A viatura da PM se deslocou para a rua. Quando passava em frente ao endereço, a jovem já saiu com a criança enrolada em um lençol e entregou aos policiais que, de imediato, se preocuparam em levar o bebê até o hospital para os cuidados médicos. A jovem, de 18 anos, que havia feito a ligação e estava com o recém-nascido no colo, seguiu na viatura.
Na sequência, os policiais fizeram um cerco nas cidades vizinhas para localizar o veículo descrito pela autora da ligação. Os militares também foram verificar as câmeras de segurança de algumas casas da rua onde a criança foi encontrada, no intuito de ver o carro citado pela jovem, que ligou no 190.
Porém, os policiais constataram que nenhum tinha as características do suposto veículo que teria abandonado o recém-nascido. A equipe, que já estava desconfiada da jovem, teve mais um motivo para questioná-la sobre a ocorrência.
Sangramento e confissão
A jovem já tinha sido deixada no quartel, aos cuidados de outra equipe, enquanto a primeira viatura estava nessa ronda pela rua. Foi quando o policial olhou para atrás e percebeu que o banco onde a jovem se sentou estava com uma mancha de sangue. No quartel, também houve um princípio de sangramento da moça, em um banco na sala de espera.
Então, os policiais não tiveram mais dúvidas de que estavam diante da própria mãe do bebê e levaram a jovem para o atendimento médico no hospital da cidade.
De acordo com a PM, mais tarde a mãe da jovem, que também acompanhava a ocorrência, conseguiu a confissão da filha. A jovem contou que escondeu a gravidez da família, e que teve o filho sozinha, no momento que estava sozinha em casa.
Mãe e filho foram internados na Santa Casa da cidade para exames. O hospital não informou se mãe e filho foram liberados.
O Conselho Tutelar da cidade acompanha todos os procedimentos e informou à reportagem que mãe e filho passam bem e que a criança está sob os cuidados da família. A presidente do conselho tutelar, Rosangela Colombo Pavan, informou em nota enviada à redação que “o fato não configurou abandono de incapaz e em momento algum a criança esteve desassistida”.
“Após sermos acionados, pudemos constatar que a criança estava recebendo os atendimentos médicos necessários e a partir de então fizemos os atendimentos de praxe”, disse a conselheira tutelar, que encaminhou o caso encaminhado ao Ministério Público e ao Poder Judiciário da comarca.