O prefeito de Divinópolis Gleidson Azevedo (PSC) disse que foi “apunhalado” pelos profissionais da educação da cidade. A declaração, feita nas redes sociais em resposta à suspeita de fraude na vacinação contra a COVID-19, foi repudiada pelos professores da cidade.
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Super pão de queijo? Leitores do EM comentam superluaFique atento: multas do DER-MG podem ser pagas com desconto de até 40%Pai é preso acusado de violentar a filha de 10 anoscoronavirusmgCampo Belo volta com a Lei Seca para conter avanço da COVID-19Ministra Damares Alves se encanta com o serviço de equoterapia em ValadaresPelo menos 200 casos de tentativas e de fura-filas são apurados pela prefeitura. “Sempre pedem a valorização dos profissionais da educação, mas quando aparece um prefeito que peita o sistema, é com uma apunhalada dessa que eles me agradecem! 200 fraudes… É esse o Brasil que eu quero?”, declarou Azevedo, que estreou nesta segunda-feira (24/5) no Twitter.
A vacinação dos professores começou esta semana. “Hoje era para ser um dos dias mais felizes do meu governo. Divinópolis é a única cidade de MG que está vacinando os profissionais da educação e 200 desses profissionais fraudaram a fila das vacinas”, postou.
A declaração gerou incômodo entre a classe. A principal crítica é de que ele teria generalizado os profissionais. As supostas fraudes foram reveladas pelo governo nessa terça-feira (26/5). A quantidade mencionada pelo prefeito também foi alvo de questionamento.
O balanço divulgado pela vice-prefeita e secretária de Governo Janete Aparecida (PSC) é de que seriam 200 fraudes considerando todos os grupos. E que a maioria seria em relação às pessoas com comorbidades. Entretanto, ao postar, Azevedo atribuiu as irregularidades apenas à educação.
A prefeitura de Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas, não se manifestou sobre a declaração do prefeito até o fechamento desta matéria.
Declaração rendeu críticas
O Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Divinópolis (Sintemmd) repudiou a declaração do prefeito. “O Sintemmd repudia a fala do prefeito de Divinópolis, que acusa de forma generalizada os profissionais da educação por suposta fraude na fila da vacinação. Exigimos retratação e respeito”, declarou.
O presidente do Conselho Municipal de Educação e diretor do sindicato, Rodrigo Rodrigues, tratou a postagem como “midiática” e disse que as entidades não irão “entrar neste jogo”.
“O que lutamos para resguardar está resguardado, que é a priorização dos trabalhadores da educação”, afirmou.
A postura de Azevedo também rendeu críticas por parte da presidente da Comissão de Educação da Câmara Municipal. A vereadora Lohanna França (Cidadania), que também é professora de inglês na rede privada, classificou a fala como “infeliz”. Ela está entre as imunizadas.
“O prefeito errou. Foi uma falha infeliz porque parece que a classe é composta por pessoas que fraudam, que não respeitam normas, e na verdade não é isso. Ele pega uma ação positiva da prefeitura, que foi a decisão de vacinar os professores, e faz com que chame mais a atenção em relação ao ruim, que foi a forma como ele generalizou os professores. Toda classe tem profissionais honestos e desonestos, não seria diferente na educação”, argumentou.
Prefeito faz dancinha para “grávidos”
Gleidson Azevedo também publicou um vídeo nas redes sociais intitulado “Homenagem aos grávidos de Divinópolis”, fazendo uma "dancinha".
Ele (de camisa cinza) e outras três pessoas aparecem com uma bola por dentro da blusa para simbolizar a gravidez e dançado a música “Volta bebê, volta neném”.
O vídeo foi gravado em uma academia de CrossFit frequentada por ele e também pelo gerente de marketing da prefeitura, Talles Duque, que aparece de bermuda azul.
Esta semana, a prefeitura revelou que 17 homens tentaram burlar o sistema e se cadastraram como gestantes para receber a vacina. Entretanto, foram descobertos antes mesmo da triagem presencial pela equipe de TI.
*Amanda Quintiliano especial para o EM
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Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil
- Oxford/Astrazeneca
Produzida pelo grupo britânico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No país ela é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
- CoronaVac/Butantan
Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a liberação de uso emergencial pela Anvisa.
- Janssen
A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do único no mercado que garante a proteção em uma só dose, o que pode acelerar a imunização. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.
- Pfizer
A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Ministério da Saúde em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autorização para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.
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Como funciona o 'passaporte de vacinação'?
Os chamados passaportes de vacinação contra COVID-19 já estão em funcionamento em algumas regiões do mundo e em estudo em vários países. Sistema de controel tem como objetivo garantir trânsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacinação impõem desafios éticos e científicos.
Quais os sintomas do coronavírus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
Em casos graves, as vítimas apresentam
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.
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