Jornal Estado de Minas

COVID-19

Profissionais da educação são vacinados e protestam contra governo federal

A terça-feira (1°/6) é de alívio, mas também de protesto, para os trabalhadores do Ensino Fundamental de Belo Horizonte, que começam a receber a primeira dose da vacina contra COVID-19. A capital mineira dá início à primeira parte da imunização dos profissionais da educação e, ao longo da semana, trabalhadores do ensino médio e superior também serão incluídos na lista. Confira as datas e os endereços dos postos de vacinação em BH.





No posto de drive-thru do shopping Boulevard, Região Leste de Belo Horizonte, muitos profissionais que receberam a dose da vacina protestaram: "Fora Bolsonaro", gritaram.

Laura Lemos, de 20 anos, é professora do ensino infantil na escola Pra Crescer, no Bairro Castelo, na Região da Pampulha. Para ela, é um alívio vacinar, especialmente depois de já ter retomado as aulas.

"É uma grande emoção estar aqui hoje, entendendo o que estamos vivendo neste momento. Eu estava com muita  insegurança em estar ali e saber que é um risco tanto para a gente como para as crianças e a família delas. Então estar vacinando é saber que a gente vai poder voltar com o movimento educacional", comemorou.




 
Vinícius Ribeiro, 36 anos, é professor de música na Escola Infantil Balão Vermelho, no Bairro Mangabeiras, Região Centro-Sul da capital. Ele concorda com Laura que para voltar às aulas com segurança, todos devem ser vacinados. “É uma esperança para a educação, que desde o começo foi um setor muito atingido pela pandemia e muito desprivilegiado. Estou ansioso para que todo mundo consiga se vacinar e voltar às aulas com segurança”, ressaltou. 

No posto de drive-thru da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) muitos profissionais de escolas públicas municipais comemoraram a primeira etapa da imunização. Magna Rodrigues, de 47, foi a primeira da fila a receber a vacina.

Professora na Escola Municipal Aurélio Pires, no Bairro Liberdade, Região da Pampulha, para ela, apesar do sentimento de alívio e alegria por receber a primeira dose da vacina, ainda é perigoso que as aulas voltem neste momento. "É um sentimento muito dúbio porque ao mesmo tempo que eu estou sendo imunizada, tem muita gente que ainda está morrendo e está faltando vacina para muitas pessoas", ressaltou. 





Ela acredita que, mesmo com todos os protocolos de segurança contra o vírus nas escolas ainda vai ser muito arriscado um retorno neste momento. "Muito difícil. Todos nós que temos um conhecimento mínimo da pandemia sabemos que a gente precisa ter um número maior de pessoas vacinadas para esse vírus parar de circular. Esse protocolo é falho, funciona para um número muito reduzido de pessoas e não este cenário que as escolas vivem e a grande maioria vai continuar em risco", lamentou.

Magna ainda reforçou que no último ano, o ensino remoto tem sido um trabalho árduo. "As pessoas acham que a gente fica em casa e não tá trabalhando, mas nossos serviços triplicaram", disse, aflita.

Renata Batista Magalhaes, 47 anos, professora de português (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Renata Batista Magalhães, de 47, concorda com a colega de profissão. Ela é professora de português na Escola Municipal Consul Antônio Cadar, no Bairro Providência, Região Norte de Belo Horizonte, e acredita que só depois da segunda dose as coisas possam ser retomadas.

"Eu recebi essa vacina com muita alegria porque estava ansiosa para ficar protegida e retomar as aulas. Mas eu só vou me sentir segura depois que eu tomar a segunda dose", afirmou.
 
Eustáquio Oliveira, 39 anos, é professor de educação física da Escola Municipal Dom Bosco, Região Noroeste de BH. Ele comemorou este primeiro passo para um retorno seguro das aulas presenciais. “Foi um alívio, o início de uma caminhada para que as escolas possam reabrir. Uma pena que tenha demorado tanto e que tantas pessoas tenham morrido. Por todas essas mortes e por tudo que está acontecendo, a gente estar vivo para receber a vacina é um ato de resistência hoje. Então estou muito feliz e aliviado, que chegue a todos a vacina”, afirmou. 





Confira a programação da vacinação em BH nesta semana:


- Terça-feira, dia 1º: Trabalhadores do Ensino Fundamental com 18 anos ou mais completos até 30 de junho;

- Quarta-feira, dia 2: Pessoas com deficiência permanente com 18 anos ou mais completos até 30 de junho e cadastradas no portal da Prefeitura até 23h59 do dia 30 de maio; Trabalhadores do transporte aeroviário, residentes em Belo Horizonte, com 18 anos ou mais completos até 30 de junho;

- Quinta-feira, dia 3: Trabalhadores do Ensino Médio, profissionalizante e EJA com 18 anos ou mais completos até 30 de junho;

- Sexta-feira, dia 4, e sábado, dia 5: Trabalhadores do Ensino Superior com 18 anos ou mais completos até 30 de junho.

Os postos funcionam das 7h30 às 16h e os endereços podem ser acessados no site da PBH.

audima