A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) deu, neste sábado (22/5), detalhes sobre a prisão do técnico de futebol Carlos Alberto Oliveira Sena, de 38 anos, suspeito de abusar sexualmente de seus jogadores, todos menores de idade, em um clube de Ibirité, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).
A prisão do treinador ocorreu na noite de sexta-feira (21/5), após uma semana foragido. Ele foi indiciado por estupro de vulnerável, importunação sexual e abuso sexual. O suspeito negou os crimes.
A prisão do treinador ocorreu na noite de sexta-feira (21/5), após uma semana foragido. Ele foi indiciado por estupro de vulnerável, importunação sexual e abuso sexual. O suspeito negou os crimes.
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Preso treinador de futebol suspeito de abusar de adolescente em IbiritéTreinador é procurado pela polícia, suspeito de estuprar garoto de 14 anosTravesti x cliente: briga por R$ 10 termina em facadas em BHUm dos meninos é do interior de Minas e o restante do Pará. O técnico acusado é do Maranhão e estava em Ibirité há dois anos e não tem antecedentes criminais. Os abusos ocorreram em maio de 2020.
Em coletiva on-line, a delegada titular da 2ª Delegacia de Polícia Civil de Ibirité, Carolina de Oliveira Urbano, informou que dois meninos foram abusados sexualmente, um de 13 anos e outro de 15. Um terceiro rapaz sofreu assédio por mensagem de Whatsapp.
“Temos prints das mensagens enviadas, e os depoimentos dos rapazes foram todos com muitos detalhes. Ao todo, nove meninos foram ouvidos pela Polícia Civil. O técnico chegou a dar dinheiro e presentes para manter o silêncio deles, mas em depoimento negou tudo. Um dos argumentos do técnico é que os rapazes não gostaram de ter sido dispensados dos treinos ou de terem sido chamados atenção por algum comportamento e, que devido a isso, eles estavam mentindo", relatou a delegada Carolina.
"Com relação às mensagens printadas, ele disse que não partiram dele, que o celular ficava exposto e outra pessoa foi o interlocutor dessas mensagens”, continuou a delagda, que explicou que os meninos não passaram por exames médicos porque o ato libidinoso não deixa qualquer vestígio.
"Com relação às mensagens printadas, ele disse que não partiram dele, que o celular ficava exposto e outra pessoa foi o interlocutor dessas mensagens”, continuou a delagda, que explicou que os meninos não passaram por exames médicos porque o ato libidinoso não deixa qualquer vestígio.
O Conselho Tutelar de Ibirité abrigou os rapazes assim que souberam das denúncias. Um dos pais já veio para Minas Gerais acompanhar o caso, mas a maioria era do Pará e já retornou ao estado de origem.
A delegada também ouviu os responsáveis pelo clube. “O presidente desconhece os fatos , mas foi colaborativo e desligou o treinador assim que teve ciência da notícia. O presidente foi pego de surpresa ao saber que o treinador usava as dependências do clube para este tipo de conduta”, relata Carolina Urbano.
Ela informou ainda que o treinador se apresentou espontaneamente com seu advogado, apesar de ter desaparecido nos dias anteriores.
Ela informou ainda que o treinador se apresentou espontaneamente com seu advogado, apesar de ter desaparecido nos dias anteriores.
“Para o clube, a princípio, não há nenhum crime, porém não ficará isento de responsabilidade. As autorizações com os pais foram feitas de forma bem informal. Essa é uma demanda mais judicial e que o Conselho Tutelar já está à frente”, finalizou a delegada.
Entenda o caso
Segundo informações do boletim da Polícia Militar (PM), o menor, então com 14 anos, veio do Pará para um clube de Ibirité, na Grande BH, atrás do sonho de se tornar jogador de futebol.
Ele relatou aos conselheiros tutelares da cidade que sofreu abusos do técnico por duas vezes. Uma delas, após a realização de um treino em campo. O homem teria convidado o adolescente para malhar na academia do clube e, no local, tocou as partes íntimas dele, além de forçá-lo a praticar sexo oral.
O menino disse ainda que, após o ato, chorava e recebia ameaças. Para manter o silêncio, o treinador também tentava comprá-lo com dinheiro. Ao tomar conhecimento das denúncias, outros jovens relataram também terem sofrido assédio do professor.
De acordo com a PM, o administrador do clube se mostrou surpreso com os relatos e se dispôs a colaborar com as investigações. Ele disse que o suspeito trabalhava há dois anos no local como autônomo e, aparentemente, mantinha conduta exemplar.