Em Sabará, a 20 quilômetros da capital mineira, há mais de 200 anos moradores voluntários passam a madrugada preparando os tapetes de rua para a tradicional procissão de Corpus Christi. Na manhã do feriado, o resultado pode ser admirado.
Além de muita devoção, os variados desenhos artísticos, criados pelos moradores da cidade, contam com pó de serragem, pó de café, sal e cal, que colorem as vielas de pedra do Centro Histórico.
Devido às medidas restritivas da pandemia, para evitar aglomerações, os tapetes neste ano poderão ser vistos através dos carros, por sistema drive thru, nesta quinta-feira (3/6), das 8h às 17h, na rua Dom Pedro II.
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As adaptações foram feitas para manter a tradição. Os tapetes antes confeccionados no meio da rua, agora, terão espaço delimitado entre a calçada e os carros, mas mantendo ainda a grandiosidade da exposição. Segundo os organizadores, será feito o maior tapete já visto em Sabará, com 80m² em arte única. Além desse, será apresentado um linear de 50 metros, com variados desenhos.
Devido às restrições de combate ao avanço da COVID-19, não haverá missas presenciais. No entanto, uma procissão motorizada, organizada pela Matriz Nossa Senhora da Conceição, percorrerá as ruas e largos. Às 16h, no local onde estarão os tapetes, os párocos da cidade farão uma bênção com os fiéis se mantendo dentro dos carros.
O evento contará com a presença da Guarda Civil Municipal que fiscalizará os procedimentos. Segundo o secretário municipal de Cultura, André Alves, a expectativa é que 300 veículos visitem a Mostra.
“Esse é um momento de fé bastante aguardado por todos. Apesar da pandemia, remodelamos o projeto para que a cultura seja mantida e, ainda mais, para marcar a nossa certeza de que venceremos esse período de tantas perdas e tristeza, com devoção”, explicou o secretário.
“Esse é um momento de fé bastante aguardado por todos. Apesar da pandemia, remodelamos o projeto para que a cultura seja mantida e, ainda mais, para marcar a nossa certeza de que venceremos esse período de tantas perdas e tristeza, com devoção”, explicou o secretário.
Para o prefeito Wander Borges, trata-se de renovar todas as esperanças. “Faremos um evento emocionante, ao ar livre, aberto a todos, reafirmando a nossa fé e demonstrando a nossa vocação histórica. Vivemos dias de reflexão, precisamos ser fortes e acreditar, sempre, que a nossa fé se renova todos os dias. Sabará está cada vez mais viva e celebraremos todas as nossas conquistas”, disse o prefeito.
No ano passado, quando a Pandemia já estava avançada, um único tapete foi confeccionado na Praça Santa Rita, no Centro Histórico, mantendo a fé e a vocação das tradições religiosas da cidade.
A tradicional celebração de Corpus Christi em Sabará
Os tapetes vêm de uma tradição do século 18, em Portugal, e foi introduzida no Brasil no período colonial. Em Minas Gerais, estado que durante o ciclo do ouro recebeu milhares de portugueses, a prática foi amplamente difundida e se enraizou na sociedade cristã mineira.
Em Sabará, o feriado de Corpus Christi é a maior festividade para a igreja. É organizada pelas Irmandades do Santíssimo Sacramento sediadas na cidade conjuntamente com os seus párocos e a comunidade.
Praticamente toda a organização da festa é feita numa “comunhão” entre as duas paróquias existentes na sede do município, a Paróquia de Nossa Senhora da Conceição e a Paróquia de Nossa Senhora do Rosário.
Praticamente toda a organização da festa é feita numa “comunhão” entre as duas paróquias existentes na sede do município, a Paróquia de Nossa Senhora da Conceição e a Paróquia de Nossa Senhora do Rosário.
Nos anos anteriores à pandemia, despesas com banda, programas, entre outros gastos para a festa, por exemplo, costumavam ser repartidas entre as duas associações.
Durante a procissão, chamava atenção entre a multidão, mantendo os ritos centenários, os “irmãos do Santíssimo Sacramento” de cada paróquia, devidamente paramentados com suas opas, organizados em alas e levando consigo os seus estandartes.
Além dos párocos conduzindo o ostensório, representação de Jesus sacramentado, o qual é protegido por um pálio e acompanhado por quatro a seis lanternas. Oito a dez irmãos ficam responsáveis por carregar o pálio e as lanternas junto aos párocos.
Durante a procissão, chamava atenção entre a multidão, mantendo os ritos centenários, os “irmãos do Santíssimo Sacramento” de cada paróquia, devidamente paramentados com suas opas, organizados em alas e levando consigo os seus estandartes.
Além dos párocos conduzindo o ostensório, representação de Jesus sacramentado, o qual é protegido por um pálio e acompanhado por quatro a seis lanternas. Oito a dez irmãos ficam responsáveis por carregar o pálio e as lanternas junto aos párocos.