O Hospital Manoel Gonçalves, em Itaúna, entrou em colapso. Com 160% de ocupação e sem estrutura física e financeira para ampliar leitos, a provedoria da unidade informou que não tem capacidade para receber mais pacientes. O comunicado foi encaminhado aos órgãos competentes, dentre eles ao Ministério Público (MP).
Toda a estrutura física do hospital está em uso e não há pontos de oxigênio e nem possibilidade de instalar outros. Nesta terça-feira (1/6), havia 70 pacientes respiratórios internados com apenas 42 leitos COVID-19 disponíveis.
A unidade é referência para a microrregião de Itaúna, que é composta também por Itatiaiuçu, Itaguara e Piracema.
Além disso, o hospital enfrenta outro problema: financeiro. A crise foi desencadeada em 2020, a partir dos gastos extras para tratar pacientes com coronavírus.
Na época, campanhas empresariais ajudaram a minimizar a situação com doações. Mas o cenário se complicou em 2021.
A dívida do hospital supera R$ 13 milhões, com um déficit mensal de aproximadamente R$1 milhão.
“Sem qualquer contrapartida, visto que, por ser uma instituição filantrópica, deve atender 60% de pacientes SUS e hoje atende a 90% SUS”, afirmou a provedora, Marilda França Chaves.
Com as cirurgias eletivas suspensas, o hospital ficou sem rendimentos.
A unidade conta com aportes do estado que são considerados “pequenos e insuficientes” pela provedoria. Emendas parlamentares complementam. “Porém, de forma muito pequena e sem continuidade”, citou Marilda.
Este ano não houve nenhum aporte federal, enquanto que as despesas têm aumentos que superam o quádruplo do que é recebido. “E não há aporte municipal, senão aquele contratado para atendimento do Pronto Socorro”, informou.
A situação se agravou com o aumento extraordinário de pacientes de COVID-19, o que elevou muito os gastos do hospital. Só com oxigênio, a unidade gasta R$ 284 mil por mês. O número é seis vezes superior ao consumo habitual. Já com medicamentos, o custo aumentou 500%.
“A suspensão de prestação de serviços de cirurgias eletivas, fechamento dos consultórios médicos, diminuição dos atendimentos particulares, tudo isso sem qualquer aporte financeiro para suportar os gastos com a pandemia do coronavírus”, alertou.
Para aliviar as contas e permitir que o hospital continue operando, a provedoria calcula serem necessários R$ 5 milhões para ser aplicado durante todo o ano.
Município cobra apoio do estado
O secretário municipal de Saúde, Fernando Meira, deposita a esperança no governo do estado. Disse que pretende contar com o apoio para utilizar os outros hospitais da macrorregião Oeste e eventualmente de outras regionais. “Que ainda possuem capacidade de atendimento para auxiliar a desafogar o excesso de demanda atualmente”, afirmou.
O município também pediu ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para referenciar pacientes de urgência e emergência para outras cidades.
O secretário atribuiu ao que chamou de “calamidade” a vários fatores, dentre eles, equipe de profissionais cansada e sobrecarregada.
“Dificuldade extrema para adquirir certos medicamentos essenciais, como sedativos e bloqueadores neuromusculares, comprometendo a assistência adequada; aumento exponencial da demanda e do preço de itens críticos, como oxigênio; falta de apoio do estado em fornecer soluções e apoiar financeiramente”, listou Meira.
A Secretaria de Estado de Saúde (SES) informou que destinou ao Hospital Manoel Gonçalves R$ 2.147.200 para enfrentamento à pandemia da COVID-19 e custeio de UTI. Deste valor, já foram transferidos R$ 1.667.200 e se encontram em processo de transferência R$ 480 mil referentes a recursos do mês de abril.
“Desde o início da pandemia, o governo de Minas realiza ações preventivas de enfrentamento ao novo coronavírus, entre elas a abertura de leitos de UTI em todas as regiões do estado”, afirmou a SES.
Atualmente, segundo a secretaria, são 4.854 leitos de UTI, enquanto que em fevereiro o estado contava com 2.072 vagas. Foram adquiridos 1.047 respiradores com o menor custo médio do país, e distribuídos Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) aos municípios.
Boletim de Itaúna
O município, de pouco mais de 93,8 mil habitantes, contabiliza 9.844 casos confirmados de COVID e 210 mortes.
Nesta terça-feira (1/6), com o avanço da doença, o prefeito Neide Moreira estabeleceu novas restrições, dentre elas a proibição de consumo de bebida alcóolica em espaços públicos e estabelecimentos comerciais, prática de esporte coletivo não profissional, eventos de qualquer natureza, incluindo em residências e sítios.
Nesta terça-feira (1/6), com o avanço da doença, o prefeito Neide Moreira estabeleceu novas restrições, dentre elas a proibição de consumo de bebida alcóolica em espaços públicos e estabelecimentos comerciais, prática de esporte coletivo não profissional, eventos de qualquer natureza, incluindo em residências e sítios.
Os supermercados terão que adotar rodízio de clientes a partir da numeração final do CPF, alternando entre finais ímpares e pares.
*Amanda Quintiliano especial para o EM
Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil
- Oxford/Astrazeneca
Produzida pelo grupo britânico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No país ela é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
- CoronaVac/Butantan
Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a liberação de uso emergencial pela Anvisa.
- Janssen
A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do único no mercado que garante a proteção em uma só dose, o que pode acelerar a imunização. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.
- Pfizer
A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Ministério da Saúde em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autorização para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.
Minas Gerais tem 10 vacinas em pesquisa nas universidades
Como funciona o 'passaporte de vacinação'?
Os chamados passaportes de vacinação contra COVID-19 já estão em funcionamento em algumas regiões do mundo e em estudo em vários países. Sistema de controel tem como objetivo garantir trânsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacinação impõem desafios éticos e científicos.
Quais os sintomas do coronavírus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
Em casos graves, as vítimas apresentam
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.
Entenda as regras de proteção contra as novas cepas
[VIDEO4]
Mitos e verdades sobre o vírus
Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.Para saber mais sobre o coronavírus, leia também:
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