Um grupo com 30 brasileiros deportados dos Estados Unidos desembarcou na tarde desta sexta-feira (21/5) no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins. O voo, que estava previsto para chegar às 14h50, sofreu um atraso de quase uma hora.
Em dois anos, foram mais de 1.200 imigrantes do Brasil expulsos do país. "O sonho não acabou. Se Deus quiser, eu vou voltar", disse um dos jovens que foi obrigado a deixar os EUA. Ele contou que a situação difícil do Brasil o motivou a tentar morar no exterior.
Ao ser questionado sobre a viagem, um dos jovens que desembarcou nesta sexta-feira disse, no entanto, não ter sofrido "negligência".
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A princípio, o Itamaraty havia comunicado que o voo trazia 106 passageiros. Porém, corrigiu a informação, e o avião transportou 30 pessoas.
O Itamaraty informou também que o processo foi acompanhado pelo órgão para que a segurança e bem-estar dos brasileiros fossem garantidas. Em voos passados, outros deportados haviam relatado ter sofrido maus-tratos.
“A realização do voo tem como objetivo primário reduzir, para esses cidadãos, o tempo de permanência em centros de detenção nos Estados Unidos, em particular no atual contexto da pandemia da COVID-19”, informou o ministério em nota.
Este é o primeiro movimento de deportação em massa de imigrantes brasileiros após Joe Biden assumir a presidência dos Estados Unidos, em 2021. O democrata suspendeu por 100 dias as deportações e prometeu tratar de ‘forma digna’ imigrantes ilegais que vivem hoje no país. Ele, no entanto, repete prática bastante usada durante a gestão de seu antecessor, o empresário Donald Trump, conhecido por suas políticas anti-imigração.
O desembarque de pessoas que tentaram entrar ilegalmente nos EUA não era aceito pelo Brasil desde 2006. A mudança voltou a ser adotada pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), em outubro de 2019.
Desde então, foram 22 voos realizados, somando 1.195 imigrantes brasileiros sem documentos deportados. Com mais esse avião, o número sobe para 1.225.
Ainda segundo o Itamaraty, as repartições consulares brasileiras nos Estados Unidos “seguem prestando toda a assistência consular cabível aos cidadãos brasileiros ainda detidos naquele país''.