Jornal Estado de Minas

PANDEMIA

Pedro Leopoldo: mortes por COVID-19 caíram em maio, mas dados divergem

As mortes por COVID-19 em Pedro Leopoldo, Região Metropolitana de Belo Horizonte, caíram em maio, comparando com o mês de abril. De acordo com o gráfico da Secretaria Municipal de Saúde, no último mês  15 pessoas perderam a vida (contabilizados até o dia 27) e no mês de abril, 52.





Só que as informações do gráfico, que tem como fonte o E-SUS e o Sistema de Vigilância Epidemiológica (Sivep), banco de dados do SUS, não são as mesmas do boletim epidemiológico divulgado pela secretaria municipal.

Se levarmos em conta os dados do gráfico, a queda foi de 71%, com o mês incompleto, como explicado acima. Já considerando os números dos boletins, a conta muda um pouco. Seriam 44 mortes em abril e 34 em maio, o que dá uma queda de 23%.

Segundo a Secretaria de Saúde, a diferença entre os números de mortes registrados no gráfico e no boletim não pode ser considerada subnotificação.

De acordo com as informações prestadas pelo órgão, o que ocorre é que quando os boletins epidemiológicos são divulgados, os números de óbitos não são necessariamente daquele mês e, por isso, nem sempre o óbito registrado nos boletins epidemiológicos aconteceram no dia e mês do registro.




 
Ainda segundo a Secretaria de Saúde, os óbitos podem ser pulverizados entre os meses. Isso porque, para que se confirme um óbito tem que ter um material completo, que são exames, declaração de óbito e a ficha do Sisep preenchida para evitar a confirmação ou descarte de óbitos que realmente são de COVID-19.
 
 

Diferença também entre os casos 

Dados dos números de casos e mortes que tem como fonte o E-SUS e o Sivep (foto: Secretaria de Saúde de Pedro Leopoldo)
Sobre o número de casos confirmados da doença, o gráfico aponta confirmação em abril de 642 novos registros e 560 em maio.

Ao comparar os número de casos no gráfico, disponibilizado pela secretaria à reportagem, e o número divulgado no boletim epidemiológico há um desencontro dos dados e os números são diferentes.



Em relação ao número de casos, o boletim epidemiológico aponta que em abril foram 651 registros e em maio, do dia 3 ao dia 31, foram 660 casos confirmados. 
 
Se somarmos os meses abril e maio, segundo os dados do Sivep, o total de infectados é de 1.202. Se a soma dos meses abril e maio for baseada nos dados do boletim epidemiológico, o total é de 1.311. Portanto, a diferença de casos registrados entre os dois é de 109 pessoas.
 
A Secretaria de Saúde justifica a diferença de 109 casos alegando que os dados do gráfico são sujeitos à alteração e os dados fornecidos do mês de maio é até o dia 27, quatro dias antes do final do mês.
 
A Secretaria de Saúde também informa que o número de casos entre os dois bancos de dados tem que ser igual, mas, ao consultar o boletim epidemiológico, entre os dias 27 e 31 de maio foram registrados 47 casos, o que não completa a diferença de 109.




 
Ainda segundo a Secretaria de Saúde, o que pode ser observado nos últimos 30 dias é que as internações por COVID-19 diminuíram na população acima de 60 anos, que já foi vacinada.
 
Os leitos para COVID-19 no Hospital Municipal Francisco Gonçalves são 31 e apenas 11 pessoas estão internadas. Mesmo com a taxa de ocupação em 35%, a Secretaria de Saúde não vê que o momento é para comemorar devido ao descontrole da doença em todo país.
 

Bairros com mais casos 

Bairros como o Centro, com 978 casos, e Lagoa Santo Antônio, com 576, ainda são os campeões de confirmações da doença na cidade, segundo dados do boletim epidemiológico.
 
Segundo o boletim, Pedro Leopoldo resgistrou 4.673 casos desde o início da pandemia, sendo que 57% são de pessoas de 30 a 59 anos, com 2.649 casos confirmados.


Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil

  • Oxford/Astrazeneca

Produzida pelo grupo britânico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No país ela é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).





  • CoronaVac/Butantan

Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a liberação de uso emergencial pela Anvisa.

  • Janssen

A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do único no mercado que garante a proteção em uma só dose, o que pode acelerar a imunização. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.

  • Pfizer

A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Ministério da Saúde em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autorização para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.





Minas Gerais tem 10 vacinas em pesquisa nas universidades

Como funciona o 'passaporte de vacinação'?

Os chamados passaportes de vacinação contra COVID-19 já estão em funcionamento em algumas regiões do mundo e em estudo em vários países. Sistema de controel tem como objetivo garantir trânsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacinação impõem desafios éticos e científicos.

Quais os sintomas do coronavírus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas gástricos
  • Diarreia

Em casos graves, as vítimas apresentam

  • Pneumonia
  • Síndrome respiratória aguda severa
  • Insuficiência renal

Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.

 

 

Entenda as regras de proteção contra as novas cepas



 

Mitos e verdades sobre o vírus

Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.



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