Enfermeiros e técnicos de enfermagem de Belo Horizonte realizaram um protesto na manhã desta quarta-feira (2/6), na Praça da Estação, seguido de passeata até a sede do Ministério da Saúde, localizado na rua Espírito Santo, na Região Central da capital mineira. O dia é de paralisação para os trabalhadores da enfermagem em BH.
A categoria reivindica que o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), coloque em votação o Projeto de Lei 2.564/20, que institui o Piso Nacional da Enfermagem.
A categoria reivindica que o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), coloque em votação o Projeto de Lei 2.564/20, que institui o Piso Nacional da Enfermagem.
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Segundo os sindicalistas, exceto os profissionais em serviços de urgência e emergência não aderiram à greve de 24 horas. “O recado aqui para o Ministério da Saúde é também para o senador de Minas Gerais, Rodrigo Pacheco, coloque em votação o pleito da enfermagem. Nós estamos falando de trabalhadores que recebem menos que um salário mínimo. Estamos falando de trabalhadores que foram maioria dos mortos nessa pandemia”, disse Israel Arimar de Moura, presidente do Sindibel.
Neste momento, o projeto de lei de relatoria da senadora Zenaide Maia (Pros-RN) está tramitando no Congresso Nacional. Caso aprovado, a medida fixa o piso em R$ 7.315 para enfermeiros.
Para as demais categorias, o piso será proporcional a esse valor, 70% para os técnicos de enfermagem (R$ 5.120) e 50% para os auxiliares de enfermagem e as parteiras (R$3.657). Os valores são para jornada de 30 horas semanais e válidos para União, estados, municípios, Distrito Federal e instituições de saúde privadas.
Para as demais categorias, o piso será proporcional a esse valor, 70% para os técnicos de enfermagem (R$ 5.120) e 50% para os auxiliares de enfermagem e as parteiras (R$3.657). Os valores são para jornada de 30 horas semanais e válidos para União, estados, municípios, Distrito Federal e instituições de saúde privadas.
O Sindibel ressalta que os enfermeiros e auxiliares de enfermagem estão desde o início da pandemia na linha de frente atendendo pacientes infectados com o coronavírus. Segundo a entidade, até o dia 4 de maio, 776 profissionais da área perderam a vida para a COVID-19. “Os aplausos são um importante reconhecimento desse trabalho. Mas as heroínas e os heróis da enfermagem brasileira merecem mais: o piso salarial nacional e a regulamentação da jornada de trabalho”, relatou.
Israel de Moura também destaca que, em razão do baixo salário, a Secretaria Municipal de Saúde encontra dificuldades em contratar novos profissionais de enfermagem. “Um técnico da enfermagem de contrato na prefeitura, recebendo uma gratificação, vai ganhar R$ 1.500. Isso com toda uma qualificação para atender a vida das pessoas. Outros serviços com certeza pagam mais do que isso. Ou seja, existe até mesmo um problema de estar conseguindo profissionais no mercado porque não se consegue sobreviver com esse salário”, afirmou.
Segundo o dirigente do sindicato, 52 senadores já sinalizaram apoio ao pleito. Ele também disse que as entidades da categoria que fazem parte do movimento encaminharam um ofício solicitando uma reunião com o senador mineiro, Rodrigo Pacheco, para debater a proposta. "O ato de hoje foi importante. Mas a luta vai continuar até que o senador Rodrigo Pacheco coloque o PL em votação", disse o presidente do sindicato.
Profissionais são cobrados pela vacina
Uma das profissionais que participou da manifestação nesta quarta-feira (2/6) relatou que a lentidão na imunização está sendo um dos maiores desafios para a categoria neste momento. Ângela Eulália dos Santos, de 63 anos, é auxiliar de enfermagem aposentada e atualmente diretora no Sindibel.
Segundo a sindicalista, por causa do atraso na entrega de vacinas contra o coronavírus pelo Ministério da Saúde, os enfermeiros e demais trabalhadores da saúde são os mais cobrados pela população.
“Cada vez que a vacina falta na unidade porque o Ministério não mandou, eles são pressionados pela comunidade. Eles não entendem que depende das vacinas e insumos chegarem para eles estarem vacinados. É uma falta de informação e incompetência do governo federal em suprir todas as unidades básicas do brasil para a vacinação. Essa pressão é de toda rede de saúde na questão de imunização da COVID”, relatou a diretora.
Para Ângela, a reação dos cidadãos é reflexo dos impactos da má conduta do governo federal durante a pandemia. “No final o maior sofredor também é a população, que não está recebendo a vacina em tempo hábil”, afirmou a aposentada.
*Estagiária sob supervisão