É realizado no 1º Tribunal do Júri de Belo Horizonte nesta quarta-feira (26/5) o julgamento de Hudson Rangel Gomes Rosa, de 20 anos, acusado de matar Luiz Felipe Siqueira Souza, de 17, durante uma briga no Instituto de Educação de Minas Gerais (IEMG), escola estadual centenária que fica no Bairro Santa Efigênia, Região Centro-Sul de Belo Horizonte, em novembro de 2018.
O julgamento teve início às 10h20 com o depoimento da diretora da escola. Em seguida, a segunda testemunha, que foi colega de escola da vítima, foi ouvida.
A terceira testemunha a depôr foi outro colega da vítima. Segundo a assessproa do Fórum, ele contou que estava na quadra, tentou impedir as agressões e tirar o amigo de lá em segurança. Ele afirma que os dois foram cercados perto de uma escada, a confusão recomeçou e ocorreu a agressão do acusado com um chute na cabeça. Depois disso, segundo ele, Hudson desceu a escada, se abaixou ao lado de Luiz Felipe e colocou as duas mãos na cabeça.
O crime ocorreu na manhã de 14 de novembro de 2018 quando alunos jogavam futebol na quadra da escola. A confusão teria começado com um atrito verbal, mas um grupo de alunos partiu para cima de Luiz Felipe.
Na época, a direção da instituição de ensino, o estudante tentou fugir para o interior da escola, mas lá dentro foi agredido com um chute na cabeça. Ele estaria de costas quando sofreu o golpe. Apontado como o principal agressor, Hudson, na época com 18 anos, foi detido pela Polícia Militar (PM).
Naquele ano, a Secretaria de Estado de Educação (SEE) informou que o agressor tinha mais de 20 ocorrências na escola, e que a direção já havia pedido a transferência dele.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi até a escola e levou Luiz Felipe ao Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, onde ficou internado no Centro de Terapia Intensiva (CTI) até o dia 20, quando morreu.
A família decidiu doar as córneas do adolescente, que foi velado em Minas Novas, onde morava parte da família, e sepultado em Turmalina, no Vale do Jequitinhonha.
Luiz Felipe queria ser engenheiro civil. Ele deixou o pai e um irmão mais novo. A mãe deles morreu quando Luiz tinha apenas 3 anos. Eles chegaram a morar em São Paulo, onde o pai trabalhava como motorista de aplicativo, mas o adolescente se mudou para Belo Horizonte para estudar e passou a morar com uma tia.