Jornal Estado de Minas

PANDEMIA

Homens se cadastraram como gestantes para furar fila da vacinação

Pelos menos 200 casos suspeitos de fraude na vacinação contra a COVID-19 são investigados em Divinópolis, na Região Centro-Oeste de Minas. As denúncias de fura-filas foram recebidas pela prefeitura da cidade e reportadas, nesta segunda-feira (24/5), ao Ministério Público (MP).





Na lista de irregularidades, um caso chamou a atenção. Pelo menos 17 homens teriam se cadastrado como gestantes para tentar burlar a triagem e conseguir receber as doses. Antes que chegassem à etapa presencial, eles foram barrados a partir da identificação do sistema.

Predomina como supostas fraudes a apresentação de atestados falsos de comorbidades para furar a fila e antecipar a vacinação. Dentre as doenças campeãs alegadas estão hipertensão e diabetes.

Estagiários de saúde também teriam apresentado documentos falsificados de que atuam na linha de frente para serem vacinados.

Algumas denúncias partiram de cidadãos e dos próprios parentes dos imunizados. “A gente vai agora intensificar a fiscalização na documentação que é conferida na triagem. E vai também verificar esses casos de possíveis fraudes”, disse o assessor especial de governo, Fernando Henrique.





Após a apuração interna na prefeitura, o material e provas colhidas serão encaminhados ao Ministério Público e à Polícia Federal. Se confirmada as irregularidades, os envolvidos podem responder por falsidade ideológica e apresentação falsa de documentos.

O Conselho Regional de Medicina (CRM) será acionado para verificar quais medidas poderão ser tomada em relação aos profissionais. “Se ficar comprovado que o médico forneceu atestado tendo conhecimento que a informação era mentirosa, ele também responde pelo crime”, destacou o assessor.


Lentidão

Outros indícios de irregularidades foram detectados, como no grupo da educação. Mesmo não atuando na área, algumas pessoas tentaram se cadastrar como professor. “Isso dificulta muito o trabalho da gente e até para quem tem realmente direito à vacina, porque gera uma certa lentidão no processo”, explicou o diretor de TI, Roberto Freitas. 





Além de fazer o cadastro na internet, as pessoas cadastradas precisam apresentar a documentação no local exato no dia da vacinação. Estes documentos são exigidos de acordo com o grupo prioritário. 
Os casos suspeitos de fraude foram relatados durante coletiva de imprensa nesta segunda-feira (25/4) (foto: Amanda Quintiliano/Esp. EM)


Triagem intensificada

A partir da reunião com o Ministério Público (MP), o município decidiu tornar as etapas do cadastro e triagem mais rigorosas. Para ele se eximir da responsabilidade em possível fraude, a pessoa a ser vacinada terá que preencher um termo citando a comorbidade, os remédios que ela utiliza no tratamento e há quanto tempo foi diagnosticada com a doença.

“Isso é o ato dela de responsabilização, que não está fazendo uma fraude e, sim, atestando essa verdade juntamente, grampeando o receituário médico e atestado médico. Dessa forma, nós pretendemos realmente acabar com qualquer tipo de tentativa de burlar para ter direito a vacinação”, afirmou a secretária de governo e vice-prefeita, Janete Aparecida.




 


Denúncias antigas

Embora apenas agora a prefeitura tenha tomado uma medida, as denúncias de fura-filas já foram feitas antes. Uma delas pelo vereador Roger Viegas (Republicano). Na época, ele apontou profissionais de saúde que foram vacinados sem estarem na linha de frente. A maior parte deles de hospitais privados.

Indagada porque apenas agora o município decidiu apurar, a vice-prefeita disse que as denúncias foram formalizadas apenas na última semana. Dentre elas, está a de familiares de diretores de uma unidade hospitalar, sem se enquadrarem em grupos prioritários da época.
 
*Amanda Quintiliano especial para o EM
 


Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil

  • Oxford/Astrazeneca

Produzida pelo grupo britânico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No país ela é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).





  • CoronaVac/Butantan

Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a liberação de uso emergencial pela Anvisa.

  • Janssen

A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do único no mercado que garante a proteção em uma só dose, o que pode acelerar a imunização. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.

  • Pfizer

A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Ministério da Saúde em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autorização para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.





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Como funciona o 'passaporte de vacinação'?

Os chamados passaportes de vacinação contra COVID-19 já estão em funcionamento em algumas regiões do mundo e em estudo em vários países. Sistema de controel tem como objetivo garantir trânsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacinação impõem desafios éticos e científicos.

Quais os sintomas do coronavírus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas gástricos
  • Diarreia

Em casos graves, as vítimas apresentam

  • Pneumonia
  • Síndrome respiratória aguda severa
  • Insuficiência renal

Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.

 

 

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Mitos e verdades sobre o vírus

Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.



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