Durante audiência pública da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) desta terça-feira (25/5), professores e representantes sindicais criticaram a volta às aulas nas escolas infantis da rede pública e particular de Belo Horizonte. A sessão foi solicitada pela deputada Beatriz Cerqueira (PT), presidente do comitê.
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Juiz de Fora monitora paciente que teve COVID após viagem à ÍndiaCOVID-19: com média de 223 mortes por dia, Minas totaliza 39.176Carga de caminhão de carne é furtada em SabarácoronavirusbhBH: professores da educação infantil serão vacinados a partir desta quartaMenina de 2 anos faz sucesso na internet falando ''palavras difíceis''“Em vários momentos o prefeito Alexandre Kalil (PSD) foi às mídias falar com muita convicção, ou parecia que existia uma convicção, com relação a que não teria o retorno das aulas, por exemplo, se a gente não atingisse o número de 20 casos de contaminação por 100 mil habitantes. No início desse ano ele chama o retorno às aulas quando se tem 400 casos por 100 mil habitantes” disse a educadora.
O retorno das aulas presenciais da educação infantil foi autorizado pela Prefeitura de Belo Horizonte no final do mês de abril, após mais de um ano de suspensão devido à pandemia de COVID-19.
Na ocasião, foram definidas regras sanitárias para o retorno na tentativa de garantir a segurança de professores, alunos e colaboradores. A Secretaria Municipal de Educação informou que a volta às aulas em BH será realizada em etapas, de acordo com os indicadores do vírus na capital mineira.
Após o anúncio, a categoria havia decretado greve sanitária e continuação do trabalho apenas de forma remota. Um dos argumentos defendidos pelos sindicatos é que, mesmo com as propostas oferecidas pela prefeitura de técnicas para distanciamento social e prevenção da transmissão do coronavírus, como, por exemplo, a divisão por grupo de alunos em salas específicas para evitar contato físico, não há garantias de que as medidas serão efetivas.
Segundo Polly do Amaral, representante da Associação dos Pais e Responsáveis de Estudantes, as regras não foram bem denifidas pelo Executivo municipal. "Belo Horizonte não tem protocolo. Isso que é divulgado e chamado de protocolo, é uma parte. Um protocolo tem que denifir muito bem os parâmetros que vão ser adotados para tomada de decisão, tanto para abertura quanto para fechamento e isso não existe", disse.
Vanessa Portugal, representante do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte (Sind-Rede BH), disse que o ensino presencial está colocando a vida dos professores e das crianças em risco e afirmou que o retorno foi influenciado por pressão dos colégios particulares.
“Nossa greve está sendo profundamente atacada, com assédio moral e ameaça de corte nos salários. Não há materiais físicos e humanos para cumprir protocolos sanitários. As escolas não têm condições de abrir”, disse.
A vereadora Iza Lourença (PSOL-MG) destacou que a maioria defende a retomada presencial o mais rápido possível, mas que o ambiente escolar neste momento é arriscado. “Acontece que não estamos em um ambiente seguro em nosso país. Não estamos no ambiente como alguns países já atingiram, de retornar às aulas, de poder fazer eventos”, informou.
Casos de contaminação no colégio Santo Agostinho
No Colégio Santo Agostinho do Bairro Gutierrez, na Região Oeste de Belo Horizonte, as aulas presenciais foram suspensas até o próximo dia 28 depois de surgirem três casos de infecção pelo novo coronavírus na unidade.
Segundo a escola, os diagnósticos são de "colaboradores administrativos-pedagógicos que trabalham direto com estudantes e professores".
O pai de um aluno, que preferiu não se identificar, acredita que não há como a escola garantir a segurança. "Qual protocolo a escola está seguindo? Por que mudaram de posição em menos de um dia? O resultado são professores inseguros com a possível volta e pais sem saber o que realmente está acontecendo e o risco que esse retorno representa", afirmou. (Com informações de Larissa Ricci e Gabriel Ronan)
* Estagiária sob supervisão da subeditora Ellen Cristie.
Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil
- Oxford/Astrazeneca
Produzida pelo grupo britânico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No país ela é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
- CoronaVac/Butantan
Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a liberação de uso emergencial pela Anvisa.
- Janssen
A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do único no mercado que garante a proteção em uma só dose, o que pode acelerar a imunização. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.
- Pfizer
A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Ministério da Saúde em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autorização para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.
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Como funciona o 'passaporte de vacinação'?
Os chamados passaportes de vacinação contra COVID-19 já estão em funcionamento em algumas regiões do mundo e em estudo em vários países. Sistema de controel tem como objetivo garantir trânsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacinação impõem desafios éticos e científicos.
Quais os sintomas do coronavírus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
Em casos graves, as vítimas apresentam
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.
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