Jornal Estado de Minas

BARRAGEM DE FUNDÃO

Zema, Fux e autoridades tentam costurar acordo sobre tragédia de Mariana

 

 

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, se reuniram pela segunda vez nesta terça (1º/6) para costurar um acordo sobre a tragédia de Mariana. Outras autoridades também participaram, mas nenhum representante dos atingidos fez parte das discussões.



Essa foi a segunda reunião do tipo com a presença de Fux e Zema. A primeira ocorreu em 6 de abril.

As autoridades têm o objetivo de costurar um acordo semelhante ao de Brumadinho. As tratativas da outra tragédia foram fechadas em R$ 37,6 bilhões, com destinação para construção de rodovias, hospitais, escolas etc.

“Essas reuniões são importantíssimas, porque nos aproximam de um desejo comum, que é o de remover todas as consequências dramáticas causadas por esse flagelo. Esse processo teria tudo para durar décadas, mas vamos evitar isso com a força do nosso trabalho e boa vontade”, disse Fux.



“Estaremos empenhados ao máximo para chegar a esse novo acordo”, afirmou Zema.

 

Responsável pela reparação dos danos da tragédia, a Fundação Renova tem informado que "permanece dedicada ao propósito para o qual foi criada".

 

A ideia da fundação é gastar cerca de R$ 17 bilhões com indenizações, auxílios, compensações e reparações até o final do ano.

 

Juiz é alvo de suspeição

 

A reunião foi realizada no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). As tratativas nasceram de uma solicitação do juiz federal Mário Paula Franco Júnior.

Porém, o mesmo magistrado é alvo de um pedido de suspeição assinado pelos ministérios públicos Federal e de Minas Gerais e das defensorias públicas da União, de Minas Gerais e do Espírito Santo.



Juristas brasileiros também assinaram uma carta para pedir o afastamento de Mário de Paula.

A suspeita diz respeito a vídeos obtidos pelo portal "Observatório da Mineração". Nas gravações, Mário orienta advogados dos atingidos a adotar o modelo indenizatório indicado pela Samarco, mineradora responsável pela Barragem de Fundão.

O rompimento da represa da Mina de Germano, em Mariana, aconteceu em 5 novembro de 2015 e causou a morte de 19 pessoas.

Outras 500 mil foram atingidas ao longo da Bacia Hidrográfica do Rio Doce, que recebeu milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério provenientes da barragem.

audima