérito. Ela informou depois que não sabia da fraude, mas que emprestou um comprovante de residência ao idoso.

De acordo com a prefeitura de Araguari, naquele momento não era necessário o cadastro das pessoas dos grupos prioritários, uma vez que eram pessoas mais velhas. Foi o município que descobriu a fraude quando tentou fazer o lançamento da vacinação no cadastro nacional e percebeu que se tratava de uma pessoa falecida. A denúncia partiu da Secretaria Municipal de Saúde.




O delegado Rodrigo Fiorindo informou que durante as oitivas, o idoso confessou o uso da documentação.

“Ele afirmou que estava com medo de contrair o coronavírus e ter COVID-19. Ele quis adiantar a vacina, mesmo sabendo que poderia se vacinar posteriormente”, contou.

Ambos' os indiciados respondem pelo crime em liberdade. A vacinação para a faixa etária do homem foi iniciada em 4 de março.

Por meio de nota, a prefeitura de Araguari ainda disse que a administração do município, desde o início do processo, colaborou todas as informações necessárias às investigações e aguarda o julgamento do processo que está na Justiça”.

Ainda de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde e Vigilância Epidemiológica, não haveria nenhum outro caso de possível fraude no processo de vacinação e todas as listas com identificação dos vacinados são encaminhadas diariamente para o Ministério Público e Polícia Civil.

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